Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida: Uma Aventura que Resiste ao Tempo (ou Tenta)
Em 2003, a Lara Croft de Angelina Jolie retornou às telas em “Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida”, sequência que, a bem da verdade, divide opiniões até hoje. Mais de 22 anos depois, em 2025, voltei a mergulhar nessa aventura, e preciso dizer: a experiência é… complexa. A sinopse, em poucas palavras, nos apresenta Lara em busca da lendária Caixa de Pandora, enquanto um cientista ambicioso, o Dr. Jonathan Reiss (Ciarán Hinds), trama nos bastidores para usá-la em seu próprio benefício. A jornada leva a arqueóloga por vários cantos do globo, em uma corrida contra o tempo repleta de ação, mistério e, claro, muita adrenalina.
A direção de Jan de Bont, conhecido por clássicos do suspense como “Velocidade Máxima”, imprime ao filme uma energia frenética. As cenas de ação são, sem dúvida, o grande chamariz. Explosões, tiroteios, perseguições de tirar o fôlego – de Bont entrega exatamente o que se espera de um filme de ação, e o faz com uma certa maestria visual. Entretanto, esse excesso de adrenalina em alguns momentos se sobrepõe à narrativa, criando uma sensação de atropelo em partes da trama. O roteiro, assinado por Dean Georgaris, segue a fórmula testada e aprovada do primeiro filme: uma trama envolvendo artefatos míticos, conspirações globais e um vilão caricato. A busca pela Caixa de Pandora funciona como um enredo funcional, mas não se aprofunda muito na mitologia ou nos elementos fantásticos apresentados.
As atuações, como era de se esperar, são um ponto crucial na avaliação. Angelina Jolie, em sua melhor forma, transcende a imagem de simples ícone de ação e entrega uma Lara Croft com personalidade marcante. Sua performance carrega o filme nas costas, equilibrando a força física com uma fragilidade emocional subjacente – algo que os games exploraram melhor. Gerard Butler, como o mercenário Terry Sheridan, e Ciarán Hinds, como o perturbador Dr. Reiss, completam o elenco com atuações sólidas, ainda que seus personagens fiquem em segundo plano para o protagonismo cativante de Lara.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Jan de Bont |
| Roteirista | Dean Georgaris |
| Produtores | Lawrence Gordon, Lloyd Levin |
| Elenco Principal | Angelina Jolie, Gerard Butler, Ciarán Hinds, Chris Barrie, Noah Taylor |
| Gênero | Ação, Aventura, Fantasia, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2003 |
| Produtoras | Paramount Pictures, Mutual Film Company, Lawrence Gordon Productions, Eidos Films, October Pictures, BBC Film, Tele München, TOHO |
A maior força do filme reside em sua estética. A fotografia, repleta de paisagens exóticas, contribui para criar uma atmosfera de aventura grandiosa. A coreografia das lutas e as sequências de ação são bem elaboradas e visualmente impactantes, mesmo que em 2025, alguns efeitos especiais demonstrem a idade do longa. Por outro lado, a fragilidade do roteiro e sua previsibilidade são seus pontos fracos mais evidentes. A trama é repleta de clichês do gênero, e a progressão narrativa, apesar de rápida, deixa alguns detalhes pendentes e engole, por vezes, o desenvolvimento dos personagens coadjuvantes.
“A Origem da Vida”, em sua essência, explorava temas de ambição desenfreada, a busca pelo poder e as consequências de se mexer com forças desconhecidas. É uma parábola moderna sobre a ganância humana e o risco de se brincar com o desconhecido. Mas, a mensagem fica perdida no meio do frenesi da ação, sem muita profundidade filosófica.
Em resumo, “Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida” é um filme de ação e aventura que consegue entreter, principalmente se você busca um espetáculo visual frenético sem grandes exigências narrativas. Embora não atinja a excelência do primeiro filme da franquia, ainda oferece boas doses de ação, cenas memoráveis e a carismática performance de Angelina Jolie. Recomendo o filme para aqueles que apreciam o gênero e procuram um entretenimento sem compromisso – principalmente se ele estiver disponível em plataformas digitais de streaming. É um filme que, como a própria Lara Croft, pode sobreviver à passagem do tempo, mesmo que carregue consigo as cicatrizes de suas escolhas narrativas. Vale a pena uma revisita nostálgica, porém não espere uma obra-prima cinematográfica.




