O Exterminador do Futuro: Gênesis – Uma Gênese de Desapontamentos?
Dez anos se passaram desde que assisti a O Exterminador do Futuro: Gênesis nos cinemas em 2015. Lembro-me da expectativa, da nostalgia, da promessa de uma nova saga na franquia que tanto me marcou na adolescência. E, bem, a memória me serve para confirmar: a realidade foi bem menos impactante do que a promessa. O filme, em sua essência, tenta reimaginar a história original, jogando com a ideia de uma linha temporal alterada, onde Sarah Connor já tem um relacionamento com um Exterminador. É uma premissa interessante, mas infelizmente, o resultado final é um amontoado de ação descontrolada, efeitos especiais que, mesmo para os padrões da época, não são tão impressionantes, e um roteiro repleto de buracos e inconsistências.
Uma salada temporal de ação e desespero
A direção de Alan Taylor, embora competente em filmar as sequências de ação, falha em criar uma atmosfera verdadeiramente tensa. A frenética sucessão de explosões e tiroteios, ao invés de prender, cansa. O roteiro, de Patrick Lussier e Laeta Kalogridis, pecou pelo excesso de ambição. Tentando reconstruir o passado da franquia, cria uma trama complexa e confusa, que se perde em seus próprios desvios temporais e não consegue construir personagens consistentes. A premissa da linha temporal alterada, embora criativa, não é explorada com a profundidade necessária. Em vez de um mergulho nas complexidades da viagem no tempo, temos apenas uma sucessão de cenas de ação interrompidas por diálogos mal escritos e situações desconexas.
Atributos e decepções em meio às explosões
Arnold Schwarzenegger, como sempre, rouba a cena. Seu carisma inato e a segurança de sua atuação, mesmo encarnando um Exterminador “Guardian”, salvam algumas situações. Emilia Clarke, embora esforçada, luta para encontrar profundidade em uma personagem que, apesar de ser a icônica Sarah Connor, aparece muito subdesenvolvida. Jai Courtney como Kyle Reese e Jason Clarke como John Connor também não conseguem imprimir a força necessária aos seus papéis. Apesar de alguns esforços individuais, as atuações acabam se perdendo no turbilhão de efeitos especiais e na confusão da narrativa.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Alan Taylor |
| Roteiristas | Patrick Lussier, Laeta Kalogridis |
| Produtores | Dana Goldberg, David Ellison |
| Elenco Principal | Emilia Clarke, Jai Courtney, Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Matt Smith |
| Gênero | Ficção científica, Ação, Thriller, Aventura |
| Ano de Lançamento | 2015 |
| Produtoras | Paramount Pictures, Skydance Media |
Pontos fortes? Uma reminiscência…
Sinceramente, encontrar pontos positivos em “Gênesis” é um exercício de escapismo otimista. A nostalgia da franquia original é, talvez, o seu principal trunfo. Ver Schwarzenegger de volta no papel que o consagrou, mesmo que em circunstâncias diferentes, traz um certo apelo nostálgico. A trilha sonora também se esforça para evocar a atmosfera dos filmes anteriores, mas não é suficiente para salvar o filme de seus próprios defeitos.
Temas e mensagens? Um vazio temporal
O filme aborda temas clássicos da franquia: a luta contra o inevitável futuro distópico e a ameaça da inteligência artificial. Mas, falha em explorar tais temas com qualquer profundidade. A mensagem fica perdida no meio de explosões e perseguições de carros. A complexidade de uma guerra entre humanos e máquinas se dissolve em uma trama confusa e repleta de reviravoltas gratuitas.
Conclusão: Gênesis de um fracasso?
O Exterminador do Futuro: Gênesis, lançado em 2015, se tornou um exemplo infeliz de como uma franquia de sucesso pode ser desperdiçada. A tentativa de reimaginar a história original, apesar de sua premissa intrigante, resulta em um filme confuso, inconsistente e, na maioria das vezes, entediante. Só recomendo o filme aos mais fanáticos fãs da franquia, e mesmo assim, apenas como um item de colecionador. Para o público em geral, existe uma infinidade de outras obras de ficção científica que merecem muito mais seu tempo e atenção. Ainda hoje, quando analiso o filme à luz do tempo passado, minha decepção permanece intocada. Um desperdício de potencial que, infelizmente, não conseguiu gerar uma nova gênesis para a saga do Exterminador.




