Mulher Solteira Procura 2: Um thriller que te prende, mas poderia ter sido mais
Em 2005, assisti pela primeira vez a Mulher Solteira Procura 2 – e, quase vinte anos depois, em setembro de 2025, revisitei o longa com a expectativa de uma experiência nostálgica, mas também crítica. A premissa é simples, quase clichê: Holly, interpretada por Kristen Miller, busca um novo lar e encontra em Tess (Allison Lange) a colega de quarto perfeita… ou quase isso. A sinopse, que evita detalhes cruciais para não estragar a experiência, já sugere a reviravolta: Tess esconde um segredo sombrio. E este segredo está intrinsecamente ligado aos problemas de Holly: um namorado infiel e uma colega de trabalho, Jan (Brooke Burns), que a sabota a cada passo.
A direção de Keith Samples, embora não seja revolucionária, consegue construir uma atmosfera de suspense crescente. A câmera acompanha Holly em sua jornada, amplificando a sensação de vulnerabilidade e perigo. Há momentos de genuína tensão, principalmente naqueles em que a máscara de Tess começa a rachar, revelando sua natureza cruel. Porém, o roteiro, assinado por Glenn Hobart, Andy Hurst e Ross Helford, pecou por vezes na previsibilidade. Apesar das reviravoltas serem, em sua maioria, esperadas, elas são apresentadas de maneira eficaz, sustentando o interesse do espectador até o final.
As atuações, no geral, são convincentes. Kristen Miller transmite a fragilidade e a crescente angústia de Holly de forma bastante crível. Allison Lange, como Tess, entrega uma performance mais complexa, equilibrando a doçura inicial com a frieza assassina. O elenco de apoio também contribui para criar um ambiente realista, embora alguns personagens, como Leonard Ripken (François Giroday), pareçam mais figurativos do que realmente substanciais para a narrativa.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Keith Samples |
| Roteiristas | Glenn Hobart, Andy Hurst, Ross Helford |
| Produtor | Marc Bienstock |
| Elenco Principal | Kristen Miller, Allison Lange, Brooke Burns, François Giroday, Rif Hutton |
| Gênero | Thriller, Drama, Terror |
| Ano de Lançamento | 2005 |
| Produtoras | 3rd Street Pictures, Third Street Pictures, Destination Films |
Um dos pontos fortes do filme é, sem dúvida, a exploração da dinâmica entre as personagens femininas. A competição profissional entre Holly e Jan cria um subtexto interessante, que dialoga com a relação de dependência e manipulação entre Holly e Tess. Essa complexidade na relação entre as personagens femininas, muitas vezes relegada a segundo plano em filmes do gênero, se mostra aqui como um ponto diferencial. Por outro lado, a construção de Jan como antagonista unidimensional, um arquétipo da “vilã corporativa”, prejudica o desenvolvimento de sua personagem.
Em relação aos temas, Mulher Solteira Procura 2 aborda de forma superficial, mas eficaz, as pressões do ambiente de trabalho e os perigos de relações tóxicas. A mensagem, embora implícita, é clara: nem sempre as aparências enganam, e a busca pela amizade pode ter consequências inesperadas.
Considerando sua recepção na época (2005) e sua ausência em grandes festivais, Mulher Solteira Procura 2 parece ter sido um filme de baixo orçamento, lançado diretamente em plataformas digitais – provavelmente sem a pompa de lançamento de um filme de grande produção. Apesar disso, ele se sustenta como um thriller mediano. Não se trata de uma obra-prima do gênero, longe disso. Mas, se você procura um filme para assistir em uma noite chuvosa, sem grandes expectativas, e curte um suspense levemente previsível, ele pode te entreter. Afinal, quem nunca sentiu aquele frio na espinha ao encontrar uma colega de quarto “perfeita demais”?
Conclusão
Recomendo Mulher Solteira Procura 2 para aqueles que buscam um thriller leve e descomprometido, sem grandes pretensões artísticas. Não espere uma obra inovadora, mas sim uma experiência de entretenimento razoável. Se você é um fã de filmes de suspense com reviravoltas previsíveis, e não se importa com atuações e roteiro em um nível medianamente aceitável, este filme certamente vai te agradar. Para quem procura algo mais profundo ou sofisticado, talvez seja melhor procurar outras opções no catálogo de streaming.




