Jovens Bruxas (1996): Um Feitiço de Nostalgia que Continua a Encantar
Passaram quase 30 anos desde que Jovens Bruxas chegou aos cinemas brasileiros em 4 de julho de 1996, e, olhando para trás, percebo o quanto esse filme, que eu assisti pela primeira vez em uma sessão da tarde lotada, moldou minha percepção sobre o gênero teen horror. Não se trata apenas de nostalgia, embora a onda nostálgica dos anos 90 contribua para o seu apelo atual. Jovens Bruxas é uma obra que, apesar de suas imperfeições, consegue capturar uma energia única, um misto de rebeldia adolescente, magia negra e uma amizade feminina complexa e autêntica que se mantém fascinante até os dias de hoje (18 de setembro de 2025).
O longa acompanha Sarah, uma jovem que chega em Los Angeles e se sente deslocada até encontrar Nancy, Bonnie e Rochelle, três bruxas inexperientes, mas cheias de atitude. Juntas, elas exploram seus poderes, mergulham no mundo da magia, e, claro, buscam vingança contra aqueles que as ofenderam. A sinopse, embora resumida, esconde uma trama mais complexa que explora temas como a busca pela identidade, a pressão social e o poder transformador da amizade – e da magia, claro.
A direção de Andrew Fleming, que também co-escreveu o roteiro com Peter Filardi, é um acerto. Fleming cria uma atmosfera sombria e charmosa, utilizando a fotografia e a trilha sonora com maestria para construir o clima gótico e misterioso. A fotografia, com suas cores saturadas e enquadramentos cuidadosos, pinta um Los Angeles noturno e mágico, longe dos cartões postais brilhantes. A trilha sonora, por sua vez, combina perfeitamente com a estética, pontuando os momentos de tensão e mistério com perfeição. As atuações são outro ponto alto: Robin Tunney, Fairuza Balk, Neve Campbell e Rachel True formam um quarteto memorável, transmitindo com naturalidade a complexidade de suas personagens. Cada uma delas, com sua individualidade marcante, contribui para o charme e a energia do filme. Skeet Ulrich, no papel de Chris, completa o elenco com sua presença charmosa e enigmática, que embora possa parecer um clichê hoje, na época era irresistível.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Andrew Fleming |
| Roteiristas | Peter Filardi, Andrew Fleming |
| Produtor | Douglas Wick |
| Elenco Principal | Robin Tunney, Fairuza Balk, Neve Campbell, Rachel True, Skeet Ulrich |
| Gênero | Terror, Drama, Fantasia |
| Ano de Lançamento | 1996 |
| Produtoras | Columbia Pictures, Red Wagon Entertainment |
Apesar de ser um filme extremamente divertido e envolvente, Jovens Bruxas não é perfeito. Algumas escolhas narrativas podem parecer datadas para o público contemporâneo, e o roteiro apresenta algumas fragilidades, principalmente no que se refere à explicação de certos aspectos da magia. A resolução de alguns conflitos, também, poderia ser mais elaborada.
No entanto, os pontos fortes superam em muito os fracos. A exploração do universo feminino, a força da amizade entre as quatro protagonistas e a representação da magia como ferramenta de empoderamento são temas que ressoam de forma particularmente poderosa, principalmente para as jovens espectadoras. O filme, apesar de ser classificado como terror, explora temas relevantes como a puberdade, a busca pela identidade, a solidão, a pressão social e os desafios da adolescência. A jornada de autodescoberta das personagens, salpicada de rituais e feitiços, é comovente e inspiradora.
O sucesso de Jovens Bruxas em 1996, apesar de não ter sido um fenômeno de bilheteria estrondoso, fez com que a produção gerasse um bom retorno para a Columbia Pictures e a Red Wagon Entertainment. Sua permanência na cultura popular, no entanto, se deve, em grande parte, à sua qualidade atemporal e à sua capacidade de conectar com diferentes gerações. A sua influência é facilmente percebida em filmes e séries posteriores, demonstrando sua relevância no panorama do cinema teen.
Em resumo, Jovens Bruxas é um filme que transcende sua classificação genérica. É um filme sobre amizade, poder feminino, magia e a busca pela identidade. Apesar de algumas imperfeições, o filme se destaca pela atmosfera envolvente, as atuações convincentes e a abordagem única dos temas explorados. Se você busca uma experiência cinematográfica que combine nostalgia, terror, fantasia e um toque de empoderamento feminino, Jovens Bruxas é uma escolha imperdível. Recomendo fortemente, especialmente para aqueles que apreciam filmes cult e clássicos do gênero teen horror – e é claro, que apreciam um bom feitiço. Vale muito a pena procurar o filme em plataformas digitais como o Netflix, Amazon Prime Video ou outras plataformas de streaming, e revivê-lo (ou assisti-lo pela primeira vez).




