O Novo Festival Tom e Jerry: Uma Volta ao Passado com Sabor de Nostalgia (e Algumas Falhas)
Cinquenta anos depois de sua estreia nos cinemas, a dupla mais famosa de gato e rato da animação voltou às telas, desta vez em formato de série televisiva. Em 1975, O Novo Festival Tom e Jerry (The New Tom and Jerry Show) aportou nas manhãs de sábado da ABC, um marco histórico para a dupla, representando sua primeira incursão no universo da animação televisiva. E, analisando-o em 2025, a experiência é curiosa, um turbilhão de nostalgia com um toque agridoce de “deveríamos ter deixado bem como estava?”.
A série, composta por diversos episódios curtos e autocontidos, acompanha as travessuras hilárias de Tom e Jerry, com o gato sempre em busca de aprontar com o rato, e o rato, sempre pronto para dar o troco com inteligência e sagacidade. A premissa básica é a mesma que conhecemos e amamos: uma guerra de armadilhas, perseguições e gags visuais que transcendem gerações. No entanto, a fórmula clássica sofre algumas adaptações para o formato televisivo, introduzindo novos personagens e situações, embora mantenha o núcleo da rivalidade central.
A direção, típica da Hanna-Barbera dos anos 70, é um show à parte. É uma animação fluida, apesar de sua simplicidade, com os traços característicos da época. Há um charme singular na estética, uma nostalgia palpável que pode cativar o espectador mais experiente. Entretanto, a animação, comparada aos padrões atuais, demonstra sinais do tempo, com alguns movimentos menos polidos que o que estamos acostumados hoje em plataformas de streaming. O roteiro, por sua vez, é um misto de acertos e erros. Alguns episódios são brilhantemente engraçados, repletos de gags inteligentes e momentos de comédia física impecáveis. Outros, porém, se perdem em repetições e piadas um tanto quanto batidas, sendo previsíveis em seu desenvolvimento.
Atributo | Detalhe |
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Criadores | William Hanna, Joseph Barbera |
Produtores | William Hanna, Joseph Barbera |
Elenco Principal | John Stephenson, Don Messick, Joe E. Ross |
Gênero | Animação, Kids, Família, Comédia |
Ano de Lançamento | 1975 |
Produtoras | Metro-Goldwyn-Mayer, Hanna-Barbera Productions |
As atuações de voz, principalmente de John Stephenson como Tom e Don Messick, que empresta sua voz para outros personagens, são impecáveis. Há um timing cômico fantástico, explorando bem os tons e a expressividade dos personagens. Nota-se, porém, uma certa uniformidade nas vozes que, em alguns momentos, limita o alcance emocional e a diversidade dos personagens.
O grande trunfo de O Novo Festival Tom e Jerry é, sem dúvida, a sua nostalgia. Para quem cresceu assistindo aos curtas clássicos, reviver a dupla em um formato televisivo, mesmo com suas imperfeições, é uma experiência nostálgica extremamente recompensadora. A série também apresenta alguns temas interessantes, mesmo que sutilmente, como a importância da amizade (apesar da rivalidade), a resiliência e a busca pela diversão. Porém, a série peca pela inconsistência, alternando entre episódios excelentes e outros bastante medianos, prejudicando a experiência geral.
Em resumo, O Novo Festival Tom e Jerry é uma série que agrada mais pelo seu valor histórico e pela nostalgia que evoca do que por sua qualidade intrínseca, se comparada às produções atuais. A animação apresenta seu charme, mas os roteiros e a consistência flutuam. Se você é um fã de carteirinha de Tom e Jerry, vale a pena assistir pela experiência de revisitar a dupla em sua primeira aventura televisiva. Mas se você está procurando uma série de animação impecável em termos técnicos e narrativos, talvez seja melhor buscar outras opções nas plataformas digitais. Recomendo-a com ressalvas, especialmente para aqueles que apreciam a história da animação e buscam um mergulho na nostalgia dos anos 70. A experiência é agridoce, porém inesquecível.