Os Três Fugitivos

Os Três Fugitivos: Uma Joia Inesperada que Ainda Corre Longe em 2025

Ah, os anos 80! Uma era de excessos, neon e, gloriosamente, de comédias de ação que sabiam misturar adrenalina com um toque de coração. Os Três Fugitivos (Three Fugitives), lançado lá em 1989, em pleno apogeu desse gênero, é um filme que, para mim, representa o melhor dessa alquimia. Em 2025, quase 36 anos após sua estreia, revisitar essa obra-prima de Francis Veber é como reencontrar um velho amigo: a familiaridade é reconfortante, mas a percepção de sua qualidade só aumenta com o tempo.

Para quem nunca teve o prazer de acompanhar essa fuga peculiar, a premissa é um deleite de enganos e destinos cruzados. Lucas (o imponente Nick Nolte), um ex-assaltante de banco que cumpriu sua pena e jurou largar a vida de crimes, vê seu passado o assombrar de uma forma hilariante e frustrante. Ele está em um banco, buscando sacar dinheiro – talvez para garantir o futuro de sua filha Meg, uma criança que, após a morte da esposa de Lucas anos atrás, demanda uma educação especializada para suas necessidades. Entra em cena o desajeitado e inexperiente Ned Perry (o mestre do timing cômico, Martin Short), um aspirante a criminoso que decide roubar o mesmo banco. Em um piscar de olhos, Lucas se vê involuntariamente envolvido, tomado como refém pelo pateta Ned. Mas o destino, ou melhor, um detetive apressado e equivocado, Dugan (o sempre marcante James Earl Jones), erroneamente assume que Lucas está de volta à ativa, liderando o assalto. Assim, nosso protagonista, o ex-condenado reformado, se torna o “falsamente acusado” e, junto com Ned e sua pequena filha Meg (interpretada com uma sensibilidade incrível por Sarah Rowland Doroff), se veem “on the run”, perseguidos pela “police” em uma “chase” que define o ritmo de toda a aventura.

O que faz Os Três Fugitivos transcender a mera fórmula de “buddy movie” ou “road movie”? É a maestria de Francis Veber, tanto na direção quanto no roteiro. Veber, que já havia dirigido a versão francesa original (“Les Fugitifs”) alguns anos antes, demonstrou um domínio absoluto da narrativa. O trecho de crítica que elogia os “primeiros vinte minutos que poderiam ter sido problemáticos, mas foram tão bem executados”, acerta em cheio. A forma como ele estabelece rapidamente o cenário, a motivação de cada personagem e a faísca da comédia em meio ao caos inicial é brilhante. Ele pega um clichê – o ex-con que tenta se redimir – e o eleva a um patamar onde a empatia se torna inevitável.

AtributoDetalhe
DiretorFrancis Veber
RoteiristaFrancis Veber
ProdutoraLauren Shuler Donner
Elenco PrincipalNick Nolte, Martin Short, Sarah Rowland Doroff, James Earl Jones, Alan Ruck
GêneroComédia, Crime
Ano de Lançamento1989
ProdutorasSilver Screen Partners IV, Touchstone Pictures

A química entre Nick Nolte e Martin Short é o coração pulsante do filme. Lucas, com sua postura ranzinza e coração de ouro, serve como o contraponto perfeito para o otimismo desesperado e a comédia física de Ned. É uma dinâmica clássica de “odd couple” que Veber orquestra com perfeição. Nolte, com sua gravidade e resmungos característicos, consegue transmitir a profundidade de um homem que só quer paz, mas é constantemente puxado de volta para o furacão. Short, por sua vez, é um prodígio da comédia, transformando o “bank robbery” de Ned em uma série de desastres adoráveis. Mas o verdadeiro trunfo emocional é a pequena Meg. Sua presença, inicialmente um obstáculo para a fuga, rapidamente se torna o motor da história. A maneira como Lucas, um homem tão duro por fora, desenvolve um laço de proteção e carinho por essa criança (“daughter”) muda a narrativa de uma mera comédia de crimes para algo muito mais terno e significativo. A cena em que ela é “girl disguised as boy” para evitar a detecção policial é um pequeno toque de gênio que adiciona tanto humor quanto vulnerabilidade.

James Earl Jones, como o determinado detetive Dugan, e Alan Ruck (Tener), seu parceiro mais cômico, formam uma dupla de perseguidores competente que adiciona ritmo à “chase”. Eles são a ameaça constante que mantém os “fugitivos” em movimento, mas nunca são apresentados como vilões unidimensionais. Há uma certa decência neles, um desejo de fazer a coisa certa, mesmo que estejam completamente enganados sobre Lucas.

Os “pontos fortes” do filme são inúmeros: a direção precisa de Veber, o roteiro afiado que equilibra humor e emoção sem escorregar para o sentimentalismo barato, as atuações magnéticas do elenco principal e a montagem dinâmica que mantém a tensão e o ritmo da comédia. A produtora Lauren Shuler Donner, junto à Silver Screen Partners IV e Touchstone Pictures, entregou um pacote completo que ressoa até hoje. O filme é um exemplo de como a comédia pode ser inteligente e tocar em “temas e mensagens” profundos, como a redenção, a paternidade inesperada, o preconceito social e a importância de dar uma “segunda chance”. Lucas é um “ex-con” que pagou sua dívida, mas a sociedade se recusa a deixá-lo em paz. Sua jornada forçada para ajudar Ned e, mais importante, proteger Meg, se torna sua verdadeira redenção, não aos olhos da lei, mas aos seus próprios e aos de quem ele aprende a amar.

Se há algum “ponto fraco”, talvez sejam algumas conveniências de roteiro que, em retrospecto, pareçam um tanto datadas ou previsíveis. Mas, francamente, a execução é tão carismática e envolvente que esses pequenos deslizes são facilmente perdoados e esquecidos. O filme não se leva a sério demais para que essas imperfeições realmente importem.

Em Os Três Fugitivos, Francis Veber nos presenteia com uma obra que é mais do que a soma de suas partes. É uma história sobre o que acontece quando a vida joga uma bola curva em seu caminho, sobre a formação de laços inesperados e sobre a busca por um lugar seguro em um mundo que nem sempre é justo. É um filme que, em 2025, merece ser redescoberto. Se você está procurando uma comédia de crime com um coração enorme, ótimas atuações e um roteiro que realmente funciona, este é o filme. Para quem nunca viu, sugiro que procure por ele nas plataformas digitais. Para quem já conhece, vale a pena uma revisita. É um clássico que envelheceu como um bom vinho, e ainda tem muito a oferecer.

Recomendação: Assista Os Três Fugitivos. É uma experiência cinematográfica genuína que vai fazer você rir, se emocionar e talvez até repensar algumas coisas sobre segundas chances e família.

Trailer

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