Make Your Move: Um Ritmo Que Te Pega, Mas Nem Sempre Te Leva Onde Quer
Doze anos se passaram desde que Make Your Move estreou nos cinemas, e a memória desse filme musical me acompanha até hoje, não por sua perfeição – longe disso! – mas por sua peculiaridade, quase um paradoxo cinematográfico. É um filme que, apesar de seus tropeços, pulsa com uma energia contagiante, uma vibração quase palpável que, mesmo sabendo das suas falhas, consegue me envolver.
A trama acompanha Donny, um jovem artista talentoso que se muda para Nova York para ajudar seu irmão Nick em seu empreendimento de abrir um novo clube. No meio da efervescência da cidade que nunca dorme, Donny encontra Aya, uma dançarina elegante e enigmática que o fascina. No entanto, um segredo ameaça a paixão que surge entre eles: Aya é irmã do maior rival de Nick. A escolha entre o amor e a lealdade familiar os coloca em um dilema explosivo.
A direção de Duane Adler, que também assina o roteiro, é, digamos, funcional. Não espere inovações visuais ou uma narrativa profundamente complexa. A câmera acompanha a dança com eficiência, valorizando os movimentos dos bailarinos, mas a direção em si carece de um tom definido, flutuando entre o melodrama romântico e o filme de ação levemente coreografado. O roteiro, por sua vez, é previsível, com diálogos que, às vezes, soam artificiais e apressados, típicos dos filmes que priorizam a coreografia sobre a profundidade narrativa.
Porém, o que salva Make Your Move é a energia pura de sua trilha sonora e as performances do elenco. Derek Hough, como Donny, transmite com convicção a paixão pelo irmão e a atração por Aya, mesmo com o material levemente raso. BoA, como Aya, é uma força da natureza, dominando a tela com sua presença marcante e talento inegável. Sua dança é a alma do filme, transmitindo emoções com precisão e fluidez. O restante do elenco, com destaque para Will Yun Lee e Wesley Jonathan, entrega interpretações sólidas, mesmo que os seus personagens não sejam tão explorados.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Duane Adler |
| Roteirista | Duane Adler |
| Produtores | Robert W. Cort, 이수만, Patricia Chun, Eric Hetzel |
| Elenco Principal | Derek Hough, 보아, Will Yun Lee, Wesley Jonathan, Izabella Miko |
| Gênero | Música |
| Ano de Lançamento | 2013 |
| Produtoras | Serendipity Productions, CJ Entertainment, SM Entertainment, Robert Cort Productions |
Um dos maiores pontos fortes do filme é, sem dúvidas, a dança. As coreografias são impressionantes, vibrantes e cheias de estilo. Há uma energia genuína, uma paixão que transborda da tela e que te envolve, independente dos defeitos da trama. Mas, ao mesmo tempo, essa é também sua maior fragilidade. A priorização da dança sobre o desenvolvimento dos personagens e a construção de uma narrativa mais consistente prejudica a experiência geral. Os arcos dramáticos são rasos, as motivações dos personagens muitas vezes pouco exploradas, e o conflito central – a escolha entre o amor e a lealdade – se desenvolve de maneira bastante superficial.
O filme aborda temas como a busca por sonhos, a importância da família e o peso das escolhas, mas esses temas ficam subdesenvolvidos. A mensagem final, apesar de positiva, não deixa uma marca profunda, falhando em provocar uma reflexão mais significativa no espectador.
Lançado em 2013, Make Your Move não foi aclamado pela crítica, e sua recepção foi, na melhor das hipóteses, morna. Ainda assim, olhando para ele em 2025, consigo apreciar seu espírito livre e sua energia vibrante. É um filme que talvez não seja perfeito, mas que, se você gosta de filmes musicais com muita dança e uma pitada de romance, pode te surpreender, mesmo que de forma leve. A recomendação é condicional: se você busca uma experiência cinematográfica profunda e complexa, procure outro título. Mas se quer se divertir com uma boa dose de dança e uma história de amor leve, Make Your Move pode ser uma opção prazerosa, apesar de suas limitações.




