Miraculous: Ladybug & Cat Noir – Dez anos depois, o encanto permanece?
Dez anos. Dez anos se passaram desde que Ladybug e Cat Noir estrelaram suas primeiras aventuras em Paris, em 2015. Em 2025, olhando para trás, é fácil perceber o impacto cultural que essa série animada teve, ultrapassando as fronteiras do público infantil para conquistar fãs de todas as idades. Mas, após uma década de episódios, novas temporadas e filmes, a magia persiste? A resposta, para minha surpresa, é um retumbante sim, ainda que com algumas ressalvas.
A premissa, como todos sabem, é simples: Marinette Dupain-Cheng, uma estudante comum apaixonada por Adrien Agreste, ganha o poder de se transformar em Ladybug, uma heroína que protege Paris dos planos malignos de Hawk Moth (mais tarde, Papillon). Ao seu lado, o charmoso e galante Cat Noir, alter ego de Adrien, completa a dupla dinâmica. A série equilibra com maestria a vida escolar agitada dos adolescentes com as emocionantes batalhas contra vilões criativamente concebidos, cada um com seu próprio kwami e poder peculiar.
A direção de Thomas Astruc, também criador da série ao lado de Jeremy Zag, merece elogios. A animação, que evoluiu consideravelmente ao longo das temporadas, apresenta um estilo vibrante e dinâmico que captura perfeitamente a energia de Paris. As cenas de ação são bem coreografadas, e o design dos personagens, apesar de algumas mudanças ao longo dos anos, permanece encantador e memorável. A trilha sonora, pontuando cada momento com precisão, é um personagem à parte, contribuindo significativamente para o sucesso da obra.
Atributo | Detalhe |
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Criadores | Thomas Astruc, Jeremy Zag |
Diretor | Thomas Astruc |
Roteiristas | Thomas Astruc, Sébastien Thibaudeau |
Produtor | Jeremy Zag |
Elenco Principal | Anouck Hautbois, Benjamin Bollen, Antoine Tomé, Marie Nonnenmacher, Thierry Kazazian |
Gênero | Action & Adventure, Animação, Kids |
Ano de Lançamento | 2015 |
Produtoras | Method Animation, Toei Animation, SAMG Entertainment, ZAG Entertainment, Miraculous Corp. |
O roteiro, entretanto, é onde a série apresenta seus pontos mais discutidos. Enquanto os primeiros anos se focaram em episódios independentes e autoconclusivos, a narrativa se tornou mais complexa e, em alguns momentos, confusa, com arcos narrativos que se estendem por diversas temporadas. A introdução de novos personagens e poderes, embora agregue à riqueza do universo Miraculous, também pode sobrecarregar a trama, gerando certa sensação de “demasiado” em alguns pontos. As atuações de voz, tanto na versão original francesa quanto nas dublagens, são, em sua maioria, excepcionais, capturando a nuance emocional dos personagens, especialmente a dualidade de Marinette/Ladybug e Adrien/Cat Noir.
Um dos grandes trunfos de Miraculous é sua capacidade de lidar com temas complexos de forma acessível para um público jovem, sem ser didático ou piegas. Amor, amizade, responsabilidade, superação de desafios – a série aborda tudo isso com sensibilidade e sutileza. A relação entre Ladybug e Cat Noir, um dos pilares da narrativa, evoluiu de forma orgânica, explorando a dinâmica entre dois adolescentes que lutam contra o mal enquanto lidam com seus próprios dilemas emocionais. Entretanto, a série também não se esquiva de pontos polêmicos, como a manipulação de Hawk Moth e a questão do poder, o que adiciona profundidade à narrativa.
Porém, a série não está isenta de críticas. A repetição de fórmulas em alguns episódios, o ritmo irregular em alguns arcos e a complexidade crescente da trama podem desagradar alguns espectadores. A dependência de alguns “elementos mágicos” para resolver conflitos também pode parecer pouco convincente para alguns, principalmente em relação à resolução de certos conflitos principais na série.
No geral, Miraculous: As Aventuras de Ladybug se mantém como uma série excepcional. Apesar de alguns deslizes ao longo dos anos, sua capacidade de entreter e emocionar, aliada à sua mensagem positiva e à sua evolução constante, garantem seu lugar como um clássico moderno da animação. Recomendo a série para fãs de ação, aventura, romance e para todos que apreciam uma boa história com personagens cativantes. Dez anos depois, a magia ainda está viva, e é fácil prever que Ladybug e Cat Noir continuarão a inspirar novas gerações por muitos anos.