Sabe, de vez em quando a gente se pega pensando: o que faz um bom mistério? Não é só a reviravolta chocante, nem o vilão maquiavével. Pra mim, a magia tá em ser fisgado, em sentir aquela coceirinha na mente, aquela necessidade quase infantil de montar as peças antes que o detetive na tela o faça. E se você, assim como eu, adora um bom enigma, então O Mistério das Palavras Cruzadas: Enigma Mortal é um daqueles filmes que chegam na hora certa, como uma palavra difícil que finalmente se encaixa no diagrama.
Vamos lá, a gente tá em 2025, e essa joia lançada originalmente em 2021 e que chegou por aqui em maio de 2022, já teve tempo de se assentar e provar seu valor. E o porquê de eu estar falando sobre ele hoje? Porque, mesmo após alguns anos, a sua fórmula ainda funciona, ainda nos convida para um abraço quentinho de mistério e aconchego cinematográfico. É como revisitar um livro de palavras cruzadas antigo, onde as soluções talvez já estejam ali, mas o prazer de refazer o caminho é inegável.
A trama, gente, é um deleite para quem ama um bom “quem matou?”. A nossa Tess Harper, interpretada pela sempre carismática Lacey Chabert, é essa investigadora de palavras que se vê emaranhada em um jogo que ela jamais esperava jogar. Ela é convidada para um game show super popular, desses que a gente assiste na TV comendo pipoca, sabe? Mas o que começa como uma diversão inocente rapidamente se transforma em algo bem mais sombrio. O apresentador, a alma do programa, é assassinado ali, no palco, sob os holofotes. E de repente, Tess, que só queria resolver anagramas, está resolvendo um crime real.
E é aí que entra Brennan Elliott como o Detetive Logan O’Connor. Ah, a química entre Lacey e Brennan… É algo que a gente já conhece e adora. Não é só uma parceria investigativa; é uma dança de personalidades, um tango onde a inteligência afiada de Tess se choca e complementa a lógica mais pragmática e, digamos, um tanto cética de Logan. Ele, no início, claro, torce o nariz para a “especialista em palavras” palpitar em seu caso, mas a gente vê nos olhos dele, nos gestos sutis, o respeito crescendo, a admiração se formando. Não precisa de grandes declarações; a tensão do olhar, a forma como um completa a frase do outro, já nos entrega tudo.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | David Winning |
Roteirista | Pierluigi D. Cothran |
Produtor | Charles Cooper |
Elenco Principal | Lacey Chabert, Brennan Elliott, Barbara Niven, John Kapelos, Jon Cor |
Gênero | Cinema TV, Mistério, Crime, Drama |
Ano de Lançamento | 2021 |
Produtoras | Crossword 5 Productions Inc., Brad Krevoy Production, All Canadian Entertainment, Motion Picture Corporation of America, Hideaway Pictures |
O que me prendeu, além da dupla principal, foi a forma como o roteiro de Pierluigi D. Cothran, sob a direção segura de David Winning, conseguiu tecer essa teia de suspeitos. Barbara Niven, como Candace, e Jon Cor, como Hunter Hall, trazem suas próprias camadas de intriga para a equação. Cada um com seus segredos, suas motivações, suas pistas falsas. O universo do game show é um cenário perfeito para isso, onde a rivalidade, o desejo de fama e fortuna, e até a inveja, podem ser motivos tão fortes quanto qualquer outro. É um microcosmo da sociedade, amplificado pelo drama da TV.
E o Chief Chauncey O’Connor, interpretado por John Kapelos, adiciona aquele tempero de autoridade que, por vezes, confia e por vezes duvida da abordagem nada convencional da Tess. É um jogo de gato e rato, não só com o assassino, mas também com a burocracia policial, o que torna a jornada de Tess e Logan ainda mais envolvente. Eles não estão só caçando um criminoso; estão também provando seu valor e sua metodologia para quem os cerca.
O trabalho da produção, que envolveu nomes como Charles Cooper e produtoras como Crossword 5 Productions Inc. e Motion Picture Corporation of America, é visível na fluidez e no ritmo do filme. Não é um blockbuster de ação explosiva, mas tem uma inteligência visual que nos transporta para dentro do mistério. A câmera não nos mostra o assassino de cara, ela nos guia pelos corredores do estúdio, pelas expressões dos suspeitos, pelos pequenos detalhes que Tess, com sua mente de enigmas, consegue captar.
No final das contas, O Mistério das Palavras Cruzadas: Enigma Mortal não se propõe a reinventar a roda do gênero. E sabe de uma coisa? Nem precisa. Ele faz o que se propõe a fazer com maestria: nos oferece um mistério bem amarrado, com personagens que a gente ama ver em ação e um enredo que nos faz duvidar de todo mundo até a última letra. É aquele tipo de filme que você assiste em uma tarde chuvosa, com um cobertor e uma xícara de chá, e se sente parte da investigação, tentando decifrar as pistas escondidas, as palavras cruzadas que, se resolvidas, revelam a verdade por trás do enigma mortal. E não é isso que a gente busca em um bom “crime e drama” no cinema? Aquele calorzinho no peito que diz: “Ah, eu adoro esse jogo!”