Pachamama: Uma Aventura que Toca o Coração (e os Andes)
Sete anos se passaram desde que a animação francesa Pachamama chegou aos cinemas brasileiros, em 20/10/2018. E, apesar do tempo, a lembrança dessa aventura nos Andes continua vibrante na minha memória. Não se trata apenas de um filme de animação para crianças; é uma experiência sensorial e emocional que transcende a idade, embalada por uma beleza visual deslumbrante e uma mensagem poderosa sobre preservação cultural e ambiental.
A história acompanha Tepulpai, um garoto que sonha em se tornar xamã em sua pequena vila andina. Quando uma estatueta sagrada, símbolo vital de sua comunidade, é misteriosamente roubada, ele embarca em uma jornada épica ao lado de Naïra, para recuperá-la. A dupla enfrenta desafios perigosos e encontra personagens fascinantes ao longo do caminho, em uma aventura que equilibra perfeitamente momentos de suspense e comédia, sem jamais comprometer a sensibilidade e o respeito pela cultura retratada.
A direção de Juan Antin é primorosa. A animação, embora não seja tão tecnologicamente avançada quanto algumas produções americanas da época, possui um charme singular. A paleta de cores vibrantes capta a exuberância dos Andes, criando cenários de tirar o fôlego. A trilha sonora, rica em instrumentos tradicionais andinos, complementa a narrativa, imergindo o espectador completamente neste universo mágico. A riqueza de detalhes, tanto na animação dos personagens quanto nos cenários, demonstra um cuidado meticuloso e um profundo respeito pela cultura andina.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Juan Antin |
| Roteiristas | Juan Antin, Patricia Valeix, Olivier de Bannes, Nathalie Hertzberg |
| Elenco Principal | Andrea Santamaria, India Coenen, Saïd Amadis, Marie-Christine Darah, Alex Harrouch |
| Gênero | Aventura, Animação, Família, Fantasia |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtoras | Folivari, O2B Films, Doghouse Films, Kaïbou Production |
O roteiro, escrito por uma equipe talentosa, consegue articular uma narrativa envolvente e acessível para todas as idades, sem cair em lugares-comuns ou em simplificações excessivas. As personagens são bem desenvolvidas, com suas próprias motivações e complexidades. A dublagem original, com destaque para Andrea Santamaria e India Coenen, garante que cada emoção seja transmitida com naturalidade. Há um cuidado genuíno em representar os personagens andinos com respeito e dignidade, evitando estereótipos.
Um dos pontos fortes do filme reside na sua capacidade de abordar temas complexos de forma sutil e educativa. A preservação da cultura e da natureza, o respeito pelas tradições ancestrais e a importância da união comunitária são explorados com delicadeza e sensibilidade. A mensagem, apesar de clara, nunca se torna didática ou preconceituosa, e sim se integra de forma orgânica à narrativa.
Apesar de seus muitos acertos, Pachamama não está isento de críticas. O ritmo, em alguns momentos, pode parecer um pouco lento para um público mais jovem, acostumado às animações mais frenéticas. Certos elementos da trama poderiam ser mais elaborados, adicionando uma camada extra de complexidade à narrativa. Mas esses pontos são pequenos defeitos em um filme que, no geral, se destaca pela sua beleza, sensibilidade e mensagem inspiradora.
Em suma, Pachamama: Uma Aventura nos Andes é uma joia escondida no universo da animação. Embora não tenha tido, infelizmente, a recepção ampla que merecia na época de seu lançamento, continua sendo uma excelente opção para quem busca um filme de animação que emocione, ensine e divirta. Recomendo fortemente a sua exibição em família, para que as novas gerações conheçam a riqueza cultural dos Andes e a beleza de uma animação que prioriza a história e a emoção. É uma experiência cinematográfica que, sete anos depois, continua a me encantar e me inspirar. Disponível em diversas plataformas digitais, vale a pena procurar e se deixar envolver por essa aventura encantadora.
