Nick Kroll: Pequeno Grande Garoto – Uma Comédia que Cai no Meio do Caminho
Três anos após seu lançamento, ainda me pego pensando em Nick Kroll: Pequeno Grande Garoto. Não como um filme que me assombrou, ou que mudou minha vida, mas como uma experiência um tanto… peculiar. Um show de stand-up filmado, estrelando o próprio Nick Kroll, a produção, dirigida por Bill Benz, tenta capturar a energia explosiva de um show ao vivo, mas, para mim, a mágica se perde um pouco no caminho.
A sinopse é simples: Kroll, em seu estilo inconfundível, apresenta um conjunto de piadas e observações sobre a vida, o amor, e, bem, tudo aquilo que permeia a mente de um comediante. Não há uma narrativa central, apenas uma sucessão de bits, alguns brilhantes, outros… menos. É aqui que reside o problema central do filme.
A direção de Bill Benz é competente, mas sem ousadia. A câmera capta a energia do público, sim, mas não consegue transcender a natureza estática de um show de stand-up filmado. A edição, por sua vez, não acrescenta nada de substancial; poderia facilmente ter sido uma gravação simples, sem corte. Já o roteiro, escrito pelo próprio Kroll, demonstra sua capacidade de escrita, com alguns momentos de escrita impecável e observações hilárias. Porém, a falta de coesão entre os bits, a ausência de um arco narrativo, deixa o filme sem uma alma verdadeira, sem um fio condutor que prenda a atenção do espectador do começo ao fim.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Bill Benz |
Roteirista | Nick Kroll |
Elenco Principal | Nick Kroll |
Gênero | Comédia |
Ano de Lançamento | 2022 |
E Kroll? O próprio Kroll é o coração e a alma do filme, sem dúvida. Sua energia é contagiante, sua capacidade de personificar personagens distintos é impressionante. Mas, e essa é uma crítica que ecoa aquela que li sobre o trabalho, suas vozes e personagens mais excêntricos, tão emblemáticos em “Big Mouth” e “Kroll Show”, parecem um pouco forçados neste formato mais contido. A magia da construção de personagens se perde no ambiente mais direto de um stand-up. Há momentos de pura genialidade, mas a inconsistência do material o prejudica como um todo.
Os pontos fortes são certamente a energia de Kroll e alguns momentos de escrita verdadeiramente inspirados. O filme brilha quando ele mergulha em observações perspicazes sobre a vida moderna, a paternidade e as relações humanas. Já os pontos fracos são a falta de coesão, a direção sem risco e a sensação de que algumas piadas poderiam ter sido melhor trabalhadas. A mensagem, se é que há uma, é a de um homem lutando para encontrar o equilíbrio em sua vida, compartilhando suas lutas com o público com uma mistura de honestidade e humor.
No fim das contas, Nick Kroll: Pequeno Grande Garoto é um filme que não chega a ser ruim, mas fica aquém do potencial de seu criador. É uma experiência mediana que ilustra a dificuldade de transcrever a magia de um show de stand-up para a tela. Se você é fã incondicional de Nick Kroll, pode encontrar algum deleite, mas não espere uma obra-prima. Recomendo apenas aos fãs mais fervorosos. Para o restante, existem outras opções de comédia stand-up que oferecem mais consistência e prazer.