Invocação do Mal 2: Uma Possessão que Assombra (Ainda) a Memória
Nove anos se passaram desde que em 2016, vi pela primeira vez Invocação do Mal 2. Olhando para trás, de 2025, percebo que o filme, dirigido por James Wan, conseguiu algo raro no gênero de terror: transcendência. Ele não é apenas um filme de sustos baratos – embora tenha os seus, claro – mas sim uma incursão profunda no folclore do sobrenatural, na fragilidade da fé e na resiliência da família perante o inexplicável.
A sinopse, para os poucos incautos que ainda não se aventuraram nesse universo, é simples: os investigadores paranormais Lorraine e Ed Warren são chamados para Enfield, na Inglaterra, para ajudar a família Hodgson, uma mãe solteira e seus quatro filhos, atormentados por uma presença maléfica. O caso, conhecido como o “Amityville inglês”, é considerado um dos mais documentados da história da parapsicologia, e o filme tece uma narrativa envolvente em torno dessa premissa.
O talento de James Wan como diretor é inegável. Ele constrói uma atmosfera de suspense crescente, usando a fotografia, a trilha sonora e os efeitos sonoros com maestria. Não são apenas os jumpscares, mas a silhueta de uma sombra, o rangido de uma porta, o som de passos lentos que realmente te deixam na ponta da cadeira. A construção dos momentos de terror é milimetricamente calculada, elevando a experiência para além do trivial.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | James Wan |
Roteiristas | David Leslie Johnson-McGoldrick, Carey Hayes, James Wan, Chad Hayes |
Produtores | Peter Safran, Rob Cowan, James Wan |
Elenco Principal | Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe, Frances O'Connor, Lauren Esposito |
Gênero | Terror |
Ano de Lançamento | 2016 |
Produtoras | New Line Cinema, The Safran Company, Atomic Monster, RatPac Entertainment |
As atuações são excepcionais. Vera Farmiga e Patrick Wilson, como Lorraine e Ed Warren, respectivamente, entregam performances memoráveis, transmitindo a crença, a determinação e, acima de tudo, o amor que movem seus personagens. Madison Wolfe, como Janet Hodgson, a filha mais velha possuída, é um destaque à parte; sua atuação é crua, visceral e verdadeiramente assustadora. A química entre todos os atores é palpável, dando veracidade à narrativa.
Mas Invocação do Mal 2 não é perfeito. Alguns podem criticar o roteiro por se apoiar em alguns clichês do gênero, e em alguns momentos, a narrativa fica ligeiramente lenta. Eu, pessoalmente, não concordo totalmente com isso. Acho que a lentidão estratégica ajuda a construir a tensão e o clima de pavor que permeia a trama.
O que realmente assombra em Invocação do Mal 2?
O que me fascina em Invocação do Mal 2 é a sua exploração da fé, da dúvida e do poder da família. A mãe solteira, interpretada com força por Frances O’Connor, luta para proteger seus filhos das forças do mal, e a dinâmica entre eles é o coração do filme. A relação entre os Warrens, demonstração de fé inabalável, também é comovente. O filme não é apenas um espetáculo de horror, mas uma exploração humana da fragilidade e da resistência. A aparição de Valak, com seu olhar penetrante, se tornou icônica, marcando a entrada da personagem no universo cinematográfico criado por Wan.
Comparando com a opinião de outros críticos, que preferiram o primeiro filme da franquia, discordo veementemente. Para mim, Invocação do Mal 2 é mais maduro, mais complexo e mais efetivamente assustador. Aquele comentário que compara o filme com produções dos anos 80 revela a sua essência: é um filme que honra as tradições do terror clássico, mas com uma sensibilidade contemporânea.
Conclusão: Vale a Pena Assistir em 2025?
Nove anos depois, Invocação do Mal 2 continua sendo um filme de terror excepcional. A sua atmosfera opressiva, as atuações impecáveis e a exploração de temas complexos o elevam acima da maioria dos filmes do gênero. Se você busca um filme de terror que te prenda do início ao fim, que te faça pular na cadeira e que, ao mesmo tempo, te faça refletir sobre a fé, a família e o poder do sobrenatural, Invocação do Mal 2 é uma escolha perfeita. Recomendo fortemente. E acredite, a experiência continua a mesma, tão eficaz e perturbadora quanto foi em 2016. Se você ainda não o viu, prepare-se para uma noite de sono agitada.