O Grande Dragão Branco

Sangue, Suor e Nostalgia: Uma Revisitada a O Grande Dragão Branco (Bloodsport)

Em 23 de setembro de 2025, quase quatro décadas depois de sua estreia em 09 de dezembro de 1988, me peguei assistindo novamente a O Grande Dragão Branco (“Bloodsport”), e posso dizer com toda a certeza: o filme envelheceu como um bom vinho… com algumas borras no fundo da garrafa. Não, não esperem uma análise acadêmica rebuscada. Este é o olhar de um apaixonado por cinema de ação dos anos 80, um que cresceu com o mito Jean-Claude Van Damme e que ainda se diverte com a energia bruta e a ingenuidade do longa.

O filme acompanha Frank Dux (Van Damme), um soldado americano que viaja para Hong Kong para participar do Kumite, um torneio clandestino de artes marciais brutal e lendário. A trama acompanha sua jornada, repleta de treinamento extenuante, encontros perigosos com militares que o caçam como desertor e um romance com a jornalista Janice Kent (Leah Ayres). A busca por acesso ao submundo de luta e a preparação para o torneio formam o núcleo da narrativa, que equilibra ação frenética com uma pitada de drama pessoal. Não se iludam, porém: a prioridade aqui é a pancadaria.

A direção de Newt Arnold é competente, sem brilhos excepcionais, mas eficiente em entregar a energia frenética que o filme exige. As lutas são coreografadas com a marca registrada de Van Damme – uma mistura de agilidade, acrobacias e golpes potentes. Vale notar que, apesar dos avanços na tecnologia e na coreografia de lutas desde 1988, o longa resiste ao teste do tempo em termos de ação pura. A fotografia, por sua vez, contribui para a atmosfera sombria e violenta do submundo de Hong Kong retratado, especialmente na claustrofóbica Cidade Murada de Kowloon.

AtributoDetalhe
DiretorNewt Arnold
RoteiristasSheldon Lettich, Mel Friedman, Christopher Cosby
ProdutoresYoram Globus, Menahem Golan, Mark DiSalle
Elenco PrincipalJean-Claude Van Damme, Bolo Yeung Sze, Donald Gibb, Leah Ayres, Norman Burton
GêneroAção, Thriller, Drama
Ano de Lançamento1988
ProdutorasThe Cannon Group, Warner Bros. Pictures

O roteiro, assinado por Sheldon Lettich, Mel Friedman e Christopher Cosby, peca um pouco na profundidade, mas compensa com um ritmo ágil e uma boa dose de carisma. Os diálogos são, admito, bastante clichês, mas a energia e a convicção de Van Damme em cena compensam. Ainda assim, a construção dos personagens secundários é superficial, com exceção talvez do imponente Chong Li (Bolo Yeung Sze), um antagonista inesquecível e charmoso em sua brutalidade. O resto do elenco cumpre seu papel, com destaque para a presença de Donald Gibb como o amigo leal de Dux, Ray Jackson.

A atuação de Van Damme é, sem dúvida, o ponto central do filme. Embora longe de ser uma atuação de Oscar, ele transmite perfeitamente a mistura de confiança, determinação e um toque de arrogância de Dux. É um desempenho que transborda carisma, e sua energia contagia a tela. Se o filme funciona, isso se deve em grande parte à presença magnética do ator.

Um dos maiores trunfos de O Grande Dragão Branco é sua atmosfera. O filme consegue capturar a aura misteriosa e perigosa de Hong Kong, com suas ruas movimentadas e a Cidade Murada servindo como um cenário perfeito para a violência e o subterrâneo mundo das artes marciais. A trilha sonora também merece menção honrosa, contribuindo significativamente para a atmosfera tensa e emocionante.

Mas o filme não está livre de problemas. O enredo é previsível, alguns personagens são estereotipados e a trama central, inspirada na lenda (verdadeira ou não) da participação de Frank Dux em um torneio real, é ligeiramente simplificada. E mesmo sendo uma obra de ação, alguns detalhes da história poderiam ser mais bem trabalhados para tornar o filme mais crível e menos dependente da mera ação.

No entanto, esses defeitos são perdoados pela nostalgia e pelo puro entretenimento que o filme oferece. O Grande Dragão Branco é um produto de sua época, um filme de ação com um herói de ação musculoso, lutas impressionantes e um roteiro que sabe exatamente o que quer ser: uma aventura emocionante e viciante. Em 2025, assisti-lo é uma viagem nostálgica para a era dourada do cinema de ação, um retorno a uma época onde a simplicidade e a energia bruta conseguiam cativar o público.

Recomendo O Grande Dragão Branco para quem busca uma experiência cinematográfica despretensiosa, repleta de ação e nostalgia. Não esperem um filme complexo ou intelectualmente estimulante. Esperem, sim, muita adrenalina, um pouco de romance e a clássica imagem de Van Damme em sua glória juvenil. Disponível em diversas plataformas digitais de streaming, ele continua a ser uma opção válida para aqueles que apreciam a magia do cinema de ação dos anos 80.

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