Os Mercenários 3: Uma Ode à Velhice (e às Explosões) – Onze Anos Depois
Onze anos se passaram desde que assisti, pela primeira vez, ao frenético e divertido Os Mercenários 3. E, olhando para trás, em 2025, percebo que o filme ocupa um lugar peculiar na minha memória afetiva. Não é uma obra-prima cinematográfica, longe disso, mas carrega um charme nostálgico inegável, um tipo de “guilty pleasure” que me pega de surpresa até hoje. A sinopse, sem spoilers, é simples: Barney Ross e sua equipe de mercenários veteranos se veem em uma nova missão perigosíssima, encontrando velhos inimigos e novos aliados no caminho.
A direção de Patrick Hughes, apesar de competente em coordenar as inúmeras cenas de ação – que, convenhamos, são o carro-chefe do longa –, não consegue elevar o roteiro acima da sua própria mediania. A trama é previsível, repleta de clichês do gênero e, sinceramente, um tanto desleixada em certos aspectos. O roteiro, escrito por Katrin Benedikt, Sylvester Stallone e Creighton Rothenberger, peca pela falta de profundidade dos personagens, apesar de se beneficiar da química – ou, melhor dizendo, da familiaridade – entre o elenco lendário.
E falando em elenco, aqui reside a maior força do filme. Ver Stallone, Statham, Ford, Schwarzenegger e Gibson na mesma tela é uma experiência em si. Cada um, com seu carisma particular e uma química inegável entre eles, consegue criar momentos genuinamente engraçados e memoráveis. A dinâmica entre os veteranos e os novos recrutas, mais jovens e ágeis, funciona como um contraponto interessante, explorando a questão da experiência versus a força bruta, mesmo que não de forma tão profunda quanto poderia. A atuação de Mel Gibson como o implacável Conrad Stonebanks é memorável, mostrando um antagonista mais complexo e moralmente ambíguo do que os vilões típicos dos filmes de ação.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Patrick Hughes |
Roteiristas | Katrin Benedikt, Sylvester Stallone, Creighton Rothenberger |
Produtores | Avi Lerner, Danny Lerner, Kevin King Templeton, John Thompson, Les Weldon |
Elenco Principal | Sylvester Stallone, Jason Statham, Harrison Ford, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson |
Gênero | Ação, Aventura, Thriller |
Ano de Lançamento | 2014 |
Produtoras | Davis Films, Ex3 Productions, Fipex Holding, Lionsgate, Millennium Media, Nu Image Entertainment |
Apesar da ostentação de músculos e explosões dignas de um orçamento milionário, Os Mercenários 3 sofre de alguns problemas cruciais. O ritmo, em alguns momentos, é irregular; a trama se perde em subplots desnecessários que pouco contribuem para o desenvolvimento da história principal; e a construção dos personagens secundários deixa a desejar. Por outro lado, a nostalgia que o filme desperta, somado ao seu humor irônico e autoconsciente, ajuda a compensar algumas de suas falhas.
O filme aborda, de forma leve e superficial, a passagem do tempo e a inevitável perda da juventude e força física, em meio à pura ação desenfreada. É uma metáfora sutil sobre o legado, a necessidade de se adaptar e a importância do trabalho em equipe, mesmo entre veteranos e novatos.
Em resumo, Os Mercenários 3 não é um filme para quem busca uma narrativa complexa ou personagens profundamente desenvolvidos. É um filme de ação pura e simples, recheado de estrelas consagradas, explosões grandiosas e momentos de puro entretenimento. Se você busca diversão despretensiosa, sem se preocupar muito com a profundidade da trama, é uma excelente opção para uma sessão de cinema nostálgica, disponível em diversas plataformas digitais. Recomendado para fãs do gênero e para quem aprecia a boa e velha fórmula “explosão-tiroteio-piada”. Sua recepção em 2014 foi mista, com muitos elogiando o elenco estelar, mas criticando o roteiro, uma avaliação que, passados mais de dez anos, compartilho plenamente.