Meu Malvado Favorito 4: Uma Família, Muitos Problemas e um Pouco de Decepção
Confesso, cheguei a Meu Malvado Favorito 4 (lançado em 04/07/2024 no Brasil) com uma expectativa quase infantil. Afinal, quem não cresceu (ou acompanhou o crescimento dos seus filhos) com as travessuras dos Minions e a redenção, sempre um pouco hesitante, do Gru? Mas, como diria o próprio Gru, a vida – e as franquias animadas – raramente seguem um caminho perfeitamente reto.
A sinopse, sem spoilers, é simples: Gru, Lucy, e suas adoráveis filhas, Margo, Edith e Agnes, agora têm um novo membro na família, o pequeno Gru Jr., que, vamos ser sinceros, é uma miniatura do pai em termos de travessuras. Enquanto lida com a paternidade (que, para um ex-vilão, pode ser um desafio ainda maior), a família Gru se vê enfrentando um novo inimigo, Maxime Le Mal, levando-os a uma fuga frenética repleta de ação e, claro, muito humor.
A animação da Illumination, como sempre, é impecável. Os Minions continuam sendo o equivalente animado de um açúcar viciante, impossível de resistir. Mas, em termos de direção de Chris Renaud e do roteiro de Mike White e Ken Daurio, algo me deixou… insatisfeito. Enquanto os momentos de ação são visualmente impressionantes, e a comicidade física dos Minions continua impecável, o roteiro se sente, em alguns momentos, apressado, perdendo nuances que tornaram as anteriores tão cativantes.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Chris Renaud |
Roteiristas | Mike White, Ken Daurio |
Produtores | Chris Meledandri, Brett Hoffman |
Elenco Principal | Steve Carell, Kristen Wiig, Will Ferrell, Sofía Vergara, Miranda Cosgrove |
Gênero | Família, Comédia, Animação, Ficção científica |
Ano de Lançamento | 2024 |
Produtoras | Universal Pictures, Illumination |
O elenco de dubladores originais continua brilhante. Steve Carell, como sempre, dá vida a Gru com uma mistura perfeita de aspereza e ternura. Kristen Wiig, como Lucy, equilibra a força e a delicadeza com maestria. A atuação vocal de Will Ferrell como Maxime Le Mal é caricata, mas eficaz, adicionando uma ameaça divertida, e não ameaçadora, ao roteiro.
O maior problema de Meu Malvado Favorito 4, entretanto, está em sua previsibilidade. O filme se esmera em agradar a todos, mas, ao tentar agradar demais, acaba não surpreendendo. A trama é um pouco superficial, explorando temas familiares – como a paternidade e a importância da família – de forma um tanto genérica. Esperava-se uma profundidade maior, uma exploração mais audaciosa do universo dos personagens. Aquele tom de “destruição criativa” do início da franquia parece ter se esvaído, dando lugar a uma fórmula mais segura, e, infelizmente, menos original. Já li alguns comentários online, como o que diz “It’s trash. Don’t see it”, e sinto que, em alguns aspectos, o crítico tem razão.
Por outro lado, a relação entre Gru e Gru Jr. oferece alguns momentos genuinamente comoventes. A dinâmica familiar, apesar da previsibilidade, é o coração do filme. E a química entre o elenco de dubladores, mesmo dentro de um roteiro menos ambicioso, consegue manter o encanto por todo o filme.
Em suma, Meu Malvado Favorito 4 é um filme familiar razoável, que irá agradar as crianças e, possivelmente, despertar uma pitada de nostalgia nos adultos que cresceram com a franquia. No entanto, a falta de originalidade e a previsibilidade da trama o impedem de alcançar a grandeza de seus antecessores. A recepção da crítica, como se pode verificar online, é bastante dividida, refletindo bem essa experiência ambígua. Se você busca uma diversão leve e sem grandes pretensões, pode valer a pena. Mas se espera algo inovador e profundamente emocionante, talvez seja melhor procurar em outras produções. Eu, pessoalmente, saí do cinema com um gostinho de “quero mais”, mas não exatamente no sentido positivo. O filme cumpre o seu papel, mas não supera a expectativa gerada pela longa espera desde o lançamento anterior. Para mim, a nota fica em 6,5/10.