O Último Ataque de Hitler

Setembro de 2025 já está na reta final, e se tem algo que sempre me puxa para as telas, independentemente da década, é o poder bruto e a resiliência humana retratados nos filmes de guerra. Não apenas a ação frenética que prende a respiração, mas aquela profundidade dolorosa que nos faz questionar o que somos capazes de suportar, e de fazer, em face do inimigo. É essa busca por histórias que ecoem a brutalidade e a bravura que me trouxe, mais uma vez, a um canto específico da Segunda Guerra Mundial, revisitado em O Último Ataque de Hitler, um filme que chegou por aqui em 2022, mas que ainda pulsa com a urgência de 2020, seu ano de lançamento original.

Steven Luke, que não apenas dirigiu mas também assina o roteiro, nos arremessa de cabeça na Batalha do Bulge, um dos confrontos mais frios e desesperadores do front ocidental. Aqui, a neve não é um cenário bonito, mas uma camada implacável que abraça o medo e a morte. Você é imediatamente jogado no meio do caos ao lado do Tenente Robert Cappa, interpretado pelo próprio Luke. Cappa e seu pelotão da 2ª Divisão de Infantaria têm uma missão que soa simples no papel, mas é um abismo na prática: defender um depósito de suprimentos vital. Apenas vital? Não, crucial. Um ponto nevrálgico que, se cair, pode mudar o curso de algo muito maior.

E é aí que a narrativa de Luke começa a apertar, a te envolver em um abraço gelado de tensão. Não é só a ameaça visível do exército alemão – com seus tanques, infantaria e artilharia que parecem brotar da neve e da névoa. É a intriga que se insinua, a semente da dúvida sobre “aliados que não são o que parecem”. Sabe, na guerra, a confiança é o mais frágil dos escudos, e vê-la ser corroída por dentro é tão desorientador quanto enfrentar um ataque frontal. O filme não apenas mostra o inimigo externo, mas desenha com traços sutis a paranoia interna, a necessidade de Cappa de não só lutar contra os alemães, mas também contra as sombras da incerteza.

O que me prendeu em O Último Ataque de Hitler não foi apenas o bombardeio sensorial de balas e explosões – embora isso esteja lá, e seja bem executado, a ponto de você sentir o estalo da pólvora no ar gélido e o tremor da terra sob os tanques. Foi a maneira como Luke tenta despir seus personagens da armadura do heroísmo para revelar a carne e os ossos da humanidade. Steven Luke, como o Tenente Cappa, não é um herói de filme de ação invencível; ele é um homem exausto, com olhos que carregam o peso de cada decisão, de cada vida sob seu comando. As ordens rápidas e difíceis que ele precisa dar, o cálculo frio e urgente, mostram um líder forçado a amadurecer a cada segundo de combate. Vemos a tensão em seus ombros encurvados, o cansaço que luta contra a adrenalina para mantê-lo de pé.

AtributoDetalhe
DiretorSteven Luke
RoteiristaSteven Luke
ProdutoresDean Bloxom, Trinity Schuetzle
Elenco PrincipalBrittany Benjamin, Jordan McFadden, Billy Zane, Steven Luke, Tom Berenger, Kathleen Timberman, Aaron Courteau, Andrew Stecker, Cody Fleury, Jeremy Michael Pereira
GêneroGuerra, Ação, Drama, Thriller
Ano de Lançamento2020

E o elenco? Ah, o elenco! Ter nomes como Billy Zane e Tom Berenger, mesmo que em participações que podem ser mais contidas, é como injetar uma dose de peso e credibilidade. Eles trazem consigo uma gravidade, uma história não contada em seus semblantes que adiciona camadas ao ambiente já denso. Brittany Benjamin, como Mary, e Kathleen Timberman, como a enfermeira militar, são pontes vitais para o mundo fora do campo de batalha imediato, oferecendo um vislumbre da esperança e da vulnerabilidade, lembrando-nos que há mais em jogo do que apenas posições estratégicas. Elas são o sopro de humanidade, o porquê da luta, a razão pela qual esses homens continuam a avançar, mesmo quando seus corpos clamam por desistir.

Os atores que compõem o pelotão, Aaron Courteau (Capitão Daniels), Andrew Stecker (Doc), Cody Fleury (Rudy) e Jeremy Michael Pereira (SGT. Mckenny), constroem uma dinâmica crível. Você sente a camaradagem, o humor negro que surge em momentos de desespero, o medo que se alinha nos olhos quando o fogo inimigo se intensifica. Não há uma glorificação da guerra; há uma representação de homens comuns empurrados a limites inimagináveis. O filme consegue te fazer sentir o frio cortante do inverno europeu, o cheiro de metal queimado e a ânsia de quem espera pelo próximo impacto.

No final das contas, O Último Ataque de Hitler é um lembrete contundente. Não é uma obra-prima que redefine o gênero de guerra, mas é uma adição valiosa que cumpre o que promete nos gêneros de guerra, ação, drama e thriller. É um filme que me fez pensar naqueles que lutaram em condições tão adversas, na coragem forçada, e na dúvida que assombra a cada passo. Ele não busca respostas fáceis para as perguntas complexas da guerra, mas nos mergulha em uma experiência intensa, visceral e, por vezes, angustiante. E para um filme que fala sobre resistir a um ataque desesperado, ele definitivamente atinge seu alvo: fazer o espectador sentir cada gota de suor, cada fibra de medo e cada instante de bravura dos soldados na linha de frente. E, para mim, isso já é uma vitória e tanto.

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