Morte Instantânea: Um Flash de Terror que Poderia Ter Brilhado Mais
Seis anos se passaram desde que Morte Instantânea chegou às plataformas digitais, e me peguei revendo-o recentemente. A premissa é simples, quase deliciosamente boba: uma câmera Polaroid amaldiçoada que mata quem aparece em suas fotos. Bird Fitcher, uma adolescente solitária, encontra essa relíquia sinistra e, a partir daí, um jogo mortal de gato e rato se inicia. A sinopse em si já entrega uma deliciosa dose de nostalgia dos filmes de terror adolescentes dos anos 80 e 90, e a promessa de sustos eficazes. Mas, infelizmente, o filme, apesar de seus esforços, não consegue alcançar todo o potencial que sua ideia inicial apresenta.
Direção, Roteiro e Atuações: Um Mix Desequilibrado
Lars Klevberg, na direção, tenta criar uma atmosfera tensa, utilizando-se de sombras e ângulos interessantes. Há momentos em que ele acerta em cheio, gerando um clima de suspense palpável. No entanto, a execução frequentemente peca pela previsibilidade. O roteiro de Blair Butler, por sua vez, oscila entre momentos brilhantes – principalmente nas primeiras cenas, que conseguem criar uma atmosfera de suspense envolvente – e outros em que a trama se torna confusa e arrastada. A construção dos personagens, com exceção da própria Bird, deixa a desejar, tornando-os pouco memoráveis e, em alguns casos, irritantemente estereotipados. Quanto ao elenco, Kathryn Prescott demonstra talento e carrega o filme nas costas, mas o restante do grupo, embora competente, não consegue entregar performances que realmente cativem. Tyler Young, como Connor, é um exemplo disso, se mostrando bastante genérico.
Pontos Fortes e Fracos: A Polaroid Amaldiçoada e Seus Limites
O maior trunfo de Morte Instantânea reside em sua premissa. A ideia da câmera Polaroid amaldiçoada é intrinsecamente cativante e abre portas para uma exploração criativa do gênero de terror. O filme consegue alguns sustos eficazes, principalmente em momentos pontuais de suspense bem construídos. Por outro lado, a história se torna previsível em sua segunda metade, e a resolução, para dizer o mínimo, é anti-climática. A falta de profundidade nos personagens secundários prejudica o impacto emocional, impedindo que nos importemos verdadeiramente com seus destinos. Outro ponto negativo é a utilização um tanto preguiçosa de clichês do gênero terror adolescente, o que diminui a originalidade do filme. Em resumo, um potencial fantástico não totalmente explorado.
Temas e Mensagens: Uma Exploração Superficial
Embora o filme não se proponha a abordar temas complexos de maneira profunda, há uma leve tentativa de explorar a solidão adolescente e a busca por pertencimento. Bird, como protagonista solitária, encontra nos eventos sobrenaturais uma forma de interagir com seus colegas e, de forma equivocada, se aproximar deles. No entanto, essa abordagem superficial não aprofunda esses temas o suficiente para serem considerados elementos centrais do filme.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Lars Klevberg |
| Roteirista | Blair Butler |
| Produtores | Chris Bender, Roy Lee, Jake Wagner, Jake Weiner, Bob Weinstein, Chris Stone |
| Elenco Principal | Kathryn Prescott, Tyler Young, Samantha Logan, Keenan Tracey, Priscilla Quintana |
| Gênero | Terror, Mistério, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2019 |
| Produtoras | Dimension Films, Eldorado Films, Vertigo Entertainment, Good Fear |
Conclusão: Vale a Pena o Clique?
No fim das contas, Morte Instantânea é um filme que se deixa assistir, mas não chega a ser memorável. Sua premissa intrigante é subutilizada, e sua execução falha em atingir o nível de excelência que poderia ter alcançado. A atuação de Kathryn Prescott é o ponto alto, mas não é suficiente para salvar a produção de seus defeitos. Recomendo o filme apenas para aqueles que buscam um passatempo despretensioso e gostam de filmes de terror adolescentes com uma pitada de suspense, mas não esperem uma obra-prima. Se você busca algo mais profundo ou original, talvez seja melhor procurar outras opções na vasta biblioteca de streaming disponível em 2025. Comparando com outros do mesmo gênero do mesmo período, eu diria que está bem abaixo da média; não chega aos pés de outros lançamentos contemporâneos de terror. A crítica que diz que _Goosebumps_ fez melhor e antes, apesar de ter um viés claro de comparação e ser um tanto categórica, possui um fundo de verdade. O filme demonstra potencial, mas não consegue o transformar em um filme realmente memorável.




