Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion

Ah, Mortal Kombat. A simples menção desse nome é capaz de despertar uma torrente de memórias, sensações e, sejamos honestos, um ligeiro formigamento nos polegares. Para mim, e arrisco dizer para muitos de vocês, essa não é apenas uma franquia de jogos; é um pedaço da nossa história gamer, um rito de passagem com fatalities e sangue digital que, de alguma forma, moldou o que entendemos por “diversão adulta” nos anos 90. Já se passaram cinco anos desde que Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion aterrissou em nossas telas, lá em abril de 2020, e mesmo com o tempo, a revisitar essa animação é uma experiência que ainda pulsa com a energia bruta que só o universo de MK pode oferecer.

A minha motivação para escrever sobre esse filme, agora, em pleno 2025, vem daquela pergunta insistente: uma adaptação consegue capturar a alma de algo tão icônico quanto Mortal Kombat sem perder o que o torna especial? ‘A Vingança de Scorpion’ não tenta ser uma réplica dos jogos, nem deveria. Ele se propõe a aprofundar uma das narrativas mais dolorosamente humanas e, paradoxalmente, sobrenaturais da saga: a de Hanzo Hasashi, o ninja que se transformou no espectro vingativo conhecido como Scorpion. E, meu amigo, que abertura eles nos entregam!

Os primeiros dez minutos são um verdadeiro soco no estômago, um balé brutal e sem reservas do que Hanzo perde e como o mundo dele é rasgado em pedaços por Sub-Zero e o clã Lin Kuei. Aliás, o crítico Jake Watt mencionou algo sobre uma “orgia de sangue” nos primeiros minutos, e eu não consigo discordar. Não é apenas sangue; é um rio inteiro que muda de cor, vermelho-vivo, escoando por uma paisagem antes serena, transformando-a em um testemunho silencioso da barbárie. Não é só um artifício visual; é a gênese da dor de Scorpion, a forja de seu ódio, e a razão pela qual o “ninja fighter” se torna uma “alma perdida e vingativa”. É cru, visceral, e prepara o terreno para a “vingança” que o título promete. Esse é o ponto onde o filme demonstra, sem meias palavras, que não veio para brincadeira infantil. Esta é uma “animação adulta”, e se você tem estômago para isso, vai mergulhar de cabeça.

A narrativa, escrita por Jeremy Adams e dirigida por Ethan Spaulding, tem a inteligência de focar no arco de Scorpion enquanto tece a tapeçaria mais ampla do torneio Mortal Kombat. Enquanto Hanzo, agora Scorpion, faz seu pacto demoníaco com o “sorcerer” Quan Chi no tortuoso Netherrealm – um lugar que, diga-se de passagem, é visualmente de tirar o fôlego –, lá no Earthrealm, Lord Raiden, o “god of thunder”, está reunindo sua improvável equipe. Temos o monge Shaolin Liu Kang, a oficial das Forças Especiais Sonya Blade e, é claro, o eterno alívio cômico e astro de ação, Johnny Cage.

Atributo Detalhe
Diretor Ethan Spaulding
Roteirista Jeremy Adams
Produtor Rick Morales
Elenco Principal Patrick Seitz, Jordan Rodrigues, Jennifer Carpenter, Joel McHale, Ike Amadi
Gênero Animação, Ação, Fantasia
Ano de Lançamento 2020
Produtora Warner Bros. Animation

A dinâmica desse trio é, por si só, um espetáculo. Jordan Rodrigues empresta sua voz a um Liu Kang que ainda busca seu lugar, sério e dedicado. Mas é Jennifer Carpenter como Sonya Blade, com sua determinação inabalável, e especialmente Joel McHale como Johnny Cage, que roubam a cena com seus diálogos ácidos e seu ego inflado. McHale não apenas dubla Johnny Cage; ele é Johnny Cage, com cada gracejo sarcástico e cada pose de galã. É como se ele entendesse a essência do personagem: um cara que, por trás de toda a vaidade, tem um coração surpreendentemente nobre e um talento inato para a luta. Essas interações injetam uma leveza necessária em um filme que, de outra forma, seria dominado pela escuridão e pela “magia” sombria.

E sobre as lutas? Ah, as lutas! O trabalho de produção da Warner Bros. Animation, com Rick Morales no comando, eleva os confrontos a um patamar que, sim, honra a essência do “fighting” dos jogos. Cada golpe parece ter peso e impacto, cada “fatality” é uma declaração de intenções, um lembrete do que torna Mortal Kombat tão… bem, mortal. Você pode até sentir o estalo dos ossos, o rasgar da carne – tudo isso com uma fluidez de animação que te prende à cadeira. É ali, nos momentos de confronto direto com os gladiadores do Outworld de Shang Tsung, que a promessa do “tournament” realmente se materializa, com o destino da humanidade em jogo.

Agora, vamos à nuance. Jake Watt, lá em 2020, apontou que os jogos ainda entregam um nível maior de sofisticação visual e narrativa. E você sabe, no fundo, ele não está completamente errado. Os jogos têm a vantagem da interatividade, da construção de mundo através de décadas de lore e da capacidade de aprofundar múltiplos personagens simultaneamente. Este filme, contudo, não se propõe a substituir essa experiência. Em vez disso, ele escolhe um caminho mais focado, quase um olhar através de um caleidoscópio, girando para iluminar a vingança de Scorpion com uma intensidade que talvez as campanhas dos jogos, com tantos personagens, não consigam sustentar em um único arco. O que ele perde em abrangência, ganha em profundidade emocional para seu protagonista principal.

Não é uma obra sem falhas, claro. Alguns personagens secundários poderiam ter tido um pouco mais de espaço para respirar, ou talvez a transição entre a fúria de Scorpion e a jornada de Raiden e seus campeões pudesse ter sido ainda mais orgânica. Mas essas são meras coceiras em uma experiência que, no geral, é satisfatória. Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion não é apenas mais uma “animação baseada em videogame”. É uma declaração de amor brutal e sem concessões a uma das sagas mais resilientes e amadas da cultura pop.

Ao assistir novamente, cinco anos depois, percebo que ele não é apenas um filme sobre lutas; é sobre o peso da perda, a corrosão da vingança e a faísca de esperança que se acende mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras. É sobre Scorpion, mas também sobre o que ele representa: a capacidade do universo Mortal Kombat de nos chocar, nos entreter e nos fazer torcer, mesmo quando sabemos que a vitória virá a um custo terrível. E isso, para um fã como eu, já é mais do que suficiente.

Trailer

Ofertas Imperdíveis na Shopee

Que tal uma pausa? Confira as melhores ofertas do dia na Shopee!

Aproveite cupons de desconto e frete grátis* em milhares de produtos. (*Consulte as condições no site).

Ver Ofertas na Shopee