No Lugar Errado

A gente vive num mundo onde as narrativas grandiosas e os orçamentos que fariam um país pequeno corar costumam roubar a cena. Mas, e se eu te disser que, às vezes, a verdadeira faísca mora naqueles filmes que chegam de mansinho, sem muito alarde, mas que cumprem o que prometem, e até um pouco mais? É exatamente essa a sensação que me trouxe No Lugar Errado (2022), uma joia bruta que revisitei recentemente, em outubro de 2025, e que, olha, ainda ressoa.

Por que No Lugar Errado agora, você pergunta? Talvez seja a nostalgia por um cinema de ação mais direto, sem malabarismos CGI excessivos. Ou, quem sabe, o desejo de ver como certas performances se solidificam com o tempo. Para mim, é a prova de que um bom thriller não precisa reinventar a roda para ser eficaz, ele só precisa saber girá-la com competência, e talvez com um ator-ícone no volante.

O título, por si só, já é um convite à reflexão, né? No Lugar Errado. Não é a vida uma sucessão de momentos onde nos sentimos assim? Para Frank, o ex-chefe de polícia vivido pelo nosso lendário Bruce Willis, essa frase se materializa em cada célula do seu ser. Imagine a cena: um cozinheiro de metanfetaminas, Jake (Michael Sirow), com sua família em perigo iminente de ser desmascarada, decide silenciar Frank a qualquer custo. É uma premissa que grita “ação” e “crime” em cada sílaba, um embate clássico do bem contra o mal, mas com as linhas morais meio embaçadas, como costuma ser no mundo real.

Aí é que o filme, dirigido por Mike Burns e roteirizado por Bill Lawrence – sim, aquele Bill Lawrence, conhecido pelas comédias sagazes de ‘Scrubs’ e ‘Ted Lasso’ –, ganha contornos interessantes. A expectativa de um drama mais denso, talvez até com toques de humor ácido vindo de Lawrence, se choca com a entrega de um thriller de ação visceral. E essa colisão, acredite, funciona. Burns, que já demonstrou sua aptidão para o gênero em outras colaborações com Willis, sabe exatamente como apertar os botões certos para manter a tensão. Não espere a complexidade de um romance russo, mas a eficiência de um mecanismo bem azeitado, sim.

Atributo Detalhe
Diretor Mike Burns
Roteirista Bill Lawrence
Produtores Mark Stewart, George Furla, Chad A. Verdi, Randall Emmett
Elenco Principal Ashley Greene, Bruce Willis, Michael Sirow, Texas Battle, Stacey Danger
Gênero Ação, Crime, Thriller, Drama
Ano de Lançamento 2022
Produtoras Buffalo 8, Five Star Films, EFO Films

No coração desse turbilhão, temos Bruce Willis como Frank. À essa altura, a gente já conhece a sua lendária presença em tela. Em No Lugar Errado, ele não precisa da agilidade sobre-humana de seus primeiros anos, mas a gravidade, o peso de um homem que já viu de tudo, que carrega o cansaço do mundo em seus ombros largos, é palpável. Ele se move com uma determinação silenciosa, seus olhos transmitindo mais do que qualquer diálogo poderia. É uma performance que ecoa a sabedoria de quem sabe que a vida raramente é justa, e que às vezes, pra sobreviver, a gente tem que lutar com as ferramentas que tem, mesmo que elas sejam apenas a sua própria experiência e a teimosia de um velho lobo. A gente sente o cheiro da pólvora e o peso da sua resistência.

Do outro lado, temos Michael Sirow como Jake. Ele não é um vilão de capa e espada, mas um homem desesperado, movido por uma lealdade distorcida à sua família. Sirow consegue nos mostrar essa fragilidade por trás da máscara de perigo, tornando-o um adversário mais humano, e, consequentemente, mais perigoso. Ele não é um monstro abstrato; é a personificação dos erros e das escolhas que podem nos encurralar, um reflexo sombrio do que a busca pela proteção pode gerar.

E a Chloe de Ashley Greene? Ela entra na narrativa como um elemento de surpresa, uma peça no xadrez que embaralha as estratégias. Greene, que já nos conquistou em outras produções, traz uma energia necessária, uma vitalidade que contrasta com a aura mais sombria de Frank e Jake. Ela é a chama que acende novas possibilidades, ou novos perigos, dependendo de como você olha. Texas Battle, como Captain East, e Stacey Danger, como Tammy, completam o quadro com performances que dão profundidade ao universo do filme, não apenas como coadjuvantes, mas como engrenagens essenciais que fazem a trama avançar com fluidez.

A beleza de No Lugar Errado está justamente em sua capacidade de não se levar demais a sério, mas levar a trama a sério o suficiente para nos manter fisgados. Os gêneros de ação, crime, thriller e drama se entrelaçam como vinhas, cada um puxando o espectador em uma direção diferente, criando uma tapeçaria onde a adrenalina de uma perseguição se mistura com o peso das decisões éticas. Não é um filme que tenta reinventar o gênero; ele prefere aprimorá-lo com um roteiro ágil e personagens bem delineados.

Lançado discretamente em 2022, chegando ao Brasil em 1º de dezembro do mesmo ano, No Lugar Errado talvez tenha passado despercebido por muitos na enxurrada de lançamentos. Mas, como um bom vinho que melhora com o tempo, ou talvez um clássico esquecido da locadora que você redescobre, ele merece uma revisita. Ele nos lembra que, às vezes, os filmes mais satisfatórios são aqueles que não prometem o impossível, mas entregam uma experiência sólida e envolvente. É um convite para desligar o mundo exterior por umas horinhas e mergulhar numa história de sobrevivência, lealdade e, claro, muitos tiros. E quem não gosta de um bom filme de ação para dar um tempero na semana, né?

Trailer

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