Os 7 de Chicago

Cinco anos se passaram desde que assisti a “Os Sete de Chicago”, e a experiência continua a me assombrar. Não no sentido de um terror cinematográfico, mas sim de um incômodo persistente, uma inquietação que ecoa as próprias questões levantadas pelo filme. Lançado em 16 de outubro de 2020 no Brasil, o longa de Aaron Sorkin, que também assina o roteiro, é uma obra complexa, que transcende a mera representação de um julgamento histórico para se tornar um potente retrato da luta pela justiça e da fragilidade da democracia.

A Tempestade em Chicago

A sinopse é simples: um protesto contra a Guerra do Vietnã em Chicago, em 1968, degenera em confronto violento com a polícia. Sete ativistas são acusados de conspiração e incitação à violência, num julgamento que se torna um palco para a exposição das contradições da América naquele período conturbado. Mas a trama, fiel aos acontecimentos reais, é apenas o fio condutor para uma exploração profunda das ideologias, da manipulação política e da luta pelo direito à liberdade de expressão. Não espere um filme que apenas narra os fatos; “Os Sete de Chicago” é um mergulho visceral na atmosfera da época, mostrando o choque de gerações, a polarização ideológica e a força bruta do poder estatal.

Uma Orquestra de Talentos

A direção de Sorkin é impecável. Seu estilo característico, com diálogos rápidos e inteligentes, funciona aqui de forma surpreendente. A energia frenética da sala de audiências é transmitida com maestria, a câmera em constante movimento refletindo a turbulência dos debates. O roteiro, igualmente brilhante, consegue equilibrar a complexidade dos fatos históricos com a profundidade emocional dos personagens. A escolha do elenco é certeira. Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Mark Rylance e Joseph Gordon-Levitt formam um conjunto poderoso, cada um dando vida a figuras icônicas do movimento contracultural. A atuação de Frank Langella como o juiz Julius Hoffman, um personagem cínico e manipulador, é particularmente memorável; ele rouba cada cena em que aparece.

Força e Fraqueza em Equilíbrio

A força do filme reside justamente na sua capacidade de equilibrar a narrativa histórica com uma análise perspicaz do presente. As questões levantadas em 1968 – o abuso de poder, a repressão de movimentos sociais, a manipulação da mídia – ressoam com muita força na atualidade, em um mundo que, paradoxalmente, avançou em certos aspectos e retrocedeu em outros. No entanto, alguns podem achar a direção de Sorkin, embora eficiente, um pouco excessivamente estilizada. A montagem dinâmica, por vezes, pode se tornar frenética demais, dificultando em certos momentos a absorção total da complexidade do argumento legal.

AtributoDetalhe
DiretorAaron Sorkin
RoteiristaAaron Sorkin
ProdutoresMarc Platt, Stuart M. Besser, Matt Jackson, Tyler Thompson
Elenco PrincipalEddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Frank Langella
GêneroDrama, História
Ano de Lançamento2020
ProdutorasDreamWorks Pictures, Marc Platt Productions

Um Legado de Resistência

“Os Sete de Chicago” não é apenas um filme sobre um julgamento; é uma ode à resistência, à perseverança e à busca incansável pela justiça. Aborda temas como a liberdade de expressão, a manipulação política, o abuso de poder estatal e a importância da luta contra a injustiça. Ele explora com sensibilidade o contexto social e político da época, sem simplificações maniqueístas, permitindo que o espectador reflita sobre as nuances de um período histórico complexo. A narrativa se preocupa em humanizar os ativistas, mostrando suas motivações, suas dúvidas, suas contradições. O filme não busca glorificá-los como heróis impolutos, mas sim apresentá-los como indivíduos complexos, lutando por aquilo em que acreditavam.

Uma Recomendação Ardente

Apesar de suas pequenas falhas, “Os Sete de Chicago” é uma obra-prima que permanece na memória. A forma como Sorkin tece uma narrativa histórica, intensa e emocionante, é simplesmente cativante. É um filme que exige atenção, que provoca reflexões e que, acima de tudo, nos convida a questionar o poder, a justiça e o nosso próprio papel na sociedade. Recomendo fortemente a sua visualização em plataformas digitais, pois se trata de uma experiência cinematográfica imperdível para quem aprecia dramas históricos bem construídos e atuações magistrais. Se você, como eu, se interessa por história, política e cinema de qualidade, não deixe de conferir. A experiência, cinco anos depois, continua a valer a pena.

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