Jurassic World: Um Parque de Diversões Pré-Histórico que Nos Deixa Pensativos
Dez anos se passaram desde que assisti a Jurassic World em 2015, e a experiência ainda ecoa em minha mente. Não se trata apenas de dinossauros em CGI impecável (para a época, é claro), mas de uma exploração – ou melhor, uma reexploração – de temas que ressoam profundamente no público, mesmo para aqueles que não cresceram com a nostalgia da trilogia original. O filme apresenta uma trama envolvendo um novo parque temático, construído sobre a mesma ilha amaldiçoada, que se torna palco de uma fuga catastrófica protagonizada por uma nova espécie de dinossauro geneticamente modificado. A combinação de ação frenética, suspense e um toque de terror animal resulta numa experiência cinematográfica visceral, embora com suas falhas.
Direção, Roteiro e Atuações: Uma Equação com Variáveis Interessantes
Colin Trevorrow assume a direção com maestria, equilibrando os momentos de pura ação com instantes de respiro, onde a trama consegue respirar e desenvolver seus personagens. A fotografia é impecável, captando a beleza e a ameaça da ilha ao mesmo tempo. O roteiro, apesar de algumas conveniências narrativas, funciona como um relógio, conduzindo a história de forma eficiente até seu clímax explosivo. Os diálogos, embora nem sempre memoráveis, cumprem seu papel de mover a narrativa.
Chris Pratt, como Owen, o treinador de velociraptors, entrega uma performance charmosa e carismática, se tornando um dos pontos fortes do filme. Bryce Dallas Howard, como Claire, a gerente do parque, começa um tanto estereotipada, mas sua jornada de transformação ao longo da trama é convincente. O restante do elenco oferece suporte sólido, com destaque para Irrfan Khan, que infelizmente nos deixou em 2020, em uma atuação memorável como Simon Masrani. Vincent D’Onofrio, como o vilão Hoskins, é eficaz na sua interpretação, transmitindo perfeitamente a ganância e a falta de escrúpulos de seu personagem. A química entre Pratt e Howard funciona muito bem, elevando as cenas em que ambos estão juntos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Colin Trevorrow |
| Roteiristas | Rick Jaffa, Amanda Silver, Derek Connolly, Colin Trevorrow |
| Produtores | Frank Marshall, Patrick Crowley |
| Elenco Principal | Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan, Vincent D'Onofrio, Ty Simpkins |
| Gênero | Ação, Aventura, Ficção científica, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2015 |
| Produtoras | Amblin Entertainment, Universal Pictures, Legendary Pictures |
Pontos Fortes e Fracos: Um Gigante com Pés de Barro?
O maior trunfo de Jurassic World é, sem dúvida, o espetáculo visual. A combinação de efeitos especiais realistas e a grandiosidade dos dinossauros na tela é de tirar o fôlego. A ação é palpitante, mantendo o espectador na ponta da cadeira. Mas, como todo gigante, o filme tem seus pés de barro. O roteiro, apesar de eficiente, peca em alguns momentos pela previsibilidade e falta de profundidade em alguns personagens secundários. A resolução de alguns conflitos parece apressada, o que poderia ser um ponto de melhoria se houvesse maior tempo de tela para se aprofundar nas implicações da engenharia genética.
Temas e Mensagens: Mais que um Espetáculo de Dinossauros
Além do entretenimento puro, Jurassic World toca em temas relevantes, como a ganância corporativa, a irresponsabilidade da manipulação genética e as consequências imprevisíveis das nossas ações sobre o meio ambiente. A mensagem implícita sobre o respeito à natureza e a importância de conter a nossa ambição desmedida é sutilmente integrada à trama, tornando-a mais rica e reflexiva. De certa forma, o filme serve como uma metáfora para os perigos da busca incessante pelo progresso sem considerar as implicações éticas.
Conclusão: Uma Viagem Indispensável (Mesmo que Imperfeita)
Apesar de suas falhas, Jurassic World é uma experiência cinematográfica gratificante e inesquecível. O impacto visual, a ação empolgante e o carisma de Chris Pratt compensam as fraquezas do roteiro. Recomendo fortemente a todos que apreciem filmes de aventura e ficção científica, especialmente aos que sentiram o fascínio da trilogia original. É uma obra que, mesmo dez anos depois, se mantém atual e relevante, servindo como uma análise sutil, porém impactante, sobre a responsabilidade humana diante do poder da tecnologia. Na minha opinião, vale cada minuto assistido, mesmo que alguns encontros com os predadores pré-históricos pareçam mais espetáculo do que terror genuíno. O filme pode ser encontrado em diversas plataformas de streaming em 2025.




