Grand Blue Dreaming

Grand Blue Dreaming: Uma Imersão Hilariante e Subaquática no Absurdo

Sete anos se passaram desde que mergulhei de cabeça no universo maluco de Grand Blue Dreaming. E, mesmo com o tempo, a lembrança das gargalhadas ainda ecoa com a força das ondas do oceano que banha a cidade de Izu. Essa série animada, lançada em 2018, não é apenas uma comédia, é uma experiência visceral que te joga de cabeça no caos com a mesma energia descontrolada de seus personagens.

A sinopse oficial já nos prepara para o que está por vir: Iori Kitahara chega à universidade com o sonho de uma vida tranquila, repleta de belas garotas. Ele se muda para a loja de mergulho do tio, o Grand Blue, e encontra… bem, encontra algo bem diferente do paraíso paradisíaco que imaginava. Sem revelar muito, posso garantir que a promessa de garotas e amigos é cumprida, mas de uma forma tão imprevisível e hilária que você vai se perguntar se está assistindo a uma animação ou a um documentário de uma colônia de golfinhos em fúria.

A direção de Grand Blue Dreaming é um ponto alto. A animação, embora não seja tecnicamente perfeita, tem um estilo que funciona perfeitamente com a narrativa frenética e absurda. Os movimentos exagerados, as expressões faciais caricatas e a própria escolha de cores vibrantes criam uma atmosfera de constante energia, intensificando as piadas físicas e os momentos mais surreais. A trilha sonora, discreta em alguns momentos, surge nos momentos certos para amplificar o humor, tornando a experiência ainda mais imersiva.

O roteiro é, sem dúvida, a alma dessa série. A premissa, por si só, já é uma receita para o sucesso cômico, mas a execução é impecável. A série brinca com os clichês da comédia universitária, dos animes de mergulho e até mesmo com os estereótipos masculinos, subvertendo expectativas a cada cena. As piadas são rápidas, inteligentes e vão desde o pastelão físico mais puro até o sarcasmo mais refinado.

E o elenco de dubladores? Uma maravilha! Yuma Uchida, como Iori, consegue transmitir a ingenuidade e o crescente desespero do protagonista com maestria. O resto do elenco, incluindo Ryohei Kimura, Chika Anzai e 阿澄佳奈, estão no mesmo nível, dando vida a personagens memoráveis e hilários. Cada um deles consegue expressar a complexidade (por mais simples que seja) de cada um deles, criando uma dinâmica de grupo que é o motor cômico da trama.

Os pontos fortes de Grand Blue Dreaming são inúmeros. O humor, obviamente, reina supremo. Mas além disso, a série tem um charme singular, uma capacidade de criar momentos genuinamente engraçados sem recorrer a piadas de baixo calão ou machismo explícito (apesar das muitas brincadeiras com estereótipos). O desenvolvimento dos personagens, apesar do foco na comédia, também merece menção.

No entanto, não se pode ignorar os pontos fracos. A trama, por ser tão focada no humor, pode parecer episódica demais para alguns espectadores que buscam uma narrativa mais linear e desenvolvida. Alguns podem achar o nível de absurdismo excessivo, e a repetição de alguns gags, em alguns momentos, pode se tornar cansativa.

Grand Blue Dreaming não tenta transmitir nenhuma mensagem profunda ou moralista. Seu objetivo é, simplesmente, fazer você rir. E nisso, ela triunfa com maestria. A série abraça o nonsense com uma paixão contagiante, oferecendo um escape para o cotidiano através de risadas descontroladas e momentos de pura alegria.

Em resumo, sete anos depois, ainda recomendo Grand Blue Dreaming para qualquer pessoa que busque uma comédia animada leve, divertida e extremamente criativa. Se você se identifica com a premissa de uma comédia universitária com um toque de loucura e um cenário subaquático improvável, essa é a série perfeita para adicionar à sua lista de favoritos nas plataformas de streaming. Não espere grandes reflexões filosóficas; espere gargalhadas. E muitas delas.