O Trem da Intriga: Uma Viagem Decepcionante em O Passageiro (2018)
Sete anos depois de sua estreia em 08 de março de 2018, me peguei revisitando O Passageiro (The Commuter), e a experiência me deixou com a mesma sensação de frustração que tive em 2018. Liam Neeson, o mestre do thriller de ação, tenta mais uma vez se encaixar no papel de herói de ação improvável, e embora ele entregue com sua habitual seriedade e talento físico, o filme em si falha em entregar uma experiência tão satisfatória quanto a sua premissa promissora sugere.
A sinopse, sem spoilers, é simples: um vendedor de seguros, Michael MacCauley (Neeson), em seu caminho de volta para casa de trem, é envolvido em uma perigosa conspiração quando uma misteriosa mulher (Vera Farmiga) lhe propõe uma tarefa complexa: identificar um passageiro específico antes do trem chegar à sua última parada. A partir daí, uma corrida contra o tempo se inicia, repleta de reviravoltas e uma crescente sensação de perigo.
No entanto, a promessa de um thriller tenso e inteligente se desfaz gradualmente. A direção de Jaume Collet-Serra, que antes havia trabalhado com Neeson em “Perdido em Marte”, aqui se mostra competente, mas sem a criatividade necessária para dar vida à trama. As cenas no trem são bem filmadas, criando uma atmosfera claustrofóbica, mas a edição, por vezes, se mostra apressada, sacrificando a tensão em prol da agilidade.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Jaume Collet-Serra |
| Roteiristas | Byron Willinger, Philip de Blasi, Ryan Engle |
| Produtores | Alex Heineman, Andrew Rona |
| Elenco Principal | Liam Neeson, Patrick Wilson, Sam Neill, Jonathan Banks, Vera Farmiga |
| Gênero | Ação, Thriller, Mistério |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtoras | StudioCanal, TF1 Films Production, The Picture Company, Ombra Films |
O roteiro, assinado por Byron Willinger, Philip de Blasi e Ryan Engle, é o maior ponto fraco do longa. A trama, inicialmente intrigante, é repleta de reviravoltas previsíveis e diálogos pouco inspirados. A construção dos personagens secundários é superficial, e o mistério central, apesar de sua complexidade aparente, se resolve de forma bastante desanimadora. A trama se arrasta, e apesar do esforço de Neeson, que se entrega com convicção, a performance não salva um filme que parece ter perdido o caminho da sua própria história. Mesmo com um elenco de apoio competente, com destaque para Patrick Wilson e Sam Neill, os atores parecem presos em um roteiro que não os permite brilhar.
O filme tenta construir suspense a partir da sua própria previsibilidade. Vimos isso tantas vezes antes! A sensação de urgência é diluída pela falta de originalidade e pela excessiva duração, tal como apontado por algumas críticas que li em 2018. Sim, Neeson em um cenário claustrofóbico de um trem em movimento é instigante por algum tempo, mas uma hora e quarenta e cinco minutos é tempo demais para um roteiro com tão poucas surpresas.
Apesar de seus defeitos, O Passageiro não é totalmente sem méritos. A atmosfera tensa em alguns momentos consegue prender a atenção, e a premissa inicial tem um apelo genuíno. O filme toca brevemente em temas como a moralidade ambígua, a pressão da vida moderna e as consequências de nossas escolhas, mas são explorados superficialmente, sem o desenvolvimento necessário para criar um impacto significativo.
No fim, O Passageiro (2018) se revela uma experiência frustrante. Um thriller de ação que desperdiça um bom elenco e uma premissa promissora, optando por um roteiro previsível e uma execução pouco inspirada. Recomendo apenas para fãs incondicionais de Liam Neeson, que talvez consigam enxergar valor na sua atuação, mesmo em um filme menor da sua carreira. Para os demais, sugiro procurar opções mais satisfatórias no vasto catálogo de thrillers disponíveis em plataformas de streaming. Não se trata de uma experiência inesquecível, mas também não é completamente descartável. Simplesmente decepcionante.
