Hop: Rebelde Sem Páscoa

Hop: Uma Páscoa Rebelde, mas Sem Revolução?

Quatorze anos após seu lançamento, em 21 de abril de 2011, me peguei revisando Hop: Rebelde Sem Páscoa. Era um filme que eu tinha visto na época, mas que se esvaiu da minha memória como um ovo de chocolate derretido em dia quente. Revisitar essa mistura de animação e live-action, dirigida por Tim Hill, me trouxe uma estranha mistura de nostalgia e um incômodo persistente.

O filme acompanha E.B., o filho do Coelhinho da Páscoa, dublado por um Russell Brand no auge de sua energia caótica. E.B. sonha em ser roqueiro, em vez de carregar o fardo familiar da entrega anual de ovos. Sua fuga desastrada o leva a trombar com Fred, um sujeito azarado interpretado por um James Marsden em modo “cara legal meio sem rumo”. O encontro leva a uma parceria improvável, repleta de comédia física e situações bizarras. A trama envolve uma conspiração, uma sucessão e, claro, muita, muita animação. Mas será que essa receita funciona?

A direção de Tim Hill é competente, sem grandes brilhos. A animação da Illumination, embora não seja seu trabalho mais memorável, mantém a qualidade esperada, especialmente nos momentos mais frenéticos. A integração da animação com o live-action, um ponto crucial para o sucesso do filme, é, em sua maioria, bem feita, embora em alguns momentos a transição entre os mundos pareça um tanto artificial.

AtributoDetalhe
DiretorTim Hill
RoteiristasCinco Paul, Ken Daurio, Brian Lynch
ProdutoresChris Meledandri, Michele Imperato Stabile
Elenco PrincipalRussell Brand, James Marsden, Kaley Cuoco, Hank Azaria, Elizabeth Perkins
GêneroAnimação, Comédia, Família
Ano de Lançamento2011
ProdutorasUniversal Pictures, Illumination, Relativity Media

O roteiro, escrito por Cinco Paul, Ken Daurio e Brian Lynch, é o grande ponto fraco. A comédia, embora pretenda ser escrachada, frequentemente cai no território do piegas e previsível. A dinâmica entre E.B. e Fred é inconsistente: ora funciona, ora parece forçada, criando um desequilíbrio emocional que prejudica a imersão. Há um esforço para abordar temas de pressão familiar e busca por identidade, mas esses temas são tratados de forma superficial, sem profundidade. Lembrei-me daquele comentário que li anos atrás: “Just felt like the bunny was being mean to the human the whole movie”. Há uma certa verdade nisso. A relação é, muitas vezes, desequilibrada e, em vez de engraçada, soa incômoda.

As atuações são… mistas. Russell Brand, como esperado, dá o tom ao filme. Sua energia é contagiante, mesmo que o roteiro não lhe dê sempre o melhor material. James Marsden, por outro lado, parece um tanto apagado, como se estivesse preso em um filme que não o aproveita totalmente. O restante do elenco desempenha seus papéis com competência, sem grandes destaques.

Os pontos fortes de “Hop” residem principalmente em sua estética: a animação, apesar de previsível, é agradável aos olhos, e a trilha sonora se encaixa bem com a atmosfera. A ideia de um Coelhinho da Páscoa roqueiro, em princípio, é criativa e até subversiva. Mas a execução não acompanha a premissa. Os pontos fracos, infelizmente, superam os bons momentos, culminando em um filme que se esquece rapidamente.

A mensagem do filme, sobre seguir seus sonhos e a importância da família, está presente, mas diluída em meio à comédia que não acerta o alvo com frequência suficiente. A tentativa de subverter a figura tradicional do Coelhinho da Páscoa é uma boa ideia, porém não é explorada completamente, ficando no nível de uma brincadeira superficial.

Em resumo, Hop: Rebelde Sem Páscoa é um filme mediano que se encontra disponível em diversas plataformas digitais. Não é ruim, mas tampouco memorável. Recomendo sua exibição apenas para famílias com crianças pequenas que buscam um entretenimento leve e despretensioso, lembrando que a experiência pode ser melhorada com uma boa dose de chocolate de Páscoa para compensar a falta de profundidade da narrativa. Para quem busca algo mais substancioso, sugiro buscar outras opções. A “rebelião” do coelhinho é apenas um blefe que não consegue se sustentar até o final. A Páscoa, no final das contas, continua inalterada.

Trailer

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