Guerreiros do Futuro

Guerreiros do Futuro: Um Deserto de Talentos em Meio a um Pós-Apocalíptico Sem Graça

Em 2018, a promessa de um filme pós-apocalíptico estrelado por um elenco relativamente chamativo – James Franco, Suki Waterhouse, Jeffrey Wahlberg, entre outros – parecia intrigante. A sinopse, envolvendo uma jornada através de um deserto árido em busca de uma cura para uma mãe doente, sugeria uma aventura épica, repleta de perigos e dilemas morais. A realidade, no entanto, se mostrou bem diferente. Guerreiros do Futuro, dirigido pela dupla James Franco e Bruce Thierry Cheung, é, para ser gentil, uma experiência cinematográfica peculiar. Deixando para trás sete anos, após sua estreia, posso afirmar, com uma dose generosa de decepção, que este filme é um caso exemplar de como um elenco talentoso pode se afogar em um roteiro e direção medíocres.

A história, em sua essência, é simples: um príncipe (Wahlberg), acompanhado de sua guarda-costas (Waterhouse), atravessa um mundo devastado em busca de um remédio para sua mãe. Até aí, tudo bem. O problema reside na execução. O roteiro, escrito por Jeremy Cheung, Jay Davis e Bruce Thierry Cheung, é preguiçoso, repleto de clichês e diálogos sem inspiração. A construção de mundo, crucial em um filme pós-apocalíptico, é superficial, falhando em criar uma atmosfera verdadeiramente convincente. A sensação de desolação e perigo, tão essencial para o gênero, está ausente. O cenário árido parece mais um conjunto de filmagem mal iluminado do que um mundo devastado pela guerra e doença.

A direção, dividida entre Franco e Cheung, não consegue elevar o material. Há uma falta de coesão visual, com cenas mal enquadradas e uma edição sem ritmo. A estética, que deveria contribuir para a atmosfera distópica, resulta em algo inexpressivo, sem personalidade. A câmera parece flutuar apaticamente pelo deserto, sem se conectar emocionalmente com a jornada do protagonista. O resultado final é um filme visualmente chato, que não consegue capturar a grandiosidade que o tema exige.

AtributoDetalhe
DiretoresJames Franco, Bruce Thierry Cheung
RoteiristasJeremy Cheung, Jay Davis, Bruce Thierry Cheung
ProdutoresMonika Bacardi, Jay Davis, James Franco, Andrea Iervolino, Vince Jolivette, Scott Reed
Elenco PrincipalJames Franco, Suki Waterhouse, Jeffrey Wahlberg, Margarita Levieva, Snoop Dogg
GêneroFicção científica
Ano de Lançamento2018
ProdutorasAMBI Group, Black Sparrow Films, Dark Rabbit Productions, Premiere Picture

E o elenco? Aqui reside, talvez, a maior ironia do filme. Atores com o calibre de James Franco e Suki Waterhouse aparecem em papéis que mal os utilizam. Franco, como o “Warlord”, se limita a um conjunto de poses e expressões faciais vazias. Waterhouse, como Ash, tenta dar profundidade à sua personagem, mas é limitada pelo roteiro fraco. Jeffrey Wahlberg tenta entregar sua atuação, mas é igualmente prejudicado pelo material com o qual trabalha. A participação de Snoop Dogg como “Love Lord” soa como um acréscimo deslocado, uma piada interna que não funciona. Em suma, a atuação de todos, mesmo que individualmente talentosos, se torna um esforçado jogo de interpretação a serviço de uma trama moribunda.

Os pontos fortes? São escassos. A fotografia em alguns momentos tenta transmitir a imensidão do deserto, mas não basta para salvar o filme. Já os pontos fracos são abundantes: roteiro raso, direção apática, atuações limitadas pelo material e uma falta geral de criatividade. O filme tenta explorar temas como a esperança em meio à desesperança e a luta pela sobrevivência, mas esses temas são mal desenvolvidos, tornando-se meras declarações vazias.

Em 2025, relembrando Guerreiros do Futuro é uma experiência quase desconcertante. O choque inicial de ver atores conhecidos num filme tão ruim é acompanhado pela profunda decepção de uma oportunidade perdida. A pergunta que fica pairando é: o que motivou um elenco desse porte a participar dessa produção? É como se o deserto de recursos criativos no filme tivesse se expandido para englobar também o deserto de bom senso dos envolvidos na produção.

Recomendo Guerreiros do Futuro apenas para aqueles que apreciam a experiência de filmes “cult”, ou para os estudiosos do cinema como um estudo de caso de como não se deve fazer um filme de pós-apocalíptico. Para o público em geral, a experiência é, no mínimo, desanimadora. E, para piorar, se você busca um filme para assistir via streaming, prepare-se para uma longa busca, pois a disponibilidade em plataformas digitais parece tão inexistente quanto a esperança em um mundo como o retratado neste longa. Acho que ficarei com o deserto do Atacama como cenário de pós-apocalíptico; pelo menos, ele é real e bem mais convincente.

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