Morbius

Morbius: Um Vampiro em Busca de Cura (e de Identidade)

Três anos se passaram desde que a Sony Pictures nos presenteou – ou melhor, nos “presenteou” – com Morbius, e a memória da experiência ainda me assombra, de forma quase vampírica. Aquele lançamento de março de 2022, que prometia um mergulho sombrio no universo do anti-herói da Marvel, acabou sendo mais uma picada de mosquito do que uma mordida verdadeiramente letal. E acredite, eu estava ansioso. Jared Leto como Morbius? Matt Smith como o vilão Milo? A fórmula parecia perfeita para um thriller de suspense visceral. Mas a execução? Ah, a execução…

O filme acompanha o Dr. Michael Morbius, um brilhante bioquímico com uma doença sanguínea terminal que se lança em uma experiência audaciosa para encontrar a cura. A aposta dá certo, até certo ponto. Ele se cura, mas a “cura” o transforma em um ser noturno, sedento por sangue e com superpoderes. Até aí, tudo bem, a premissa é intrigante. O problema reside na forma como essa premissa é explorada.

A direção de Daniel Espinosa, apesar de competente em algumas cenas de ação, peca pela falta de uma identidade visual marcante. O tom oscila constantemente entre o drama médico, o terror sobrenatural e o filme de ação genérico, sem nunca se estabelecer em nenhum deles. O roteiro de Burk Sharpless e Matt Sazama é, francamente, decepcionante. O desenvolvimento dos personagens é superficial, as motivações são pouco exploradas e o diálogo é, na maior parte das vezes, insosso. A trama se arrasta, interrompida por momentos de ação mal coreografados e efeitos visuais que, em 2025, já demonstram sua idade.

AtributoDetalhe
DiretorDaniel Espinosa
RoteiristasBurk Sharpless, Matt Sazama
ProdutoresAvi Arad, Lucas Foster, Matt Tolmach
Elenco PrincipalJared Leto, Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Tyrese Gibson
GêneroAção, Ficção científica, Fantasia
Ano de Lançamento2022
ProdutorasColumbia Pictures, Matt Tolmach Productions, Arad Productions

No entanto, devo dizer que as atuações salvam o filme de ser um completo desastre. Jared Leto, apesar das críticas constantes à sua atuação peculiar, entrega uma performance complexa. Ele consegue transmitir a angústia de Morbius, dividido entre sua humanidade e sua nova e monstruosa condição. Matt Smith, como o charmoso e psicótico Milo, rouba a cena em todas as suas aparições, construindo um vilão memorável. Os demais atores do elenco, como Adria Arjona e Jared Harris, cumprem seus papéis com profissionalismo, mesmo que tenham pouco espaço para brilhar.

O grande problema de Morbius reside em sua identidade incerta. Ele tenta ser um filme de terror sobrenatural, um drama de super-heróis, e um thriller de ação, falhando miseravelmente em todos esses aspectos. A exploração dos temas de redenção e a dualidade da natureza humana são superficiais, perdidas em meio a uma narrativa confusa e desinteressante. A tentativa de integrá-lo ao universo compartilhado do Homem-Aranha da Sony, com sua cena pós-créditos infame, soa forçada e artificial, mais um indicativo da falta de planejamento estratégico da franquia.

Os pontos fortes, portanto, se resumem a algumas atuações memoráveis e um conceito promissor que, infelizmente, é completamente desperdiçado. A falta de coesão narrativa, a direção pouco inspirada e o roteiro fraco são os grandes responsáveis pelo fracasso do longa. Apesar do meu carinho por Jared Leto – sim, eu admito – e da boa performance de Matt Smith, não consigo recomendar Morbius. A menos que você seja um colecionador ávido de filmes de super-heróis fracassados, busque sua experiência vampiresca em outras produções, como, por exemplo, o clássico “Nosferatu” de 1922. Morbius, infelizmente, ocupa um lugar indesejado no panteão dos filmes de super-heróis que tinham tudo para dar certo e acabaram dando errado.

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