Lara Croft: Tomb Raider – Uma Aventura que Resistiu ao Tempo (ou Quase Isso)
Em 2001, o mundo assistiu à estreia de Lara Croft: Tomb Raider, um filme que ousou transpor para as telas a icônica heroína dos videogames. Vinte e quatro anos depois, analisando-o em 2025, a pergunta que paira é: o longa-metragem envelheceu bem? A resposta, como a maioria das coisas na vida, é um pouco mais complexa do que um simples sim ou não.
A trama acompanha Lara Croft, uma rica herdeira e arqueóloga aventureira, em busca de um artefato lendário chamado Triângulo de Luz, antes que a poderosa e sinistra sociedade secreta dos Illuminati o encontre. A jornada a leva por diversos cenários, de Londres a sítios arqueológicos exóticos, e envolve combates eletrizantes e enigmas desafiadores. Tudo isso, é claro, com o charme e a força inegáveis de Lara, numa aventura que mistura ação, fantasia e um bom toque de suspense.
A direção de Simon West, embora não seja revolucionária, se destaca na construção de sequências de ação visualmente impactantes. As cenas de luta são dinâmicas e bem coreografadas, com Angelina Jolie assumindo o papel de Lara com uma energia e um carisma inegáveis. A performance dela, na verdade, é um dos pontos mais altos do filme. Jolie personifica a força e a independência de Lara com uma desenvoltura que beira a perfeição, carregando o longa-metragem nas costas com a mesma facilidade com que Lara escala muros e desvia de armadilhas mortais. A química com Daniel Craig, no papel de Alex West, também funciona bem, adicionando uma camada de interesse romântico (apesar de pouco explorado) à narrativa. O restante do elenco cumpre seu papel, com Iain Glen como um vilão convincente. Já o roteiro, escrito por Patrick Massett e John Zinman, sofre um pouco mais. Ele se apoia em muitos clichês do gênero e, em alguns momentos, a trama parece mais interessada em apresentar cenas de ação espetaculares do que em desenvolver a história e os personagens com profundidade.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Simon West |
Roteiristas | Patrick Massett, John Zinman |
Produtores | Lawrence Gordon, Lloyd Levin, Colin Wilson |
Elenco Principal | Angelina Jolie, Iain Glen, Daniel Craig, Noah Taylor, Chris Barrie |
Gênero | Aventura, Fantasia, Ação, Thriller |
Ano de Lançamento | 2001 |
Produtoras | Paramount Pictures, Mutual Film Company, Lawrence Gordon Productions, Eidos Films |
Um dos pontos fortes do filme é, sem dúvida, a estética. A produção investiu pesado em cenários grandiosos e efeitos especiais (para a época) impressionantes. A combinação de locais reais e cenários construídos com maestria confere à produção um visual rico e imersivo. O design de produção é outro ponto positivo, lembrando alguns trabalhos steampunk. Angkor Wat, em toda a sua beleza, é um destaque. Porém, a narrativa sofre por se ater muito aos elementos visuais e se perder um pouco nos detalhes. A trama, apesar de funcionar, poderia ter um desenvolvimento mais equilibrado.
Quanto aos temas, o filme explora, de forma superficial, a busca pela imortalidade, o poder do conhecimento e a luta contra a opressão. Apesar de não serem profundamente explorados, esses temas adicionam uma camada extra de significado à aventura. A jornada de Lara, mesmo com alguns tropeços narrativos, serve como uma metáfora para a busca pela autodescoberta e pela independência feminina. Em 2001, o filme foi uma vitrine de uma heroína feminina forte e independente em um cenário dominado por personagens masculinos, o que deve ser valorizado no contexto de sua época.
Ao revisitar Lara Croft: Tomb Raider em 2025, é difícil ignorar o peso da nostalgia. O filme, apesar de suas falhas, cumpre o seu propósito. É uma aventura divertida e visualmente impressionante, perfeita para uma sessão de cinema despretensiosa. Ele não é uma obra-prima cinematográfica, mas sim um produto divertido de sua época que, talvez, tenha envelhecido um pouco pior do que algumas críticas mais generosas indicavam na época do lançamento. Recomendaria a sua visualização para quem aprecia filmes de aventura e ação, com uma pitada de fantasia e um toque nostálgico para os anos 2000. A trilha sonora, aliás, vale a pena ser ouvida novamente. Afinal, quem nunca sonhou em correr pelos corredores de um templo antigo, escapando de armadilhas mortais, enquanto uma melodia épica ecoa ao fundo?