No Rastro da Violência: Um Estudo de Caso em Frustração Cinematográfica
Oito anos se passaram desde que No Rastro da Violência chegou às telas brasileiras em 23 de agosto de 2017. Ainda me lembro da expectativa, alimentada por um elenco que prometia – Denise Richards, Bruce Dern, nomes com certo peso em Hollywood – e uma premissa interessante: uma psicóloga, Amanda Tyler, entrevista um condenado à morte, Jackson Shea, para avaliar sua sanidade mental e decidir se sua execução deve ser suspensa. A ideia de um thriller psicológico no corredor da morte tinha potencial, mas, infelizmente, o filme de Timothy Woodward Jr. falha miseravelmente em concretizá-lo.
A sinopse, em si, é bastante instigante. A dinâmica entre a psicóloga implacável e o condenado enigmático, a pressão do tempo, a possibilidade de uma justiça falha – tudo isso aponta para um potencial dramático rico. No entanto, a execução – não poderia haver palavra mais apropriada – é desastrosa.
A direção de Woodward Jr. se mostra apática. A câmera parece observar a cena sem direção, sem criar tensão ou atmosfera. O ritmo é arrastado, quebrando qualquer suspense que poderia ter surgido da premissa. O roteiro de Al Lamanda é igualmente falho, construindo diálogos artificiais e previsíveis, incapazes de aprofundar a complexidade dos personagens ou explorar a rica teia moral que o tema sugere. A trama se desenvolve em um ritmo glacial, preenchida por cenas desnecessárias e sem impacto, tornando o filme cansativo e, francamente, entediante.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Timothy Woodward Jr. |
| Roteirista | Al Lamanda |
| Produtores | Jose Alvarado, Lauren De Normandie, Michael John Long, Henry Penzi, Timothy Woodward Jr. |
| Elenco Principal | Kaiwi Lyman, Bruce Dern, Denise Richards, Columbus Short, Rob Gronkowski |
| Gênero | Crime, Drama, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | BondIt, Status Media & Entertainment |
As atuações, embora não sejam todas ruins, não salvam o filme. Denise Richards, em seu papel central, parece estar interpretando um personagem de um filme completamente diferente, sem entrega emocional ou carisma. Bruce Dern, com sua longa carreira e talento comprovado, parece estar apenas cumprindo tabela, sem imprimir a força dramática que o ator carrega consigo. O próprio Kaiwi Lyman, como Jackson Shea, tenta transmitir a ambiguidade moral do seu personagem, mas é prejudicado pela superficialidade do roteiro. Rob Gronkowski, a meu ver, é um exemplo bem-sucedido de um ator que faz exatamente o que se espera dele: pouco. O elenco, de forma geral, não consegue elevar o material fraco que lhes foi dado.
Pontos Fortes (se houver):
É difícil encontrar pontos fortes verdadeiros em No Rastro da Violência. Talvez a fotografia, em alguns momentos, consiga transmitir a atmosfera claustrofóbica do corredor da morte, mas isso é bem pouco frente à avalanche de deficiências.
Pontos Fracos:
A lista é extensa: roteiro fraco, direção apática, atuações medianas, ritmo lento e desenvolvimento de trama previsível e sem impacto são apenas alguns dos problemas. A ausência de uma análise psicológica profunda, tema central do filme, é o ponto mais decepcionante. A promessa de um thriller psicológico se esvai rapidamente, dando lugar a um drama criminal genérico e desinteressante.
Temas e Mensagens:
O filme aborda superficialmente a questão da pena de morte, a justiça e a complexidade da mente humana, mas falha em desenvolver esses temas de forma significativa ou reflexiva. A mensagem, se houver alguma, fica perdida no mar de clichês e cenas mal conduzidas.
Conclusão:
No Rastro da Violência, infelizmente, é um filme que não recomendo. A premissa promissora é desperdiçada por uma execução cinematográfica desastrosa. É uma pena, já que o tema tinha potencial para um thriller psicológico impactante, mas o que temos é um filme que está longe de ser memorável e chega perto do esquecimento absoluto. A crítica que define o longa como “boring/disappointing” é bastante justa e, francamente, branda. Evite se possível. Procure em plataformas digitais outras opções do gênero para aproveitar melhor seu tempo.
