Hotel Ruanda

Sabe, tem filmes que a gente vê e depois esquece, como um sonho bom ou um pesadelo distante. E tem outros que se cravam na alma, que mudam a maneira como a gente respira o mundo, mesmo anos depois. Para mim, “Hotel Ruanda” é um desses. Em 16 de outubro de 2025, olhando para trás, percebo que essa obra lançada lá em 2004 – e que só chegou por aqui em 19 de agosto de 2005 – não é apenas um filme; é um grito, um lamento e, paradoxalmente, um hino à resiliência humana. É por isso que sinto uma necessidade quase visceral de falar sobre ele, de desenterrar as memórias e as sensações que me provoca.

O que nos atrai a histórias tão dolorosas, tão repletas de uma crueldade quase inimaginável? Talvez seja a busca por entender a capacidade humana tanto para o mal absoluto quanto para a bondade mais pura, que floresce em meio ao caos. “Hotel Ruanda”, dirigido por Terry George e roteirizado por ele junto a Keir Pearson, nos atarraxa a esse precipício. Ele nos joga no coração do conflito ruandês de 1994, quando a tensão entre tutsis e hutus explodiu numa `genocídio` que assombrou o planeta. As `milícias` agiam com uma fúria `agressiva`, e a imagem de corpos sem vida – `dead body`, sim, a verdade é crua – se tornava tristemente comum nas ruas de Kigali.

No centro dessa `atrocidade` `africana` está Paul Rusesabagina, interpretado com uma maestria que, juro, ainda me arrepia, por Don Cheadle. A crítica estava certa: ele é “super” como Paul. Cheadle não atua Paul; ele se torna Paul. A gente vê a transformação de um gerente de hotel belga, acostumado a lidar com uísque e charutos, em um estrategista `desesperado`, mas incrivelmente `comandante`. Ele não empunha armas, mas usa sua inteligência, sua lábia, seus contatos e, acima de tudo, sua humanidade para barganhar vidas. É um balé complexo de medo e coragem, de um homem que, mesmo com as mãos tremendo, encontra forças para proteger sua família – sua esposa Tatiana, vivida com uma força silenciosa e dilacerante por Sophie Okonedo – e mais de mil `refugiados` tutsis e hutus moderados que buscam abrigo em seu hotel, o Hôtel des Mille Collines.

A genialidade do filme reside na sua capacidade de nos colocar dentro daquele hotel. O Milles Collines, que deveria ser um refúgio, torna-se uma prisão, uma bolha de esperança prestes a estourar, cercada por uma `militia` `malicious` e um `foreboding` `ominous` no exterior. A tensão é palpável; a cada batida na porta, a cada ligação telefônica, a gente prende a respiração junto com Paul. Terry George não se vale de sangue e vísceras para chocar (embora o horror esteja sempre presente, nas entrelinhas e nas imagens mais impactantes); ele nos choca com o abandono, com a indiferença `callous` do mundo exterior.

Atributo Detalhe
Diretor Terry George
Roteiristas Keir Pearson, Terry George
Produtores A. Kitman Ho, Terry George
Elenco Principal Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte, Fana Mokoena, Desmond Dube
Gênero Drama, História, Guerra
Ano de Lançamento 2004
Produtoras United Artists, Miracle Pictures, Seamus, Inside Track, Kiagli Releasing, Mikado Film, Metro-Goldwyn-Mayer, Artisan Entertainment, Lions Gate Films

E aqui entra um dos pontos mais dolorosos: a inação da `United Nations`. Nick Nolte, como o Coronel Oliver, personifica essa frustração e impotência. Seus olhos cansados, sua postura derrotada, gritam a verdade de que, muitas vezes, as forças de paz são apenas espectadores com as mãos atadas. A cena em que os ocidentais são evacuados, deixando para trás milhares de ruandeses, é um soco no estômago, uma `cautionary` `factual` lembrança de que a humanidade, muitas vezes, falha na hora mais crucial. O filme não pinta a ONU como `antagonistic`, mas sim como uma força `authoritarian` que, apesar das intenções, não consegue deter o `slaughter`.

O elenco secundário é igualmente crucial. Fana Mokoena, como o General Bizimungu, o chefe do exército ruandês, traz uma ambiguidade perturbadora. Ele não é um monstro unidimensional; é um homem de poder, preso em um sistema `aggressively` `angry`, que, em certos momentos, parece ter um resquício de humanidade, mas que, na maioria das vezes, se curva à `cruelty` da situação. Desmond Dube, como Dube, o funcionário do hotel, é o elo com o cotidiano da tragédia, com o medo constante e a lealdade inabalável.

“Hotel Ruanda” não é um filme fácil de assistir. Ele não nos oferece respostas simples ou um final cor-de-rosa. Ele nos confronta com a brutalidade do `genocide`, com a fragilidade da vida, com a força de um homem que, por teimosia, por dignidade, por amor, se recusou a ceder. É uma história de `refugee camp`, de fuga, de perda, mas também de uma sobrevivência milagrosa. Produtoras como United Artists, Metro-Goldwyn-Mayer e Lions Gate Films se uniram para trazer essa história à tela, e sou grato por isso.

Ao fim, o que fica é a reverberação de Paul Rusesabagina, um herói improvável, um homem que nos ensina que, mesmo quando o mundo parece desabar e a `death` paira no ar, há sempre espaço para a compaixão e para a ação, por menor que ela pareça ser. Hotel Ruanda é um lembrete `cautionary` do que somos capazes – tanto do pior quanto do melhor. E é por isso que ele continua a me assombrar, a me inspirar e a me fazer pensar, anos depois de tê-lo visto pela primeira vez. Você já se permitiu essa experiência? Se não, recomendo. Mas esteja avisado: ele vai ficar com você.

Trailer

Oferta Especial Amazon Prime

Assine o Amazon Prime e assista a Hotel Ruanda no Prime Video.

Você ainda ganha frete GRÁTIS em milhares de produtos, milhões de músicas com o Amazon Music e muito mais. *Benefícios sujeitos aos termos do Amazon Prime.

Assinar Amazon Prime