Golpe de Mestre: Uma Obra-Prima que Continua a Encantador 52 Anos Depois
Confesso: tenho uma queda por filmes de golpes. Aquele misto de planejamento milimétrico, improvisação genial e a deliciosa sensação de assistir a mestres da manipulação em ação me cativam há anos. E, entre todos os filmes do gênero, Golpe de Mestre (1973) ocupa um lugar especial no meu coração – um lugar que, posso garantir, continuará a ser ocupado por muitos anos ainda. Em 2025, olhando para trás, percebo que a obra continua tão brilhante e atual quanto em 1974, quando estreou no Brasil.
A sinopse, em poucas palavras, descreve a trama de vingança após a morte de um amigo: um aspirante a vigarista une forças com um veterano do ramo para aplicar um golpe monumental em um implacável chefe do crime. Mas essa descrição superficial não faz justiça à complexidade e à elegância da execução. Não se trata apenas de um golpe, mas de uma dança intrincada de inteligência, traição e, acredite, humor refinado. O roteiro de David S. Ward é uma obra de arte em si, repleto de reviravoltas e diálogos ágeis, que constroem uma atmosfera de suspense delicioso.
George Roy Hill, na direção, demonstra uma maestria incomparável. A construção da tensão é impecável, a câmera se move com uma fluidez que acompanha a própria agilidade do plano. A escolha de locações em Chicago, na década de 1930, confere ao filme um charme nostálgico e um tom de elegância sofisticada. A estética impecável, a trilha sonora clássica, contribuem para a atmosfera envolvente, e isso tudo culmina em um clássico do cinema.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | George Roy Hill |
Roteirista | David S. Ward |
Produtores | Julia Phillips, Tony Bill, Michael Phillips |
Elenco Principal | Paul Newman, Robert Redford, Robert Shaw, Charles Durning, Ray Walston |
Gênero | Comédia, Crime, Drama |
Ano de Lançamento | 1973 |
Produtoras | Universal Pictures, The Zanuck/Brown Company, David Brown Productions |
E que elenco! Paul Newman e Robert Redford, em plena sinergia, formam uma dupla inesquecível. A química entre eles é palpável, a rivalidade sutil, a parceria perfeita. Mas, discordando de alguns críticos que colocam a dupla em um pedestal acima de tudo, eu destacaria a performance brilhante e contida de Robert Shaw como Doyle Lonnegan. Ele é o vilão perfeito: ameaçador, implacável, mas com um toque de vulnerabilidade que torna seu personagem ainda mais fascinante. Shaw rouba a cena com sua interpretação e se mostra o contraponto ideal para a elegância dos vigaristas. O restante do elenco é igualmente competente, cada ator moldando seus personagens com precisão.
Golpe de Mestre não é isento de pequenos defeitos. O ritmo, em alguns momentos, pode parecer lento para o público acostumado com o frenesi dos filmes atuais. Algumas das reviravoltas, embora inteligentes, podem ser previstas por espectadores mais experientes no gênero. Mas esses são detalhes mínimos em uma obra-prima cinematográfica.
O filme explora temas complexos, como a lealdade, a vingança e a natureza humana. Ele nos apresenta um conto moral, não necessariamente moralista, mas repleto de nuances. A relação entre Hooker e Gondorff reflete diferentes abordagens para a vida e para os crimes que cometem. O filme nos faz questionar o que é certo e o que é errado, especialmente na hora da vingança.
Ao terminar de assistir a Golpe de Mestre, não há como ficar indiferente. Ele permanece na sua memória como um jogo de xadrez magistralmente jogado. Os momentos de suspense, o humor refinado, a atuação impecável e a direção magistral se combinam para criar uma experiência cinematográfica única, intemporal e totalmente gratificante. Considerando sua importância histórica e seu impacto duradouro no cinema, além do seu valor intrínseco, a recomendação é óbvia: assista a Golpe de Mestre. Este filme continua a merecer todos os prêmios que recebeu em 1974, e muitos mais. Ele é uma demonstração clara de por que ainda é lembrado e reverenciado em 2025. Sua presença em qualquer plataforma digital é um sinal de que a arte supera o tempo. Se você ainda não o viu, está perdendo um clássico absoluto.