Operações Especiais: Uma Bomba-Relógio de Ação com Sabor Nostálgico
Lançado em 25 de outubro de 2012 no Brasil, Operações Especiais chegou às telas como mais uma incursão de Steven Seagal no terreno da ação. Para quem, como eu, cresceu com os filmes de ação dos anos 80 e 90, a nostalgia é um tempero forte, quase avassalador. Mas, passados mais de treze anos, a pergunta que fica é: Operações Especiais resiste ao tempo? A resposta, como quase tudo em Seagal, é complexa.
A trama gira em torno de Cross (Seagal), um agente de operações especiais trabalhando em uma prisão de segurança máxima, prestes a ser desativada. Com seu parceiro Manning (Steve Austin), Cross se vê envolvido em uma situação explosiva quando duas prisioneiras misteriosas chegam, tornando-se o alvo de um ataque de mercenários implacáveis. A partir daí, um frenético jogo de gato e rato se inicia, em meio a tiroteios e a um clima de suspense crescente. É uma premissa batida, sem dúvidas, mas que funciona como uma moldura para o que realmente interessa: a dinâmica entre os personagens e, claro, o carisma – ou a falta dele – do elenco.
A direção de Keoni Waxman é funcional, sem grandes pretensões estéticas. Ele conduz a narrativa de forma competente, sem se preocupar em inovar visualmente. A ação é direta, brutal em alguns momentos, mas nada que extrapole os limites do gênero. O roteiro de Richard Beattie, por sua vez, é previsível e peca pela falta de profundidade nos personagens secundários. A trama se concentra quase que exclusivamente na dupla Seagal/Austin, deixando o restante do elenco em segundo plano.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | Keoni Waxman |
Roteirista | Richard Beattie |
Produtores | Steve Austin, Phillip B. Goldfine, Steven Seagal, John Short |
Elenco Principal | Steven Seagal, Steve Austin, Michael Paré, Bren Foster, Aliyah O'Brien |
Gênero | Ação, Aventura, Thriller |
Ano de Lançamento | 2012 |
Produtoras | Steamroller Productions, Voltage Pictures, Splendid Film |
E é aqui que o filme se torna um tanto controverso. Seagal, mesmo em 2012, já demonstrava sinais daquela proverbial lentidão que se tornaria sua marca registrada. Suas cenas de luta, que outrora eram sinônimo de inovação e brutalidade, agora carregam um peso nostálgico que beira o cômico. Steve Austin, por outro lado, oferece uma performance mais enérgica, tentando equilibrar a ação frenética com a gravidade da situação. Michael Paré e Bren Foster cumprem seus papéis com competência, mas sem deixar grandes marcas.
Os pontos fortes de Operações Especiais residem justamente nesse apelo nostálgico. Para os fãs de Seagal que apreciam seu trabalho mais antigo, a presença do ator e o estilo de ação “clássico” podem ser um prato cheio. O filme se entrega com uma certa satisfação à fórmula consagrada do herói solitário, enfrentando as forças do mal com a ajuda de um parceiro relutante. Porém, é inegável que a produção apresenta diversas falhas. A falta de originalidade na trama, os personagens pouco desenvolvidos e as limitações físicas de Seagal são fatores que comprometem a experiência para quem espera algo mais.
Em termos de temas e mensagens, o longa-metragem não se aprofunda em nada além da necessidade de justiça e proteção. Não há grandes reflexões sobre a natureza da violência ou o sistema prisional, a mensagem se limita a uma ação direta e sem sutilezas. Talvez essa simplicidade seja, em última instância, a maior virtude do filme: Operações Especiais não se esforça para ser mais do que é: um filme de ação direto e sem rodeios, embalado pela aura nostálgica de um passado glorioso no cinema de ação.
Em 2025, assistir a Operações Especiais é como abrir um álbum de fotos antigas. Há um charme indubitável, um toque de saudade, mas a realidade da imagem desbotada nos lembra dos anos que se passaram. Recomendo o filme para os fãs de Seagal e para aqueles que apreciam o cinema de ação dos anos 80 e 90. Para o restante do público, Operações Especiais é uma experiência que provavelmente resultará em uma sensação agridoce, misturando nostalgia com a percepção de uma fórmula esgotada. A experiência pode ser interessante, mas não espere um filme memorável, muito menos “empático” ou “alegre”, como o título de algum artigo promocional poderia sugerir.