Esquadrão Suicida: Uma Bomba Relógia Que Explodiu (em 2016)
Nove anos se passaram desde que o Esquadrão Suicida invadiu nossas telas, prometendo uma revolução no universo DC nos cinemas. A promessa? Uma aventura sombria, visceral, com vilões carismáticos em missões suicidas. A realidade? Bem, a realidade foi… complexa. Olhando para trás, em 2025, consigo enxergar o filme com mais clareza, com um olhar menos afetado pelo hype e pela onda de críticas negativas que o atingiram em 2016.
O longa acompanha um grupo de supervilões encarcerados, recrutados por uma implacável Amanda Waller (uma Viola Davis fenomenal, aliás) para uma missão secreta e quase impossível. A ameaça é grande, os riscos são ainda maiores, e a possibilidade de fracasso – com consequências letais – paira sobre eles o tempo todo. É uma premissa fantástica, carregada de potencial para uma exploração moralmente ambígua, que, infelizmente, não é totalmente explorada.
David Ayer, tanto na direção quanto no roteiro, tenta equilibrar o tom sombrio com um humor ácido e, em certos momentos, até um certo pastelão. Esse equilíbrio, no entanto, é precário. A edição frenética, algumas vezes, prejudica a narrativa, deixando a trama confusa e sem o tempo de respiro necessário para que os personagens – e suas complexidades – sejam plenamente desenvolvidos. A exceção, sem dúvida, é a Harley Quinn de Margot Robbie. Sua atuação é uma força da natureza, roubando a cena em cada frame, justificando o hype em torno de seu personagem e se tornando, sem dúvida, o maior trunfo do filme. Já Jared Leto como o Coringa, apesar de sua interpretação bizarra e polarizadora, passa a sensação de um personagem deslocado, uma versão descaracterizada do vilão que conhecemos. Will Smith entrega um Deadshot competente, mas sem grande profundidade. Os demais membros do elenco cumprem seus papéis, mas não conseguem se destacar com a mesma intensidade.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | David Ayer |
Roteirista | David Ayer |
Produtores | Richard Suckle, Charles Roven |
Elenco Principal | Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Joel Kinnaman, Viola Davis |
Gênero | Ação, Aventura, Fantasia |
Ano de Lançamento | 2016 |
Produtoras | Warner Bros. Pictures, RatPac Entertainment, DC Films, Atlas Entertainment |
Os pontos fortes do filme residem na estética visual, principalmente nas cenas de ação que – mesmo com suas falhas de narrativa – são visualmente impactantes. A fotografia é vibrante e a trilha sonora ajuda a criar uma atmosfera peculiar. Já os pontos fracos são numerosos: um roteiro que, apesar da premissa promissora, se perde em subplots desnecessários, deixando os personagens pouco explorados; a direção, por vezes, falha em construir uma narrativa coesa, resultando em uma experiência caótica; e, por fim, a tentativa de equilibrar humor e drama que, infelizmente, não funciona em sua totalidade.
O Esquadrão Suicida de 2016, a despeito de suas imperfeições, tenta discutir temas interessantes como a moralidade ambígua, o peso da culpa e a redenção. Entretanto, esses temas ficam subdesenvolvidos, quase como um pensamento secundário. A mensagem final, portanto, fica diluída, perdida no meio da ação frenética e dos personagens caricatos.
Em 2025, olhando para o legado do filme, percebo que ele foi um produto de seu tempo, uma tentativa – talvez ousada demais – de trazer um tom mais sombrio para o universo DC nos cinemas, em uma época onde a Marvel dominava o mercado com seus filmes mais leves e despretensiosos. Sua recepção pela crítica, em 2016, foi realmente negativa, como apontam trechos de reviews da época, e, de fato, o filme possui falhas significativas. Mas, ao mesmo tempo, é um filme único, com atuações memoráveis e momentos brilhantes que o tornam um curioso experimento cinematográfico. Recomendo sua experiência, principalmente para quem aprecia o universo DC e quer entender melhor a trajetória da franquia no cinema – afinal, é parte fundamental da história do DCEU. Mas, aviso desde já: prepare-se para uma montanha-russa frenética e com algumas reviravoltas inesperadas. A experiência talvez não seja perfeita, mas certamente é inesquecível. Vale a pena, principalmente no streaming, em uma tarde chuvosa e com um bom balde de pipoca.