O Alvo 2: Uma Caçada que Resiste ao Tempo – Nove Anos Depois
Nove anos se passaram desde que assisti a O Alvo 2 pela primeira vez, e ainda me pego pensando naquela adrenalina contida, naquela sensação de perseguição claustrofóbica que o filme tão bem consegue construir. Lançado em 2016, o longa-metragem, sequência do clássico de Van Damme de 1993, tenta recapturar a essência do original, com resultados interessantes e, para ser sincero, surpreendentemente bem-sucedidos em alguns aspectos.
A trama, sem entrar em spoilers, gira em torno de Wes Baylor (Scott Adkins), um lutador de MMA desacreditado que se vê forçado a participar de um jogo mortal nas densas florestas da Ásia. Caçado implacavelmente, ele precisa usar todas as suas habilidades para sobreviver, numa corrida contra o tempo e contra inimigos implacáveis. O cenário, aliás, é um personagem à parte, contribuindo significativamente para a atmosfera tensa e sufocante. As paisagens da região, ainda que representadas cinematicamente, transmitem uma sensação de isolamento e perigo palpável, intensificando a experiência para o espectador.
A direção de Roel Reiné é eficiente, sem se preocupar em inventar a roda. Ele entrega uma ação frenética e bem coreografada, com lutas realistas e visceralmente impactantes que exploram a maestria de Scott Adkins nas artes marciais. Adkins, diga-se de passagem, é o grande trunfo do filme. Sua performance física é extraordinária, carregando o longa nas costas com uma presença imponente e carisma que ultrapassa o estereótipo do herói de ação silencioso. Os demais atores, como Rhona Mitra e Robert Knepper, cumprem seus papéis com competência, mesmo que não apresentem atuações memoráveis. O roteiro, escrito por Matt Harvey, Dominic Morgan e George Huang, peca em alguns momentos por previsibilidade, mas compensa com uma trama ágil e direta, que não perde tempo em divagações desnecessárias.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Roel Reiné |
Roteiristas | Matt Harvey, Dominic Morgan, George Huang |
Produtor | Chris Lowenstein |
Elenco Principal | Scott Adkins, Rhona Mitra, Robert Knepper, Temuera Morrison, Byron Gibson |
Gênero | Ação, Thriller |
Ano de Lançamento | 2016 |
Produtoras | Living Films, Universal 1440 Entertainment |
Pontos Fortes e Fracos
A força de O Alvo 2 reside na sua honestidade. Ele não tenta ser mais do que é: um filme de ação puro e simples, sem pretensões artísticas elevadas. A coreografia das lutas é brutalmente eficaz, oferecendo sequências de ação que prendem a atenção do início ao fim. Por outro lado, a trama, como mencionei, sofre de algumas falhas narrativas e a profundidade dos personagens poderia ser expandida. A falta de uma construção mais elaborada dos antagonistas, por exemplo, impede que o filme alcance um nível de excelência maior.
Temas e Mensagens
Embora não seja um filme que se proponha a explorar temas profundos, O Alvo 2 toca em alguns pontos interessantes, como a luta pela sobrevivência, a redenção e a capacidade humana de resiliência frente à adversidade. O arco de Wes Baylor, mesmo que simplificado, nos mostra um homem lutando contra seus demônios internos enquanto enfrenta uma ameaça externa.
Conclusão
O Alvo 2 é um filme de ação competente, ideal para quem busca entretenimento sem grandes complicações. Se você busca um roteiro complexo e personagens multifacetados, este não é o filme para você. No entanto, se quer adrenalina pura, lutas bem coreografadas e uma história envolvente o suficiente para manter você grudado na tela até o final, então, sim, vale a pena assistir, especialmente se você encontra este filme nas plataformas de streaming. Para mim, foi uma experiência que, nove anos depois, ainda resiste ao tempo, provando a sua eficácia em entregar exatamente o que promete: ação visceral e sem rodeios. Recomendo fortemente. Ele ocupa um lugar especial no meu catálogo de filmes de ação, como uma prova de que, às vezes, a simplicidade pode ser a chave para uma experiência cinematográfica eficaz.