Hellraiser III: Inferno na Terra

Meu Deus, que experiência! Há mais de trinta anos, em 1992, assisti pela primeira vez a Hellraiser III: Inferno na Terra. Em 2025, revisitar esse filme foi, digamos, uma viagem… uma viagem que me fez questionar, mais uma vez, a linha tênue entre o terror visceral e o puro deleite estético. A premissa é simples: um jovem playboy compra a caixa de LeMarchand como mera escultura, sem imaginar o inferno que está prestes a desatar. Pinhead, o icônico líder dos Cenobitas, está de volta, buscando um corpo físico para dominar o mundo dos vivos e destruir a caixa que o aprisionou. Uma repórter investigativa, Joey Summerskill, entra na jogada, pronta para desvendar a verdade por trás dos assassinatos brutais.

O Inferno em Alta Definição (ou quase isso)

Anthony Hickox, na direção, entrega uma estética que, para 1992, era bastante ousada. As imagens são saturadas, quase gritantes, uma escolha que hoje pode parecer datada, mas que na época, se encaixava perfeitamente na atmosfera frenética do filme. A escolha de usar um cenário noturno, principalmente em uma boate, contribui bastante para a sensação de claustrofobia e depravação que perpassa toda a narrativa. A fotografia, com seus tons escuros e jogos de luz e sombra, intensifica o suspense e o horror. Porém, a direção, apesar de alguns momentos brilhantes, peca em alguns pontos de ritmo, parecendo se alongar demais em momentos desnecessários. Há uma tensão constante, mas que, em alguns momentos, se perde em meio a alguns cortes abruptos que dificultam a imersão.

O roteiro de Peter Atkins, embora tenha seus momentos de genialidade, especialmente na construção da personagem de Joey Summerskill (Terry Farrell, em uma performance magnífica), sofre de um certo excesso de exposição. A trama se torna um pouco confusa em alguns momentos, com subtramas que, por vezes, parecem existir apenas para preencher espaço. Mas, a construção de Pinhead é excelente. Doug Bradley, mais uma vez, interpreta o personagem com uma maestria incomparável, adicionando camadas de profundidade a essa figura icônica do terror. Ele transpira poder e sofrimento simultaneamente, entregando uma atuação memorável. Os demais atores se saem razoavelmente bem, embora a força de Bradley eclipsa todos os outros.

Entre o Gênio e o Absurdo

Os pontos fortes de Hellraiser III são indiscutíveis: a atmosfera claustrofóbica, a trilha sonora tensa e a performance inesquecível de Doug Bradley. A construção da relação de Pinhead com o dono da caixa, J.P. Monroe (Kevin Bernhardt), é inteligente e intrigante, explorando a vaidade e a busca por poder em contraste com a brutalidade sobrenatural. A personagem de Joey, uma repórter incansável, se destaca pela sua resiliência e determinação num mundo de pesadelos. A maneira como ela se opõe ao poder de Pinhead torna a narrativa mais envolvente.

AtributoDetalhe
DiretorAnthony Hickox
RoteiristaPeter Atkins
ProdutorLawrence Mortorff
Elenco PrincipalTerry Farrell, Doug Bradley, Kevin Bernhardt, Ken Carpenter, Paula Marshall
GêneroTerror, Thriller
Ano de Lançamento1992
ProdutorasDimension Films, Fifth Avenue Entertainment, Trans Atlantic Entertainment, Lakeshore International, Miramax

Porém, o filme não está livre de falhas. Há momentos em que a trama se torna confusa e previsível, a maquiagem de alguns cenobitas, em alguns casos, parece datada e caricata. A narrativa se perde em alguns momentos de simbolismos excessivos, que poderiam ser mais sutis e impactantes. A busca pela transcendência espiritual de Pinhead se torna quase uma piada em alguns momentos, diluindo o impacto do terror. A tentativa de misturar elementos de thriller policial com horror sobrenatural, enquanto funciona em partes, gera alguns desequilíbrios na narrativa, afetando a fluidez e o impacto da história.

A Dança com o Diabo

Em termos temáticos, Hellraiser III explora a natureza do pecado, a busca pelo poder e as consequências de se ceder à tentação. A caixa de LeMarchand se torna um símbolo da nossa própria obsessão por prazeres perversos e a promessa de transgressão. A relação entre Pinhead e suas vítimas reflete a nossa própria vulnerabilidade diante do mal e o perigo de buscar prazeres sem limites. O filme, apesar de seus defeitos, consegue provocar reflexões sobre temas complexos, ainda que de forma indireta e às vezes pouco sutil.

Veredito: Uma Experiência Ambígua

Em 2025, Hellraiser III: Inferno na Terra é uma obra que me deixou com uma sensação ambígua. Admiro a audácia e a ousadia da época, a performance incrível de Doug Bradley e a construção de uma atmosfera única. No entanto, alguns problemas de roteiro e direção dificultam a imersão completa. Recomendo o filme para fãs do gênero terror e para aqueles que apreciam filmes que tentam ousar, mesmo com algumas imperfeições. É um filme imperfeito, sim, mas que se destaca pela sua atmosfera singular e pela presença icônica de Pinhead, consolidando-se como um capítulo importante (mesmo que irregular) da franquia. A disponibilidade em plataformas digitais garante o acesso fácil a essa experiência, que, apesar de tudo, vale a pena ser revisitada. Afinal, quem não gosta de uma boa dança com o diabo?

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