O Chamado do Perigo: Uma Alma Imparável em Missão: Impossível – O Acerto Final
Ah, Missão: Impossível. Por que, você me pergunta, continuo voltando para essas histórias de espionagem, de planos mirabolantes e de um homem desafiando a gravidade em nome de um bem maior? A resposta é simples: por um misto de admiração e uma sede quase infantil por aquela adrenalina pura, aquela sensação de que tudo é possível quando Tom Cruise está no comando. E foi com esse mesmo fôlego retido, aquela expectativa de um garoto diante da tela, que me sentei para assistir a Missão: Impossível – O Acerto Final, que chegou aos cinemas em maio de 2025. E olha, o que posso dizer? Foi exatamente o que esperava, e um pouco mais.
Sabe, a gente tem uma relação curiosa com franquias longas. Às vezes, queremos algo completamente novo; outras vezes, só queremos o conforto do familiar, mas feito com excelência. ‘O Acerto Final’ se encaixa nesse segundo grupo, mas com uma dose cavalar de emoção que me pegou de surpresa. O Christopher McQuarrie e o Tom Cruise, essa dupla dinâmica, já provaram que entendem a alma de Ethan Hunt como ninguém. E aqui, eles mergulham de cabeça, literalmente.
Desde o primeiro momento, somos jogados no turbilhão de acontecimentos. Aquele acidente de trem, uma marca registrada de perigo iminente que os filmes de ação amam, não é apenas um catalisador; é um lembrete vívido de que em Missão: Impossível, cada segundo conta, cada peça do quebra-cabeça tem que se encaixar. E quando Ethan percebe que a verdadeira ameaça, a tal Entidade – uma inteligência artificial tão onipresente quanto enigmática – está escondida em um antigo submarino russo, a tensão aumenta tanto que minhas mãos suavam no apoio da poltrona, como se eu mesmo estivesse a centenas de metros de profundidade, com o ar rarefeito.
Mas nem tudo é sobre a corrida contra o tempo ou a tecnologia descontrolada. É sobre a sombra do passado. O surgimento de Gabriel, interpretado com uma frieza assustadora por Esai Morales, adiciona uma camada pessoal de perigo. Gabriel não é apenas um terrorista qualquer; ele é um eco do que Ethan já foi ou do que poderia ter se tornado. Sua presença, a maneira como ele parece sempre um passo à frente, não só complica a missão de espionagem, mas também atinge Ethan num lugar mais profundo, mais vulnerável. É um embate de agentes secretos, claro, mas com a fúria e a desilusão de uma velha rixa, o que nos faz questionar até onde as linhas entre o herói e o vilão realmente se confundem.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Christopher McQuarrie |
Roteiristas | Christopher McQuarrie, Erik Jendresen |
Produtores | Christopher McQuarrie, Jake Myers, Tom Cruise |
Elenco Principal | Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Esai Morales |
Gênero | Ação, Aventura, Thriller |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Paramount Pictures, Skydance Media, TC Productions |
A gente já espera os dublês insanos, a corrida frenética, as acrobacias impossíveis de Tom Cruise. E ele entrega, como sempre. Mas aqui, a proeza física se entrelaça de forma mais íntima com a jornada emocional de Ethan. Você não vê apenas o agente secreto saltando de um penhasco ou em uma luta corpo a corpo; você vê o cansaço em seus olhos, a dedicação inabalável, a maneira como ele carrega o peso do mundo em seus ombros. É essa humanidade por trás da máscara de “agente indestrutível” que faz a gente se importar tanto.
E não podemos esquecer da equipe, né? Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg) são mais do que meros coadjuvantes; são o coração pulsante da agência governamental fictícia, a cola que mantém Ethan centrado. Ving Rhames, com sua voz grave e presença inquestionável, é a âncora moral da equipe, enquanto Simon Pegg traz o alívio cômico necessário e a genialidade tecnológica que, ironicamente, tenta desvendar os perigos da inteligência artificial. Hayley Atwell, como Grace, continua a ser uma adição fantástica, uma personagem que nos mostra a ambiguidade da vida de um agente, a linha tênue entre a identidade falsa e a busca por um propósito.
O McQuarrie, como diretor e roteirista, sabe como orquestrar a desinformação e a infiltração. As cenas subaquáticas, as sequências de ação no submarino, são claustrofóbicas e tensas, tirando o fôlego de um jeito que pouquíssimos filmes de ação conseguem. Ele não só nos mostra o terror de uma arma nuclear prestes a ser lançada, mas nos faz sentir o peso de cada decisão, de cada milissegundo.
Alguns críticos podem dizer que “é mais um Missão: Impossível”, e nesse ponto, não estão errados. Há elementos familiares, claro: a música icônica, as máscaras de silicone para fake identity, a ameaça global que só Ethan Hunt pode deter. Mas isso não é uma falha; é uma característica. É a promessa de que você vai ter um entretenimento de ação de primeira linha, um thriller de espionagem que sabe o que faz. E ‘O Acerto Final’ cumpre essa promessa com uma dose extra de profundidade emocional, um “acerto de contas” que não é só com os vilões, mas também com o próprio legado de Ethan Hunt.
Agora, em outubro de 2025, meses depois de ter visto Missão: Impossível – O Acerto Final, o que fica é a reverberação. Não é só a memória das acrobacias grandiosas ou da trama complexa de uma inteligência artificial com intenções duvidosas. É a sensação de ter testemunhado uma conclusão digna, uma história que honra seus personagens e sua própria jornada. É a prova de que, mesmo depois de décadas, o agente secreto Ethan Hunt ainda tem muito a nos dizer – e a nos fazer vibrar – a cada missão. É uma experiência que vale cada centavo do ingresso, e que me deixa pensando: qual será a próxima loucura que Tom Cruise e McQuarrie vão nos aprontar? Porque, honestamente, mal posso esperar para descobrir.