Hitman: Agente 47

Dez anos se passaram desde que o Agente 47, aquele impecável assassino geneticamente modificado, pisou nas telas em 2015. E, sinceramente, revisitar este longa-metragem em 2025 me trouxe uma avalanche de sentimentos conflitantes – um coquetel de nostalgia, decepção e, surpreendentemente, um certo apreço pela simplicidade bruta do filme.

O filme acompanha o Agente 47 em sua caça implacável a uma organização que busca replicar sua criação, um exército de assassinos geneticamente aprimorados. No caminho, ele encontra Katia, uma jovem misteriosa que pode ser tanto aliada quanto inimiga, e o mistério sobre sua origem se desenrola em meio a tiroteios frenéticos e perseguições de tirar o fôlego. Essa trama, apesar de previsível em vários momentos, serve como um cenário para exibir a coreografia elegante e brutal das cenas de ação.

A direção de Aleksander Bach é eficiente, sem ser excepcional. Ele entrega exatamente o que se espera de um filme de ação baseado em videogame: sequências de ação rápidas, visuais estilizados e uma atmosfera sombria. O roteiro de Skip Woods e Michael Finch, por sua vez, peca pela superficialidade. Os diálogos são frequentemente genéricos, e a trama, como já mencionei, previsível. Não há a complexidade moral ou a profundidade psicológica que se esperaria de um filme que lida com temas tão ricos quanto a natureza versus criação, a ética da clonagem e o peso da existência de um assassino profissional.

As atuações são um ponto misto. Rupert Friend, como o Agente 47, consegue transmitir a frieza e a precisão implacáveis do personagem, mas pouco além disso. Zachary Quinto, como o antagonista John Smith, faz um trabalho competente, mas não chega a ser memorável. Hannah Ware, como Katia, é a que talvez tenha mais espaço para demonstrar alguma complexidade, mas, mesmo assim, o roteiro limita suas possibilidades. O elenco, como apontou certa crítica que li há dez anos, não é formado por grandes nomes, mas isso não significa, necessariamente, falta de talento.

Atributo Detalhe
Diretor Aleksander Bach
Roteiristas Skip Woods, Michael Finch
Produtores Charles Gordon, Alex Young, Adrian Askarieh, Skip Woods
Elenco Principal Rupert Friend, Zachary Quinto, Hannah Ware, Emilio Rivera, Rolf Kanies
Gênero Ação, Crime, Thriller
Ano de Lançamento 2015
Produtoras Daybreak Productions, Prime Universe Productions, Giant Pictures, TSG Entertainment, Dayday Films, Ingenious Media, Fox International Productions

O grande trunfo do filme reside, sem dúvida, nas sequências de ação. Elas são bem coreografadas, visualmente impactantes e, em sua simplicidade, eficazes. É uma ação “cabeça-dura”, que valoriza a eficiência e a estética acima de qualquer nuance narrativa. É exatamente essa “simplicidade bruta” que me cativou em certa medida na revisitação. Em um mundo saturado de narrativas complexas e sobrecarregadas, a brutal honestidade de Hitman: Agente 47 é, paradoxalmente, refrescante.

Porém, a superficialidade da trama e a falta de desenvolvimento dos personagens são os principais pontos fracos. O filme não explora as implicações éticas de sua premissa de forma convincente, optando pela ação fácil em vez da reflexão profunda. A falta de profundidade narrativa é o que realmente impede Hitman: Agente 47 de alcançar seu pleno potencial.

A mensagem principal, se é que existe uma, é a de que a natureza humana, mesmo geneticamente modificada, ainda pode lutar por um caminho alternativo. A busca por redenção ou pelo significado de existência se encontra esmagada pelo estilo pragmático do agente, mas a busca de Katia pela verdade e a relação ambígua que se forma entre os dois é um traço interessante a ser destacado.

Em suma, Hitman: Agente 47 é um filme de ação funcional que entrega exatamente o que promete: muita ação e tiroteios. Se você está procurando um filme inteligente, com personagens complexos e uma narrativa rica, este não é o filme para você. Mas se você quer uma dose de entretenimento sem maiores pretensões, com sequências de ação bem coreografadas e uma atmosfera estilizada, então pode ser uma experiência divertida, principalmente em uma sessão de streaming casual em uma plataforma digital. Acho que não mudaria minha recomendação em relação ao que eu pensava dez anos atrás: vale a pena uma conferida, mas não espere uma obra-prima do cinema.

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