No Limite: Uma Ode à Velocidade e à Perigo, com Algumas Curvas na Estrada
Sete anos se passaram desde que No Limite (Overdrive, no original) invadiu as telas, e, olhando para trás, percebo que o filme, apesar de suas imperfeições, ocupa um lugar peculiar na minha memória cinéfila. Não é uma obra-prima, longe disso, mas algo nele ecoa, um eco de adrenalina e nostalgia por um tipo de filme de ação que parece estar em extinção. A trama gira em torno de dois irmãos, Andrew e Garrett Foster (Scott Eastwood e Freddie Thorp, respectivamente), especialistas em roubos de carros de luxo, que se veem envolvidos numa trama perigosa no sul da França ao aceitarem um trabalho que se revela muito mais complexo do que parece. A parceria com um mafioso implacável (Clemens Schick, com sua presença intimidante) e o envolvimento com uma misteriosa mulher (Ana de Armas, sempre radiante) elevam a aposta.
A direção de Antonio Negret, embora não apresente inovações revolucionárias, cumpre seu papel com eficácia. A câmera acompanha a frenética ação com destreza, especialmente nas sequências de perseguição automobilística, que são, sem dúvida, o grande destaque do filme. A estética é elegante, captando a beleza da Riviera Francesa enquanto contrapõe essa paisagem paradisíaca com a escuridão do submundo criminoso. O roteiro de Michael Brandt e Derek Haas, por outro lado, peca por um certo simplismo. A trama, apesar da premissa promissora, apresenta alguns buracos e conveniências narrativas que incomodam. A construção dos personagens, embora funcione em termos superficiais, poderia ter sido explorada com muito mais profundidade.
As atuações são um ponto misto. Scott Eastwood, apesar de sua beleza inegável, ainda parece um pouco preso em um tipo de personagem que se repete em seus trabalhos. Freddie Thorp é o ponto forte do elenco, trazendo uma energia e carisma que complementam bem o ar mais contido de Eastwood. Ana de Armas, como sempre, brilha em seus poucos minutos em tela, exibindo um carisma natural que seduz mesmo em um papel pouco desenvolvido. Clemens Schick, por sua vez, é uma ameaça convincente e imponente.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Antonio Negret |
| Roteiristas | Michael Brandt, Derek Haas |
| Produtores | Grégoire Melin, Pierre Morel, Christopher Tuffin |
| Elenco Principal | Scott Eastwood, Freddie Thorp, Ana de Armas, Gaia Weiss, Clemens Schick |
| Gênero | Thriller, Ação, Mistério |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | uMedia, Kinology, Setient Pictures, Nexus Factory, Brandt/Haas Productions, Trinity Media Films, TF1 Films Production, Overdrive Productions, uFund |
Os pontos fortes do filme são inegáveis: a ação visceral e as sequências de direção impecáveis, que realmente te prendem à tela. A química entre os irmãos, apesar da falta de profundidade na escrita dos personagens, consegue convencer e gerar empatia. No entanto, os pontos fracos residem na previsibilidade da trama e no desenvolvimento superficial dos personagens. A sensação de que poderiam ter explorado melhor o potencial da premissa é constante.
No Limite explora temas como a lealdade familiar, a ambição e as consequências de se viver à margem da lei. A mensagem, porém, é um pouco subjacente, diluída pela priorização da ação em detrimento do desenvolvimento narrativo.
Em sua conclusão, No Limite não é um filme memorável no sentido de ser revolucionário ou inovador. No entanto, é um exemplar divertido e eficiente do gênero, perfeito para uma sessão despretensiosa na qual se busca pura diversão. Se você busca um thriller de ação cheio de carros velozes e perseguições eletrizantes, com uma pitada de charme francês, talvez ele mereça uma vaga em sua lista de filmes a serem vistos nas plataformas digitais. Mas, se você espera uma narrativa complexa e personagens profundamente desenvolvidos, talvez deva procurar em outro lugar. Para mim, ele é uma lembrança divertida, uma prova de que às vezes, a simplicidade, ainda que com algumas falhas, pode ser bastante agradável. Recomendo para os fãs do gênero ação que não se importem com um roteiro um pouco mais superficial.
