O Ritual: Presença Maligna

O Ritual: Presença Maligna – Um Terror que Assombra, Mesmo Passados os Anos

Confesso: quando assisti a O Ritual: Presença Maligna em seu lançamento, em março de 2022, esperava mais. A sinopse, com sua promessa de terror sobrenatural em uma casa assombrada na Inglaterra rural, me atraiu imediatamente. A atmosfera melancólica prometida pelo material promocional, aliada ao elenco sólido, tinha tudo para resultar em um filme memorável. Quase quatro anos depois, relembrando a experiência, minhas impressões são um tanto contraditórias, uma mistura de decepção e admiração, um misto de incômodo e fascínio.

O filme acompanha Marianne, seu marido Lionel e a filha Adelaide em sua mudança para uma pequena e isolada vila inglesa, onde Lionel assume a posição de reverendo. Logo, eventos estranhos e assustadores começam a acontecer na casa paroquial, culminando em uma busca desesperada pelo casal para desvendar a verdade por trás de uma presença maligna que parece obcecada por Adelaide. A sinopse vende bem a ideia de uma atmosfera claustrofóbica e de suspense crescente, e em parte entrega isso.

Christopher Smith, na direção, demonstra um talento inegável para criar uma atmosfera de suspense denso e opressivo. As imagens são, muitas vezes, impecáveis, explorando a beleza sombria da paisagem inglesa e a decadência da velha casa paroquial para criar uma estética visualmente impactante. No entanto, achei a direção um tanto contida, faltando-lhe, em certos momentos, a ousadia necessária para realmente nos deixar presos à tela, aquele “medo visceral” que um bom filme de terror deve provocar.

AtributoDetalhe
DiretorChristopher Smith
RoteiristasDavid Beton, Ray Bogdanovich, Dean Lines
ProdutoresMaya Amsellem, Laurie Cook, Sharon Harel-Cohen, Jason Newmark
Elenco PrincipalJessica Brown Findlay, John Heffernan, John Lynch, Sean Harris, Jason Thorpe
GêneroTerror
Ano de Lançamento2021
ProdutorasWestEnd Films, Freeway CAM B.V.

O roteiro, assinado por David Beton, Ray Bogdanovich e Dean Lines, é um tanto irregular. A construção do mistério é lenta, o que pode ser eficaz, mas, em alguns pontos, torna-se arrastado e previsível. Há momentos de genuína tensão, intercalados com outros de ritmo moroso, que prejudicam o impacto geral do filme. A trama, enquanto apresenta um mistério intrigante, sofre com alguns clichês do gênero, deixando escapar oportunidades de explorar a riqueza temática proposta.

Em relação às atuações, Jessica Brown Findlay carrega o peso da narrativa com competência, transmitindo a fragilidade e a determinação de Marianne com nuance. John Heffernan, como Lionel, oferece um contraponto interessante, representando a descrença e a gradual aceitação do sobrenatural. John Lynch, no papel do misterioso Malachi, é particularmente eficaz como um enigma perturbador. No geral, o elenco demonstra um bom entrosamento, elevando os momentos mais dramáticos do filme.

Um dos pontos fortes de O Ritual: Presença Maligna é sua exploração de temas como fé, descrença e a fragilidade da família diante do inexplicável. A atmosfera sombria e melancólica, aliada à introspecção dos personagens, cria uma atmosfera carregada de uma inquietude profunda e perturbadora, que permanece conosco mesmo após o término da projeção. Por outro lado, o filme peca pela falta de originalidade em alguns aspectos, recorrendo a fórmulas já vistas em outros trabalhos do gênero, e por uma resolução que, embora satisfatória em certo sentido, não chega a ser surpreendente. A pretensão de uma profundidade filosófica não é plenamente alcançada.

Em suma, O Ritual: Presença Maligna é um filme irregular, mas não desinteressante. É um terror atmosférico que brilha mais em sua estética visual e nas atuações convincentes do que na originalidade da trama ou na execução do suspense. Recomendo a obra para apreciadores do gênero que valorizem a construção de atmosfera e a interpretação. Se você procura sustos constantes e reviravoltas chocantes, talvez fique um pouco desapontado. No entanto, a melancolia e a inquietude que o filme transmite são elementos que certamente permanecerão na memória, mesmo depois de terem passado quatro anos desde sua estreia. Vale a pena assistir, mas com expectativas equilibradas.

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