O Panda do Kung Fu 4

O Panda do Kung Fu 4: Um Adeus Doce-Amargo ao Mestre Po

Um ano e meio depois de sua estreia nos cinemas brasileiros, ainda me encontro refletindo sobre O Panda do Kung Fu 4. A franquia, um pilar da animação contemporânea, chegou ao seu quarto capítulo com a promessa de uma passagem de bastão, e, como era de se esperar, entrega um filme que é simultaneamente familiar e surpreendente. A premissa é simples: Po, agora um mestre espiritual, precisa encontrar seu sucessor como o Dragão Guerreiro. Essa busca o leva a Zhen, uma raposa talentosa, mas relutante, que se torna o foco principal da narrativa.

A direção de Mike Mitchell, enquanto segura e competente, não chega a brilhar com a mesma criatividade dos filmes anteriores. A animação, apesar de tecnicamente impecável, às vezes parece menos inspirada, com menos energia visual nas sequências de ação, que sempre foram um ponto alto da franquia. Apesar disso, a beleza visual do Vale da Paz e os detalhes encantadores dos personagens compensam a ausência de um verve mais audacioso.

O roteiro, escrito por Jonathan Aibel, Glenn Berger e Darren Lemke, apresenta uma trama funcional, embora previsível. A dinâmica entre Po e Zhen, o coração do filme, funciona muito bem. Awkwafina traz uma energia sarcástica e espirituosa para Zhen, criando um contraponto perfeito à sabedoria paternalista de Jack Black como Po. O elenco de apoio, com destaques para Viola Davis como a vilã Camaleão (uma escolha inspirada, devo dizer), Dustin Hoffman e Bryan Cranston, sustenta o filme com suas performances consistentemente sólidas. A química entre os dubladores é inegável e transparece na tela.

AtributoDetalhe
DiretorMike Mitchell
RoteiristasJonathan Aibel, Glenn Berger, Darren Lemke
ProdutoraRebecca Huntley
Elenco PrincipalJack Black, Awkwafina, Viola Davis, Dustin Hoffman, Bryan Cranston
GêneroAnimação, Família, Ação, Comédia, Aventura, Fantasia
Ano de Lançamento2024
ProdutoraDreamWorks Animation

No entanto, o roteiro tropeça em alguns momentos. O arco de Zhen, enquanto bem desenvolvido, carece de um conflito interno verdadeiramente profundo. A dinâmica mestre-aprendiz, por mais eficaz que seja, parece um pouco apressada.

Apesar de algumas falhas no roteiro, O Panda do Kung Fu 4 acerta em cheio ao explorar a temática da transição e da responsabilidade. O filme aborda a ideia de legado com delicadeza, mostrando que a liderança não se resume a força bruta, mas à sabedoria, à compaixão e à capacidade de inspirar. A Camaleão, como antagonista, embora não seja memorável como Tai Lung ou Shen, serve como um eficaz símbolo das dificuldades inerentes à liderança.

O filme também preserva o humor característico da franquia, que, como sempre, funciona perfeitamente para o público infantil e continua sendo um deleite para os adultos.

Considerando tudo, O Panda do Kung Fu 4 é um filme bom, embora não seja o melhor da série. É uma despedida digna para Po e uma introdução razoável para um possível futuro da franquia. Recomendaria a todos os fãs de animação familiar. Ele não redefine a animação, mas entrega exatamente o que se espera de um bom filme de kung-fu com pandas: ação, humor e mensagens positivas sobre crescimento e responsabilidade. Enquanto a criatividade possa estar diminuindo, o coração da franquia permanece intacto. Para quem busca diversão leve e emocionante, O Panda do Kung Fu 4 é uma boa opção.

Trailer

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