Ghostbusters: Mais Além – Uma Carta de Amor aos Caça-Fantasmas, com Algumas Falhas no Endereço
Quatro anos se passaram desde que Jason Reitman nos presenteou com Ghostbusters: Mais Além, e, olhando para trás, sinto uma mistura de nostalgia nostálgica e um leve arrependimento. Lançado em 18 de novembro de 2021, o filme prometia uma continuação digna da franquia original, e em certos aspectos, ele cumpre a promessa. Em outros, peca em tentar abraçar demais o passado, esquecendo-se de forjar sua própria identidade.
O longa acompanha Callie Spengler, uma mãe solteira que se muda com seus filhos, Phoebe e Trevor, para a pequena e isolada cidade de Summerville, herdando a antiga fazenda do seu pai, Egon Spengler. A vida tranquila logo se transforma em uma jornada paranormal quando Phoebe descobre a conexão familiar com os Caça-Fantasmas originais e um antigo mal que ameaça consumir o mundo. Sem muitos spoilers, posso dizer que a trama se desenvolve como uma aventura familiar recheada de elementos sobrenaturais, com doses generosas de comédia e uma pitada de drama.
A direção de Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, diretor do original de 1984, é onde reside a maior força e, paradoxalmente, a maior fraqueza do filme. Ele demonstra um amor genuíno pela franquia, injetando “Mais Além” com uma aura de nostalgia cuidadosamente construída. Os easter eggs, as referências e os momentos de puro fan service são abundantes, e funcionam perfeitamente para os fãs de longa data, como eu. Porém, essa dependência quase obsessiva do passado acaba sufocando o potencial do novo, impedindo que a narrativa respire por si só.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Jason Reitman |
Roteiristas | Jason Reitman, Gil Kenan |
Produtores | Patrice Avery, Ivan Reitman |
Elenco Principal | Mckenna Grace, Finn Wolfhard, Carrie Coon, Bokeem Woodbine, Paul Rudd |
Gênero | Fantasia, Comédia, Aventura, Ficção científica |
Ano de Lançamento | 2021 |
Produtoras | Columbia Pictures, Bron Studios, The Montecito Picture Company, Ghost Corps |
O roteiro, escrito por Reitman e Gil Kenan, é um caso curioso. Embora inteligentemente estruturado, há momentos em que ele se sente um pouco preguiçoso, recorrendo a clichês previsíveis e armadilhas narrativas fáceis. As personagens, apesar de carismáticas, especialmente a Phoebe, brilhantemente interpretada por McKenna Grace, não conseguem escapar completamente da sombra dos Caça-Fantasmas originais. O jovem elenco se sai muito bem, com Finn Wolfhard adicionando seu toque de charme peculiar, enquanto Carrie Coon segura bem a performance maternal. Paul Rudd, no papel do professor Grooberson, serve como uma espécie de ponte entre a nova geração e o legado do passado. Bokeem Woodbine, como o Xerife Domingo, funciona como uma figura de apoio competente, mas não adiciona muito mais que isso.
O filme se destaca na construção da atmosfera e nos efeitos especiais, particularmente nas cenas que envolvem os fantasmas, mas a nostalgia às vezes se torna um peso demasiado. Se, por um lado, a trilha sonora, que recicla temas memoráveis, aumenta o apelo sentimental, por outro, a ausência de uma identidade forte, que se sobressaia para além da sua ligação direta com o filme original, deixa Ghostbusters: Mais Além na linha tênue entre homenagem e imitação.
No fim das contas, Ghostbusters: Mais Além é um filme para os fãs. É um filme que compreende sua audiência e os presenteia com uma celebração deliciosa de tudo o que amamos nos Caça-Fantasmas. Entretanto, para aqueles que buscam uma experiência cinematográfica inovadora e autêntica, o filme pode parecer um pouco aquém. Se você está buscando uma sessão de nostalgia e não se importa com alguns tropeços no roteiro, pode valer a pena dar uma olhada, mesmo em 2025, em alguma plataforma de streaming. A minha recomendação? Assista com os amigos, e prepare-se para uma experiência que é tão familiar quanto um abraço apertado de um velho amigo, com algumas surpresas pós-créditos que prometem um futuro… indefinido.