Ajustando um Amor

Ajustando um Amor: Uma Viagem no Tempo que Caiu no Tempo?

Lançado em 2022, Ajustando um Amor prometia uma comédia romântica com uma pitada de ficção científica, explorando a divertida, e talvez perigosa, ideia de viajar ao passado para moldar o futuro de seu amado. A premissa, em si, já é um prato cheio para um filme leve e divertido, e a escolha de Kaley Cuoco e Pete Davidson no elenco principal, inicialmente, parecia garantir um sucesso de bilheteria. Mas, olhando para trás, de 16 de setembro de 2025, percebo que a realidade foi bem diferente do que se esperava.

A sinopse, sem grandes revelações, nos apresenta Sheila (Cuoco), uma mulher com o dom — ou a maldição — de viajar brevemente no tempo. Ao conhecer Gary (Davidson), ela decide usar seus poderes para “ajustar” seu passado, transformando-o no parceiro perfeito. A jornada é cercada pela turbulência inerente a qualquer alteração na linha temporal, e o humor surge das consequências inesperadas dessa manipulação do destino. Mas será que esses ajustes são realmente para o bem?

A direção de Alexandre Lehmann, embora competente em seus aspectos técnicos, não consegue imprimir a originalidade e a energia que o material exige. A narrativa se arrasta em certos momentos, e o roteiro de Noga Pnueli, apesar de algumas boas sacadas de humor, sofre com um desenvolvimento previsível e momentos que caem no clichê. A química entre Cuoco e Davidson, embora existindo em flashes, não consegue carregar o filme sozinha. Cuoco, como sempre, está impecável, trazendo sua energia característica ao papel de Sheila, enquanto Davidson parece preso a um personagem que não encontra sua identidade. O restante do elenco, composto por Deborah S. Craig, Sierra Fisk e Wesley Holloway, oferece performances medianas que não deixam uma marca duradoura.

Um dos pontos altos do filme reside exatamente em seus momentos mais fracos. A previsibilidade da trama torna-se, ironicamente, um ponto de conforto para o espectador. Não há grandes surpresas narrativas, e isso, em um filme com uma premissa tão original, pode ser interpretado como uma decepção. Entretanto, para quem busca uma comédia romântica leve e sem grandes pretensões, essa ausência de complexidade pode até ser apreciada como uma forma de escape.

Ajustando um Amor explora temas interessantes sobre o livre-arbítrio, a construção da identidade e a busca pela felicidade. Mas, infelizmente, esses temas não são explorados com a profundidade que mereceriam. A mensagem que fica é um tanto rasa, e o filme parece perder a oportunidade de se aprofundar em questões mais complexas que sua premissa permitia.

Apesar dos seus defeitos, devo admitir que não posso dizer que odiei Ajustando um Amor. Houve momentos em que me diverti, principalmente pelas performances de Kaley Cuoco, que tenta o máximo que pode para salvar o longa. Mas a verdade é que, em 2025, ele se apresenta como uma comédia romântica mediana que já foi esquecida em sua maioria. A produção, apesar do grande nome envolvido (Akiva Goldsman, por exemplo), não conseguiu superar suas falhas em relação a um roteiro e execução pouco inspirados. Compartilho a opinião de quem achou o filme “super cheesy”, uma tentativa de fórmula batida de comédia romântica com uma pitada de viagem no tempo que não entrega tudo que promete.

Minha recomendação? Se você está procurando uma experiência cinematográfica inesquecível, procure outro filme. Mas se a sua noite pede algo leve e sem compromisso, e você já viu tudo de comédia romântica nos catálogos de streaming, Ajustando um Amor pode servir como um entretenimento descartável, ideal para ser assistido em um dia chuvoso, com direito a um balde de pipoca. Apenas não espere nada revolucionário.