Hamilton

Hamilton: Uma Revolução que Resistiu ao Tempo (ou não?)

Já se passaram cinco anos desde que a gravação do fenômeno da Broadway, Hamilton, chegou às plataformas digitais. Cinco anos desde que o mundo se deparou com a energia bruta, a inteligência afiada e a audácia da reinvenção histórica de Lin-Manuel Miranda. E, apesar do tempo, as opiniões sobre o filme – pois filme é o que é, embora gravação ao vivo de um espetáculo teatral –, permanecem tão apaixonadas e divididas quanto em 2020. Eu, por exemplo, me vi em meio a essa polarização.

O filme, como se sabe, conta a história de Alexander Hamilton, um imigrante ilegítimo que se tornou um dos pais fundadores dos Estados Unidos. A sinopse em si é relativamente simples, mas a execução… Ah, a execução é onde a magia (ou a controvérsia, dependendo do espectador) reside. A trama, recheada de adultério, corrupção, ambição política e duelos mortais, é apresentada com uma força e velocidade impressionantes. Não se engane pela aparente simplicidade da narrativa: o filme é um turbilhão de emoções, que nos joga de um número musical explosivo para uma cena dramática de cortar o fôlego em questão de segundos.

A direção de Thomas Kail é, sem dúvida, impecável. Ele consegue capturar a energia frenética do espetáculo teatral, mantendo a fluidez e a clareza mesmo diante da complexidade da história e da coreografia incessante. A câmera se move com uma naturalidade impressionante, ora se aproximando dos atores, permitindo que experimentemos a intimidade dos momentos mais delicados, ora se afastando para revelar a grandiosidade da produção. Porém, este mesmo movimento, tão orgânico na apresentação original, pode apresentar-se ligeiramente cansativo para aqueles que se esperam uma experiência cinematográfica tradicional.

AtributoDetalhe
DiretorThomas Kail
RoteiristaLin-Manuel Miranda
ProdutoresThomas Kail, Lin-Manuel Miranda, Jeffrey Seller
Elenco PrincipalLin-Manuel Miranda, Leslie Odom Jr., Renée Elise Goldsberry, Phillipa Soo, Daveed Diggs
GêneroHistória, Drama
Ano de Lançamento2025
ProdutorasRadicalMedia, 5000 Broadway Productions, Nevis Productions, Old 320 Sycamore

E falando em atores, difícil apontar uma performance fraca. Lin-Manuel Miranda, Leslie Odom Jr., Renée Elise Goldsberry, Phillipa Soo e Daveed Diggs – o elenco principal original – entrega interpretações memoráveis, cheias de nuance e carisma. Cada ator transborda talento, e a química entre eles é palpável, criando uma dinâmica cativante. O que, para alguns, foi motivo de elogio, poderia ser visto como uma limitação para outros. A força do elenco, o sucesso da obra nos palcos, talvez tenha feito com que a adaptação para as telas não tivesse a mesma urgência de inovação.

Pontos Fortes e Fracos

Hamilton triunfa na originalidade. A trilha sonora que mescla hip-hop, R&B, jazz e elementos tradicionais da Broadway é, por si só, uma obra-prima. A decisão de contar a história americana por meio de vozes americanas, em tons tão modernos, se provou revolucionária (e continua a ser questionada!). Por outro lado, a energia quase ininterrupta do musical pode ser exaustiva para alguns. A complexidade da trama, somada à velocidade da apresentação, exige atenção total do espectador, o que pode gerar cansaço e, como já mencionado, afastar quem não está familiarizado com o contexto histórico norte-americano. A crítica de que o filme é “um musical não feito para pessoas de fora dos EUA” é, na minha opinião, pertinente, mas não o invalida. A obra apresenta sim uma perspectiva americana, e a sua força está justamente nessa abordagem audaciosa e específica.

Temas e Mensagens

O filme explora temas atemporais como imigração, ambição, corrupção e a complexa relação entre pai e filho. A história de Hamilton, um órfão que ascendeu ao topo da sociedade, fala a muitas pessoas. A maneira como a obra retrata a construção de uma nação, a fragilidade da liderança, e os altos e baixos da vida política, permanece inquietante e intrigante. O filme não oferece respostas fáceis, mas, em sua complexidade, proporciona um terreno fértil para reflexões.

Conclusão

Hamilton é um filme que polariza. Alguns, como eu, podem se sentir cativados pela sua energia, pela inteligência e o carisma do seu elenco e da trilha sonora monumental. Outros, talvez por razões óbvias (desconhecimento da história, falta de conexão com o estilo musical), possam se sentir perdidos ou desinteressados. De qualquer forma, é inegável que o filme é um marco na história do teatro musical e uma experiência que, cinco anos depois, ainda resiste ao tempo. Apesar das ponderações, recomendo fortemente assistir, sobretudo para aqueles que não tiveram oportunidade de apreciar a produção na sua forma original. A gravação em si é uma bela peça de arte, que preserva a emoção e a magnitude da experiência. A experiência poderá ser um tanto peculiar para quem busca um musical tradicional, mas para os curiosos e fãs de produções inovadoras, certamente, valerá a pena.

Trailer

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