O Maestro

Pôster: Homem idoso de barba, óculos e terno marrom, com lápis na mão, olhando seriamente. Fundo simples verde-acinzentado.

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Em um mundo onde a velocidade do consumo cultural muitas vezes nos impede de saborear as histórias mais delicadas, há filmes que, como vinhos finos, só melhoram com o tempo. É o caso de O Maestro, uma joia cinematográfica de 2018 que, mesmo sete anos após seu lançamento, ressoa com uma profundidade singular em 16 de outubro de 2025. Eu tive o prazer de revisitá-lo recentemente e, sabe, algumas obras simplesmente pedem para serem discutidas, para que suas nuances sejam desembrulhadas e apreciadas.

Por que, afinal, nos dedicamos a desvendar filmes assim? Porque eles nos oferecem mais do que entretenimento; eles nos dão um espelho, um portal para a compreensão humana. E O Maestro, dirigido por Adam Cushman e roteirizado por C.V. Herst, faz isso com uma graça e uma sinceridade que poucas produções conseguem alcançar. Não é um blockbuster, não busca efeitos especiais estrondosos. É um drama íntimo, uma biografia que pulsa com a batida de um coração musical.

A trama, que nos leva ao rescaldo da Segunda Guerra Mundial, tece a história de um jovem músico, Sam Herst (interpretado com uma vulnerabilidade tocante por Mackenzie Astin), que, buscando aprimoramento, encontra refúgio e inspiração em Mario Tedesco – ou, como a história nos revela, o lendário Mario Castelnuovo-Tedesco. Mario, vivido com uma autoridade serena e uma melancolia velada por Xander Berkeley, é mais do que um renomado compositor de Hollywood; ele é um farol, um mentor que moldou gigantes como John Williams e Randy Newman. O filme não apenas nos diz que ele é importante, ele nos mostra o peso de seu legado em cada gesto, em cada silêncio pensativo de Berkeley.

O que me prendeu, e acredito que prenderá você também, é a forma como a relação entre Mario e Sam é construída. Não é uma linha reta de mestre e aprendiz. É um labirinto de trocas, de inspiração mútua, de respeito que transcende as partituras. Imagine a melodia de um violino que busca sua harmonia na orquestra; Sam é esse violino, e Mario é a batuta que, com sabedoria, o guia sem jamais sufocar sua própria voz. As aulas de composição se tornam lições de vida, e a música, antes de ser um conjunto de notas, é a própria linguagem da alma, um consolo em tempos de cicatrizes da guerra e um refúgio da perseguição que Mario havia enfrentado.

AtributoDetalhe
DiretorAdam Cushman
RoteiristaC.V. Herst
Elenco PrincipalXander Berkeley, Sarah Clarke, Mackenzie Astin, William Russ, Leo Marks
GêneroDrama
Ano de Lançamento2018

Xander Berkeley, um ator que sempre admirei por sua capacidade de habitar personagens com uma gravidade quase palpável, entrega aqui uma performance magistral. Seus olhos carregam o peso de uma vida de exílio – como um judeu italiano forçado a fugir de sua terra natal –, mas também a paixão inabalável pela sua arte. Ele não declama frases de efeito; ele vive cada acorde, cada pausa. Ao seu lado, Sarah Clarke, como Clara Castelnuovo-Tedesco, oferece um porto seguro, a rocha que sustenta o gênio, um lembrete sutil de que por trás de todo grande homem, há frequentemente uma mulher de força silenciosa. E ver William Russ e Leo Marks como Abe e Jerry Herst, respectivamente, adiciona camadas de contexto familiar para Sam, ancorando sua jornada musical em uma realidade palpável.

O Maestro é um drama que sabe variar seu ritmo, alternando entre a intensidade das discussões musicais e a calma dos momentos de reflexão. Não há pressa, o que é um alívio neste cinema apressado de hoje. Adam Cushman dirige com uma sensibilidade que prioriza a emoção contida, permitindo que os silêncios falem tanto quanto os diálogos. O roteiro de C.V. Herst é perspicaz, revelando a complexidade dos personagens através de interações autênticas, sem nunca cair no didatismo barato. É uma verdadeira tapeçaria humana, onde cada fio – seja a ambição juvenil de Sam, a sabedoria sofrida de Mario, ou o apoio incondicional de Clara – é essencial para o todo.

Se você está buscando uma experiência cinematográfica que nutra a alma, que celebre a resiliência do espírito humano e o poder transcendente da música, então, por favor, dê uma chance a O Maestro. Ele é mais do que uma biografia; é um lembrete de que as conexões mais profundas são forjadas não por laços de sangue, mas por laços de paixão, respeito e uma melodia compartilhada que ecoa muito além do último acorde. E, no fim das contas, não é isso que buscamos na arte? Uma ressonância que nos faz sentir um pouco mais conectados, um pouco mais humanos? Eu diria que sim, e este filme entrega isso em cada nota.

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