Kingsglaive: Final Fantasy XV – Uma Espada de Dois Gumes em Animação
Nove anos depois de seu lançamento em 2016, revisitar Kingsglaive: Final Fantasy XV ainda me causa uma mistura de sentimentos complexos. É um filme que, apesar de seus problemas, me cativou de uma forma que poucos filmes de animação baseados em jogos conseguiram. Sua história, centrada no reino mágico de Lucis e na batalha épica contra o império de Niflheim pelo último Cristal, é um conto de sacrifício, lealdade e o peso da coroa. A sinopse, sem grandes spoilers, resume bem a premissa: uma guerra iminente, um rei desesperado e uma força de elite disposta a dar suas vidas pela proteção do seu lar.
A direção de Takeshi Nojima é, sem dúvida, um ponto alto. A estética é de tirar o fôlego; a animação, embora em 2016 não fosse a mais avançada tecnicamente, mantém uma fluidez incrível em muitas das cenas de ação. A coreografia de luta é elegante e brutal, transmitindo a sensação de peso e poder das habilidades mágicas e dos combates corpo a corpo. No entanto, a animação, em alguns momentos, apresenta certa inconsistência. Existem momentos em que a qualidade visual parece oscilar, o que quebra um pouco a imersão.
O roteiro de Takashi Hasegawa é onde o filme demonstra suas maiores fragilidades. A trama, apesar de apresentar uma premissa interessante, se desenvolve de forma bastante corrida, sacrificando o desenvolvimento dos personagens em favor da ação frenética. Apesar do elenco de dubladores japoneses talentosos, incluindo nomes como Gō Ayano como Nyx Ulric e Shiori Kutsuna como Lunafrena Nox Fleuret, a falta de tempo de tela para explorarem a profundidade emocional de seus personagens acaba prejudicando o impacto emocional da narrativa. As motivações de alguns personagens permanecem nebulosas, o que impede uma conexão mais profunda com a história.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | 野末武志 |
Roteirista | 長谷川隆 |
Produtor | 田畑端 |
Elenco Principal | 綾野剛, 忽那汐里, 藤村歩, Keiji Fujiwara, Koichi Yamadera |
Gênero | Animação, Ficção científica, Ação |
Ano de Lançamento | 2016 |
Produtoras | Visual Works, Digic Pictures, Pixoloid Studios, Square Enix, Square USA, The Monk Studios, Toneplus Animation Studios, Stage 6 Films, Sony Pictures Home Entertainment |
Um dos maiores pontos fortes de Kingsglaive reside na sua ação visceral. As batalhas são coreografadas com maestria, e a utilização de efeitos especiais, apesar de alguns momentos de inconsistência técnica, contribui para a construção de uma experiência visualmente impactante. Por outro lado, a rapidez com que a narrativa avança deixa pouco espaço para explorar temas mais profundos. A relação entre o Rei Regis e seus súditos, por exemplo, poderia ter sido explorada de forma mais abrangente e comovente.
Kingsglaive explora temas de lealdade, sacrifício e o peso do poder. A luta pelo Crystal representa muito mais do que uma batalha territorial: simboliza a luta pela sobrevivência e pela preservação de um legado. Porém, esses temas poderiam ter sido desenvolvidos com mais profundidade e sutileza, ao invés de serem apresentados de maneira superficial e previsível.
Em sua conclusão, Kingsglaive: Final Fantasy XV é um filme de animação que se sustenta principalmente pela qualidade de sua animação e ação. A experiência visual é gratificante, principalmente para os fãs da franquia Final Fantasy. No entanto, o roteiro apressado e a falta de desenvolvimento de personagens prejudicam o seu potencial. Considerando tudo, eu o recomendaria apenas para aqueles que já são apaixonados pelo universo Final Fantasy ou que buscam uma experiência visualmente impressionante, mesmo que repleta de falhas narrativas. Não é uma obra-prima, mas oferece momentos de brilho que compensam, em parte, seus defeitos. Para um público mais exigente, talvez a experiência seja frustrante, mas para um fã incondicional como eu, a experiência ainda vale a pena. No final das contas, Kingsglaive: Final Fantasy XV é uma espada de dois gumes; uma experiência visualmente impactante, mas com uma lâmina narrativamente cega.