Norm e os Invencíveis: Uma Aventura no Pólo da Mediocridade?
Nove anos se passaram desde que Norm, o urso polar falante, tentou salvar seu lar da ganância imobiliária em Nova York. E olhando para trás, me pergunto se a memória coletiva não se fez um favor ao deixar este longa-metragem um tanto esquecido nas profundezas do streaming. A sinopse é simples: Norm, um urso polar com uma incomum habilidade de falar com humanos, embarca numa aventura na cidade que nunca dorme para impedir que um empresário ganancioso destrua o Ártico. Acompanhado de um grupo de lemingues, ele enfrenta os perigos da selva de concreto em busca de justiça ambiental. Parece promissor, certo? Na teoria, sim. Na prática… bem, a prática é onde Norm patina.
A animação, apesar de ser de 2016, não envelheceu bem. Acho que a palavra “genérica” resume perfeitamente a estética visual do filme. Comparado aos gigantes da animação que surgiram nos anos seguintes, a qualidade visual de Norm e os Invencíveis demonstra uma falta de ambição artística, o que é uma pena, considerando a beleza do ambiente ártico que poderia ter sido explorada. A direção de Trevor Wall, embora competente, não consegue imprimir uma identidade visual marcante, resultando numa experiência visual um tanto apagada.
O roteiro, assinado por Malcolm T. Goldman, Steven Altiere e Daniel Altiere, peca pela previsibilidade. A trama segue um caminho batido, sem surpresas ou momentos genuinamente inspiradores. A tentativa de humor, muitas vezes, cai no vazio, com piadas que se perdem em meio a um mar de clichês. Rob Schneider, como a voz de Norm, entrega uma performance mediana, sem a energia e carisma que o personagem necessita. O mesmo pode ser dito de grande parte do elenco de dublagem, que não consegue elevar o material fraco. Bill Nighy, como Sócrates, o sábio lemingue, é uma exceção, adicionando um toque de humor refinado a um roteiro que claramente não o merecia.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Trevor Wall |
| Roteiristas | Malcolm T. Goldman, Steven Altiere, Daniel Altiere |
| Produtores | Nicolas Atlan, Jack Donaldson, Derek Elliott, Ken Katsumoto, Steven Rosen |
| Elenco Principal | Rob Schneider, Heather Graham, Maya Kay, Ken Jeong, Bill Nighy |
| Gênero | Aventura, Animação, Comédia, Família |
| Ano de Lançamento | 2016 |
| Produtoras | Lionsgate, Splash Entertainment, Telegael, Assemblage Entertainment, Mandate International, Dream Factory Group, Discreet Arts Productions |
Os pontos fortes? Difícil dizer. Talvez a intenção de abordar um tema relevante como a preservação ambiental. No entanto, a mensagem ecológica é tão superficial e mal explorada que quase se torna um elemento incômodo, jogado ali como um adereço para dar um ar de importância a uma história que, no fundo, não se importa muito com a causa.
Os fracos? São muitos. Desde a animação pouco inspiradora até o humor forçado e um roteiro sem alma, Norm e os Invencíveis tropeça em praticamente todos os aspectos. A previsibilidade da narrativa e a falta de personagens memoráveis resultam num longa-metragem que, apesar de sua curta duração, se arrasta infinitamente. Não há aquela empolgação, aquela magia que um bom filme de animação precisa para capturar a atenção do público. Os lemingues, apesar do potencial cômico, são caricaturas unidimensionais e irritantes.
A recepção crítica em 2016 foi, no mínimo, mista. Lembro-me de ler resenhas que compartilhavam uma sensação semelhante àquela expressa no trecho “Norm of the no worth!”, descrevendo a decepção com uma produção que prometia e não entregou. Eu concordo com essa avaliação. Acho que se trata de um filme que simplesmente não funciona em nenhum nível.
Em resumo, Norm e os Invencíveis é uma produção que se esquece rapidamente. Um filme de animação que falha em entreter, emocionar ou mesmo provocar reflexões significativas sobre a preservação ambiental. Não o recomendo, a menos que você esteja procurando um filme para dormir. Acho que existem muitas outras opções melhores para entreter crianças e adultos, opções que se esforçam mais para entregar uma experiência cinematográfica rica e memorável. A mensagem ecológica, perdida em meio ao mar de piadas sem graça e personagens superficiais, termina como um grito perdido em um deserto de animação medíocre.



