O Espetacular Homem-Aranha 2: Uma teia de promessas e decepções – 11 anos depois
Onze anos se passaram desde que assisti a O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro nos cinemas, em maio de 2014. Lembro-me da expectativa, da empolgação por Andrew Garfield no papel, pela promessa de um universo expandido com o visual do Duende Verde. Hoje, revisitar o filme é uma experiência agridoce, um exercício de nostalgia misturada com uma dose saudável de crítica.
A trama acompanha Peter Parker, já experiente como o Homem-Aranha, lidando com o peso de suas responsabilidades e o romance com Gwen Stacy. A aparição de Harry Osborn, um amigo de infância atormentado, e a ascensão do eletrizante Electro, um vilão com poderes incrivelmente bem elaborados, compõem os principais conflitos do longa. É uma sinopse que, na teoria, soa promissora, mas a execução… ah, a execução…
Marc Webb, que havia dirigido o primeiro filme da saga, demonstra, aqui, uma clara incapacidade de controlar a avalanche de narrativas. O roteiro, assinado por Alex Kurtzman, Jeff Pinkner e Roberto Orci, tenta abarcar demasiados personagens e arcos narrativos, resultando numa confusão narrativa que prejudica o desenvolvimento de cada um deles. O ritmo frenético, que por vezes tenta imprimir emoção, muitas vezes se torna um atropelo de eventos, sem espaço para a respiração ou a construção de momentos verdadeiramente impactantes.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Marc Webb |
| Roteiristas | Alex Kurtzman, Jeff Pinkner, Roberto Orci |
| Produtores | Matt Tolmach, Avi Arad |
| Elenco Principal | Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Dane DeHaan, Colm Feore |
| Gênero | Ação, Aventura, Ficção científica |
| Ano de Lançamento | 2014 |
| Produtoras | Columbia Pictures, Matt Tolmach Productions, Arad Productions, Marvel Entertainment |
As atuações, por outro lado, são um ponto alto. Andrew Garfield carrega nas costas o peso de um herói que luta contra seus demônios internos e os perigos que ameaçam sua cidade. Emma Stone, como Gwen Stacy, entrega uma performance sensível e cheia de nuances, e a química entre os dois atores é inegável. Jamie Foxx, como Electro, transforma a tragédia de Max Dillon em algo palpável, embora o excesso de CGI em algumas cenas roube a intensidade da sua interpretação. Dane DeHaan como Harry Osborn também se destaca, embora seu arco de vilão seja apressado e pouco explorado.
O filme demonstra uma clara obsessão com a construção de um universo expandido, um objetivo nobre, mas que aqui se tornou um tiro pela culatra. A tentativa de conectar as histórias de vários personagens, introduzindo subtramas mal desenvolvidas, prejudica o foco e a profundidade emocional da narrativa principal. A incorporação forçada de elementos que visavam preparar o terreno para futuras continuações, que nunca aconteceram, é talvez o pecado cardinal de O Espetacular Homem-Aranha 2.
Apesar de seus defeitos, o filme acerta em alguns pontos cruciais. A exploração do tema da responsabilidade e do peso da escolha é bastante eficaz, e a cena final, embora devastadora, funciona como um impacto emocional que fica gravado na memória. A caracterização de Electro, apesar das falhas em sua narrativa, é visualmente impactante e mostra a capacidade dos efeitos visuais da época, que em 2025 parecem um pouco datados, mas ainda impressionam.
Em resumo, O Espetacular Homem-Aranha 2 é um exemplo de como um filme com grande potencial pode se perder em sua própria ambição. Ele sofre de um roteiro mal-construído, um ritmo descontrolado e uma trama saturada de personagens e elementos narrativos desnecessários. No entanto, as atuações, alguns momentos emocionais e a estética visual conseguem salvar a película de um fracasso absoluto. Se você for um fã do Homem-Aranha e estiver preparado para perdoar suas falhas, vale a pena conferir. Mas não espere uma obra-prima; espere um filme repleto de potencial não realizado. Para a maioria dos espectadores, outras adaptações do herói aracnídeo oferecem uma experiência mais completa e satisfatória em plataformas digitais. A recepção mista na época do lançamento, com uma avaliação geral considerada mediana, reflete precisamente este sentimento.




