Ah, Matlock. Aquele nome que, para quem cresceu vendo televisão nos anos 80 e 90, já evoca uma certa nostalgia, um terno impecável e a mente afiada de um advogado que sempre desvendava o “quem fez”. Mas você sabe, o mundo muda, e as boas ideias merecem ser revisitadas, renovadas, reencarnadas com um toque de gênio contemporâneo. E foi exatamente isso que Jennie Snyder Urman fez ao nos presentear com a nova Matlock, que estreou em 2024 e, honestamente, já se solidificou como um dos meus prazeres culposos (e nem tão culposos assim!) da TV.
Quando ouvi falar que teríamos uma nova Matlock, meu primeiro pensamento foi: “Quem tem a audácia de assumir esse manto?”. A resposta veio rápida e retumbante: Kathy Bates. E, minha gente, que escolha acertada! Não é apenas um “reboot” ou uma cópia carbono; é uma evolução, um sopro de ar fresco que mantém a essência do que amamos nos dramas jurídicos clássicos, mas com uma camada de complexidade e humor que só Bates consegue entregar.
Madeline “Matty” Matlock, interpretada com uma maestria que só Kathy Bates possui, não é apenas uma advogada brilhante; ela é uma força da natureza. Ver Matty voltar a um prestigiado escritório de advocacia após (presumimos) uma pausa, é como assistir a uma loba experiente retornando ao seu território de caça. Suas táticas não são apenas astutas; elas são, por vezes, quase invisíveis, tecendo uma teia de lógica e percepção que deixa a audiência (e os adversários) de boca aberta. Eu me peguei várias vezes no sofá, com os olhos fixos na tela, imaginando o que ela faria em seguida. Não é apenas a inteligência dela que cativa; é a forma como ela usa sua idade e experiência para desarmar, para manipular as expectativas, para expor não só os culpados, mas as irregularidades sistêmicas que muitas vezes se escondem nas entrelinhas da justiça. As mãos inquietas, o olhar que parece ler sua alma, a voz que pode ser tanto doce quanto cortante – tudo em Kathy Bates grita “Matty Matlock”.
O que realmente eleva a série, e onde a profundidade e nuance se manifestam de forma brilhante, é na dinâmica de Matty com o resto do elenco. Não é um show de um só personagem, embora Bates seja o sol em torno do qual tudo orbita. Temos Olympia Lawrence (Skye P. Marshall), uma advogada ambiciosa e cheia de princípios, cuja ética profissional é posta à prova pela abordagem menos ortodoxa de Matty. É uma colisão de mundos que gera faíscas – e ótimos diálogos. Vemos Julian Markston (Jason Ritter), que navega entre a lealdade ao legado do escritório de seu pai, Howard “Senior” Markston (o sempre elegante Beau Bridges), e a admiração pela irreverência de Matty. E Sarah Franklin (Leah Lewis), a voz da nova geração, trazendo uma perspectiva fresca e, por vezes, um choque cultural necessário para o universo mais tradicional do escritório.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Criadora | Jennie Snyder Urman |
| Elenco Principal | Kathy Bates, Skye P. Marshall, Jason Ritter, Leah Lewis, Beau Bridges |
| Gênero | Drama, Crime |
| Ano de Lançamento | 2024 |
| Produtoras | Cloud Nine Productions, Sutton Street Productions, CBS Studios |
A série da Jennie Snyder Urman (cujo trabalho eu já admirava em Jane the Virgin, o que me deixou curioso para ver como ela se aventuraria no drama criminal) consegue equilibrar o mistério de cada caso da semana com o desenvolvimento dos personagens. Não é apenas sobre “quem fez”, mas “por que fizeram” e “como a sociedade permitiu que chegassem a isso”. As tramas são intrincadas, com reviravoltas que te fazem questionar suas próprias suposições, e os momentos de exposição de irregularidades realmente batem fundo, fazendo a gente refletir sobre a complexidade da moralidade e da lei. As histórias não são meros quebra-cabeças a serem resolvidos; são lentes que nos mostram as imperfeições do sistema judicial e da natureza humana.
A produção da Cloud Nine Productions, Sutton Street Productions e CBS Studios é impecável. Desde a fotografia que capta a grandiosidade dos escritórios e a tensão dos tribunais até a trilha sonora que pontua cada revelação e cada olhar penetrante de Matty, tudo conspira para criar uma experiência imersiva. Estando já em 2025, e com a primeira temporada (lançada em 2024) já digerida, posso dizer que Matlock não é só um aceno ao passado; é um passo firme em direção a um futuro onde dramas jurídicos podem ser inteligentes, emocionantes e genuinamente divertidos.
Então, você já deu uma chance para a nova Matlock? O que mais te surpreendeu na performance da Kathy Bates? Deixe sua opinião nos comentários!




