Jogo das Traições: Um thriller que te prende, mas te deixa querendo mais
Cinco anos depois de seu lançamento em 2020, revi Jogo das Traições, e a experiência me deixou com uma sensação… complexa. O filme, dirigido por Jamal Hill e escrito por Preston A. Whitmore II, acompanha Gena Hollins, interpretada com força por Erica Peeples, em sua tentativa de reconstruir a vida em Filadélfia após um trauma passado. Mas o passado, como costuma acontecer nesses thrillers, teima em não deixá-la em paz, retornando com uma ameaça ainda maior. A trama, sem revelar muito, equilibra suspense com drama, explorando as consequências de escolhas passadas e a luta pela redenção.
A direção de Jamal Hill é competente, sem ser excepcional. Ele constrói a atmosfera de suspense com eficácia, usando a cidade de Filadélfia como um personagem sombrio e ameaçador, que reflete o estado mental de Gena. Há momentos de tensão bem construídos, que prendem o espectador à tela. Porém, senti falta de um toque mais autoral, uma assinatura estética que diferenciasse o filme de outros thrillers urbanos. O roteiro, por sua vez, apresenta uma premissa interessante, mas peca em alguns desenvolvimentos. Há momentos em que a trama se arrasta, perdendo o ritmo, e alguns plots twists previsíveis que tiram um pouco do impacto da narrativa.
O elenco, no entanto, é um ponto alto. Vivica A. Fox, como Shoog, entrega uma performance poderosa, carregada de nuances e mistério. Andra Fuller e Rotimi também brilham em seus respectivos papeis, enquanto Waka Flocka Flame adiciona um toque de realidade crua ao longa. Erica Peeples, como a protagonista, carrega o peso da história em seus ombros com maestria, transmitindo a fragilidade e a força de Gena com convicção. Sua atuação é o verdadeiro coração pulsante do filme.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Jamal Hill |
| Roteirista | Preston A. Whitmore II |
| Elenco Principal | Vivica A. Fox, Andra Fuller, Rotimi, Erica Peeples, Waka Flocka Flame |
| Gênero | Thriller, Drama |
| Ano de Lançamento | 2020 |
| Produtora | Gena's Story |
O maior trunfo de Jogo das Traições é a exploração da fragilidade humana e as consequências de decisões passadas. O filme aborda temas como trauma, redenção e a busca por uma vida melhor, mesmo em meio à adversidade. No entanto, a abordagem desses temas, apesar de bem-intencionada, às vezes se sente superficial. A profundidade emocional prometida na sinopse não se materializa totalmente na tela, o que é uma pena, considerando o potencial do material original.
Entre os pontos fracos, além da previsibilidade em alguns momentos e da falta de originalidade na direção, a produção se sentiu um pouco limitada, principalmente em termos de orçamento. Não que isso impeça a apreciação do filme, mas algumas cenas poderiam ter ganhado um impacto visual maior com uma produção mais robusta.
Em resumo, Jogo das Traições é um thriller competente, impulsionado por ótimas atuações, mas que fica aquém do seu potencial. Recomendaria a obra para fãs do gênero que buscam uma trama de suspense, mas sem grandes expectativas em termos de originalidade ou inovação. É uma experiência mediana, com momentos brilhantes e outros que deixam a desejar, mas que, no fim das contas, consegue prender a atenção do público até o desfecho. Se você busca um thriller envolvente para uma noite de cinema em casa, via streaming, Jogo das Traições pode ser uma boa pedida, mas não espere um clássico do gênero. A recepção crítica em 2020 foi morna, e cinco anos depois, a minha avaliação permanece na mesma linha.




