O Protetor 2

Sete anos se passaram desde que O Protetor 2 chegou às telas, e aqui estou eu, revisitando a obra de Antoine Fuqua. E por que? Porque, para mim, o cinema é mais do que entretenimento; é um espelho, um desabafo, e, às vezes, um lembrete agridoce de que o mundo, embora cheio de injustiças, ainda tem seus redentores — mesmo que estes operem nas sombras mais obscuras. Denzel Washington como Robert McCall é, para mim, um desses pilares, uma figura quase mítica que encarna aquela fantasia universal de que alguém, em algum lugar, vai acertar as contas quando ninguém mais pode. E essa é a minha motivação. Não é só mais um filme de ação; é o Denzel Washington fazendo o que ele faz de melhor: ser inabalável e profundamente humano ao mesmo tempo.

Acompanhar Robert McCall em sua jornada é sempre um esafio. Ele não é um herói convencional, com capa e superpoderes. Ele é um veterano da CIA, um ex-agente de elite, que busca uma vida comum, entregando corridas e lendo livros. Mas, como um vulcão adormecido, a erupção de violência está sempre à espreita, provocada por crimes que ferem sua alma. No primeiro filme, ele defendia os oprimidos. Em O Protetor 2, a coisa se torna visceral, pessoal. Quando sua melhor amiga e ex-colega, Susan Plummer, é brutalmente assassinada por um bando de assassinos profissionais, a faísca se acende em um incêndio incontrolável. Não se trata mais de justiça genérica; é vingança pura, visceral, e, veja bem, é por isso que a gente se conecta. Quem nunca sentiu a necessidade de ver o mundo pagar por uma perda?

A trama nos arrasta para um redemoinho de mistério e violência, onde McCall precisa desvendar quem está por trás do ataque. É aí que entra a complexidade e a profundidade que eu tanto aprecio. A gente percebe que esses assassinos profissionais não são meros capangas; há uma trama maior, com raízes profundas, possivelmente ligadas à própria Central Intelligence Agency (CIA) e ao passado de McCall. A intensidade de Denzel é palpável; ele não grita sua raiva, ele a irradia com um olhar, com a precisão letal de seus movimentos de artes marciais. Cada golpe, cada desarmamento, cada cena de confronto é coreografada com uma eficiência brutal que o torna um adversário agressivo e, ao mesmo tempo, terrivelmente justo em sua fúria. Não é um embate gratuito, é uma aula de como um homem com um conjunto de habilidades letais pode virar o jogo contra forças de elite treinadas.

O diretor Antoine Fuqua, que já havia trabalhado com Washington em outros projetos memoráveis, sabe exatamente como explorar o carisma e a fisicalidade do ator. Ele nos entrega uma sequência de ação que é tanto um thriller de espionagem quanto um festival de adrenalina. A forma como McCall se move, metodicamente, quase cirurgicamente, para desmantelar a gangue responsável, nos mantém suspenseful a cada segundo. O roteiro de Richard Wenk, embora possa ser visto por alguns como uma estrutura familiar de sequel, consegue injetar novos elementos emocionais, como a relação de McCall com o jovem Miles Whittaker, que ele tenta guiar para longe do caminho do crime, e a presença de Dave York (Pedro Pascal), um elo com o passado sombrio de McCall que adiciona uma camada de traição e desconfiança. É uma daquelas sutilezas que nos faz pensar: até que ponto nossos velhos laços podem se tornar nossos maiores inimigos?

AtributoDetalhe
DiretorAntoine Fuqua
RoteiristaRichard Wenk
ProdutoresTony Eldridge, Steve Tisch, Todd Black, Jason Blumenthal, Denzel Washington, Alex Siskin, Mace Neufeld, Antoine Fuqua, Michael Sloan
Elenco PrincipalDenzel Washington, Pedro Pascal, Ashton Sanders, Orson Bean, Bill Pullman
GêneroAção, Thriller, Crime
Ano de Lançamento2018
ProdutorasLonetree Entertainment, Fuqua Films, Escape Artists, Sony Pictures, ZHIV Productions, Mace Neufeld Productions, Columbia Pictures

E sobre o clímax, o que posso dizer? Ah, essa é a parte que me deixa exhilarated! Como um dos críticos bem mencionou, a confrontação final é algo “muito legal, algo que nunca vi antes na tela”. Fuqua e sua equipe montaram uma massacre estratégica em meio a uma tempestade, um furacão que serve como cenário perfeito para a caçada definitiva. A natureza em fúria espelha a fúria interna de McCall. Chuva, vento, relâmpagos – tudo se torna um aliado e um inimigo na escuridão. A tensão é quase sufocante, com os bandidos tentando sobreviver tanto à ira de McCall quanto aos elementos. É uma orquestra de destruição onde o som da chuva se mistura ao estalo dos ossos, e a cada relâmpago, vemos a figura imponente de McCall, um espírito de justiça vigilante inabalável.

No fim das contas, O Protetor 2 talvez não seja um salto monumental em relação ao primeiro, mas cumpre com o prometido e, para mim, até supera em alguns aspectos. É o tipo de filme que entrega exatamente o que a gente quer de uma sequência do Protetor: mais Denzel Washington sendo a força comandante que ele é, mais ação brutalmente eficiente e uma história que, embora um pouco previsível em sua estrutura de vingança, nos mantém grudados na cadeira. Não é perfeito, mas é um filme que me faz sentir, que me instiga a refletir sobre os limites da lei e da moralidade, e, convenhamos, que me deixa com uma sensação de satisfação ao ver a balança da justiça pender para o lado certo, ainda que pelas mãos de um homem tão perigoso quanto os criminosos que ele persegue. E essa, para mim, é a magia do cinema.

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