O Vingador Tóxico: Uma Surpresa Tóxicamente Deliciosa
23 de setembro de 2025. Acabei de sair da sessão de O Vingador Tóxico, o reboot que muitos consideravam impossível, e preciso compartilhar minha experiência. Cheguei ao cinema com um misto de ceticismo e nostalgia, lembrando-me do original, um filme tão cult quanto trash. E devo dizer: Macon Blair, diretor e roteirista, conseguiu o impossível. Ele não apenas homenageou o espírito original, mas entregou um filme que funciona brilhantemente em 2025, carregando uma mensagem surpreendentemente relevante para os tempos atuais.
A sinopse é simples: um zelador de Nova Jersey, Winston Gooze, sofre uma transformação grotesca e violenta ao entrar em contato com resíduos tóxicos. A trama explora a dinâmica entre Winston e seu enteado Wade, enquanto o primeiro se torna um vigilante ambiental com poderes sobrenaturais, confrontando um magnata corrupto que polui a cidade impunemente. A trama, em sua essência, é um conto clássico de David contra Golias, porém, salpicado com um humor negro e uma violência gráfica que não foge do exagero característico da Troma, a produtora original.
A direção de Blair é, sem dúvida, o ponto alto. Ele abraça o absurdo com maestria, equilibra o humor com momentos de verdadeiro impacto emocional e nunca deixa que a violência se torne gratuita. A estética, embora moderna, mantém um toque de nostalgia que homenageia a estética punk e low-budget do original. Peter Dinklage como a voz de Toxie (e em alguns momentos, o próprio Toxie) é uma escolha brilhante e surpreendentemente sutil, combinando sua aura de anti-herói com a selvageria do personagem. Jacob Tremblay entrega uma performance tocante como Wade, um personagem que enfrenta desafios pessoais ao mesmo tempo em que lida com a transformação explosiva de seu padrasto. O restante do elenco, com destaques para Kevin Bacon e Elijah Wood, complementa o clima de desvario com atuações sólidas e bem-humoradas.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Macon Blair |
| Roteirista | Macon Blair |
| Produtores | Lloyd Kaufman, Michael Herz, Mary Parent, Alex Garcia |
| Elenco Principal | Peter Dinklage, Jacob Tremblay, Kevin Bacon, Elijah Wood, Taylour Paige |
| Gênero | Ação, Comédia, Ficção científica |
| Ano de Lançamento | 2025 |
| Produtoras | Legendary Pictures, Troma Entertainment, Bloody Disgusting |
O roteiro de Blair não é apenas inteligente, mas também incrivelmente atual. A trama aborda temas cruciais como o autismo, a relação entre irmãos (ou nesse caso, padrasto e enteado), o ambientalismo e a corrupção corporativa, com uma abordagem irônica que evita ser didática ou preconceituosa. A relação entre Wade e Winston é o coração do filme, oferecendo um contraponto emocional à violência exagerada, mostrando a importância da família e da aceitação em meio ao caos.
Sim, o filme tem seus pontos fracos. Algumas piadas podem não funcionar para todos os públicos, e a violência gráfica, embora essencial para a estética, pode incomodar espectadores mais sensíveis. Porém, essas falhas são facilmente perdoáveis, diante da criatividade e do impacto emocional da obra.
Um dos pontos mais interessantes é a maneira como o filme utiliza os elementos típicos dos filmes de super-heróis, mas desconstruindo-os através do filtro da comédia e da violência absurda. O Vingador Tóxico não é um herói tradicional; ele é um monstro que luta por uma causa justa, e esta subversão torna a trama ainda mais interessante e cativante.
Em resumo, O Vingador Tóxico (2025) é um filme surpreendente. Um reboot que não apenas cumpre sua missão de homenagear a obra original, mas a transcende ao entregar uma trama atual, relevante e visualmente impactante. Se você é fã do original, você vai amar. Se você não conhece a obra original, prepare-se para uma experiência única, violenta, hilária e, acima de tudo, memorável. A recomendação? Vá assisti-lo! Você não vai se arrepender. A cena pós-créditos, aliás, vale muito a pena esperar. Só posso dizer: fique até o fim.




